quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

HOMENS: MUITAS VEZES SÃO PIORES QUE AS FERAS E OS DEMÔNIOS

Jefferson Magno Costa
     Após 30 anos de preparação, Jesus iniciou o seu ministério e teve que lidar com os homens. E como não basta conhecimento sem experiência, nem há vitória sem batalha, nem se guerreia bem sem exercício; antes de entrar nessa tão perigosa luta, Jesus quis exercitar-se primeiro com outros inimigos.
     Depois de ser batizado, o Senhor partiu para o deserto, e diz o evangelista Marcos que estava e vivia ali entre as feras (Mc 1.13).
     Passados assim quarenta dias, seguiram-se as tentações do demônio (Mt 4.2,3), sendo Cristo tentado no próprio deserto, tentado no pináculo do Templo, tentado no monte.
     Depois dessas duas experiências de treinamento com esses dois tipos de inimigos (as feras e o demônio), finalmente Jesus saiu do deserto, e passou a conviver com os homens.
     Não sei se o leitor reparou na sequência desses treinamentos. Parece que primeiro o Senhor deveria se exercitar com os homens, por serem racionais e humanos, depois com as feras, por serem irracionais e indómitas; e por último com os demônios, por serem tão desumanos, tão cruéis, e tão horrendos. Mas não foi assim, senão ao contrário.
     Primeiro com as feras, depois com os demônios, e por último com os homens. E por quê? Porque o exercício e ensaio há de ser do menor inimigo para o maior; e os homens não são só inimigos mais ferozes que as feras, como também mais diabólicos que o próprio diabo.
    Observem nas Escrituras. Que aconteceu entre Jesus e as feras, Jesus e o demônio, Jesus e os homens? As feras não lhe quiseram fazer mal, nem o fizeram; o demônio quis lhe fazer mal, mas não o conseguiu; e os homens quiseram lhe fazer mal, e conseguiram.
     Olhem para aquela cruz. As feras não o comeram; o demônio não o venceu nem o derrubou; mas os homens lhe tiraram a vida.
     Alguém ainda tem dúvida de que os homens são piores inimigos do que o demônio? Do demônio nós nos defendemos clamando o sangue daquele que morreu na cruz; os homens põem a Cristo crucificado nela, e se não vigiarmos, também nos põem lá.
     (A. V. Serm q. s. q. Lisboa, 1652.)
Jefferson Magno Costa

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