terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A MAIS IMPRESSIONANTE DESCRIÇÃO DA CRUCIFICAÇÃO DE CRISTO JÁ FEITA ATÉ HOJE

Jefferson Magno Costa
    
     Após a morte de Jesus, e a lançada que lhe atingiu o coração, “José de Arimatéia... foi ousadamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos se maravilhou que ele já estivesse morto, e, chamando o centurião, perguntou-lhe se fazia muito tempo que morrera. Informado pelo centurião, deu o corpo a José” (Mc 15.42-45).
     Jesus só tivera cerca de três horas de agonia, o que é realmente muito pouco para um crucificado. Os ladrões sobreviveram a Ele e só vieram a morrer depois, e isto por que, ao lhes quebrarem as pernas, aceleraram-lhes a asfixia.
     José de Arimatéia tinha pedido a liberação do corpo de Jesus a Pilatos para poder sepultá-lo antes do anoitecer. A lei judaica mandava que os crucificados fossem retirados da cruz e sepultados no mesmo dia. Além do mais, era véspera do Sábado e da grande festa da Páscoa.

O QUE TERIA LEVADO JESUS À MORTE RÁPIDA
     Evidentemente, toda uma série de circunstâncias, das quais algumas foram citadas como causa da morte, vieram a se acumular para diminuir sua resistência física.
     Já na véspera Jesus sofrera, no jardim das Oliveiras, uma agonia moral espantosa, produzida pela previsão de sua Paixão física, e pela consciência de que Ele receberia sobre si, quando estivesse no Calvário, todos os pecados dos homens para redimi-los.
     Ele próprio havia dito aos seus discípulos: “Minha alma está triste até à morte” (Mc 14.34), expressão semita para designar uma “tristeza mortal”.
     Esta grave perturbação acarretou um fenômeno conhecido em medicina como hematidrose, do qual S. Lucas, como médico, dá uma descrição perfeitamente clínica e surpreendente em sua brevidade. O fenômeno, aliás raro, é provocado por um grande abalo moral, seguido de profunda emoção e de grande medo.
     Lucas descreve a luta da natureza humana de Jesus diante do cálice de sofrimento que se apresentava a Ele, e sua aceitação desse cálice: “...contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22. 42). Marcos acrescenta que Jesus “começou a sentir temor e angústia” (Mc 14.33).
     Lucas continua: “E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra” (Lc 22.44). O texto grego, porém, diz com mais exatidão: Egéneto ho hidrós autou hosei thrombos haímatos katabaínontes epi ten gen. Ora, thrombos quer dizer “coágulo”. Notemos que estes coágulos de sangue sempre têm atrapalhado bastante os tradutores.
     Coágulos, dizem eles com toda a razão, não podem sair do corpo. E assim passam a torturar as palavras por não terem compreendido o fenômeno fisiológico. Em alguns manuscritos antigos esta passagem foi suprimida por alguns copistas que a julgaram indigna da divindade de Jesus Cristo.
     Ora, esse fenômeno que em linguagem técnica chamamos hematidrose, consiste em intensa vasodilatação dos capilares subcutâneos. Distendidos ao extremo, rompem-se em contato com milhões de glândulas sudoríparas espalhadas por toda a pele.
     Essa mesma vasodilatação provoca intensa secreção das glândulas sudoríparas. O sangue se mistura com o suor, e esta mescla poreja por toda a superfície do corpo. Porém, uma vez em contato com o ar, o sangue se coagula.
     Os coágulos assim formados sobre a pele caem por terra levados pelo abundante suor. Foi por isso que Lucas, como bom médico e bom observador que era, escreveu: “E seu suor tornou-se como coágulos (não gotas) de sangue que caíam até o solo” (Lc 22.44).
     Deste fenômeno podemos tirar imediatamente duas consequências. A primeira é ter havido considerável diminuição da resistência vital de Jesus após esta hemorragia, que é um caso grave, devido à extensão da superfície em que ela se produz.
     Em segundo lugar, devemos atentar para o estado anormal em que ficou sua pele após Ele ter sangrado na intimidade de suas glândulas sudoríparas, em toda a superfície do corpo. Ficou mais sensível, dolorida e, portanto, menos apta a suportar as violências e os golpes que iriam atingi-la na noite e no dia seguinte, antes da crucificação.
     Esta sensibilização da pele, que é um fenômeno puramente fisiológico, nos faz refletir sobre outro fato.
     Na mesma série de causas do enfraquecimento de Jesus, devemos enumerar todos os sofrimentos suportados durante a noite, sobretudo entre os dois interrogatórios, durante os quais Jesus foi espancado e escarnecido pela turba infame de criados do Templo, “aqueles cães sanguinários”, como os chama João Crisóstomo.
     Devemos acrescentar também os golpes que Ele recebeu no Pretório, após a flagelação e a coroação de espinhos. Foram tapas, socos e pauladas.
     João e Mateus (Jo 19.1-3; Mt 27.27-30) narram que após a coroação de espinhos, os soldados dobravam o joelho diante de Jesus e diziam: “Salve, Rei dos judeus!”, e João acrescenta: “e o esbofeteavam” (Jo 19.3). Mateus é mais explícito: “tomaram o caniço e batiam-lhe com ele na cabeça” (Mt 27.30).
     Todas estas pancadas, desferidas principalmente sobre a cabeça, podem ter produzido também um abalo, talvez grave, aquilo que chamamos de comoção, de contusão cerebral, que se caracteriza pela ruptura mais ou menos extensa de pequenos vasos nas meninges e no cérebro.
     Foi sobretudo o selvagem açoitamento e a coroação de espinhos suportada no pretório de Pilatos que devem ter provocado a perda de sangue mais grave. Os açoites, em cujas pontas havia esferas de chumbo ou ossos, cobriram o corpo de Jesus de chagas que sangraram por muito tempo.
     Deixemos por hora de lado as chagas do transporte da cruz, porque as estudaremos, mais tarde, detalhadamente. Todas estas hemorragias causaram no nosso Salvador um enfraquecimento tal que foi necessário fazer Simão Cirineu carregar a cruz para que Jesus pudesse chegar ao Calvário.
     Devemos levar em conta também a fome. Jesus não ingeriu alimento algum desde a ceia de quinta-feira até à sua morte. Ele também sentiu sede, uma sede violenta, como sentem todos os crucificados. Esta sede foi motivada primeiro pela perda de sangue, e depois pelos suores abundantes que acompanham a suspensão pelas mãos e as cãibras assim provocadas. Houve também a insolação.
     Jesus ficou exposto à luz e ao calor do sol desde a hora terceira (nove horas da manhã), quando foi crucificado (Mc 15.25) até à hora sexta (meio-dia), quando houve trevas (Mt 27.45).


A MORTE POR AFIXIA
     Os crucificados morriam todos asfixiados. Manter durante longo tempo os braços levantados acarreta relativa imobilidade das costelas e grande incômodo de respiração. O crucificado tem a sensação de sufocamento progressivo. (Cada um poderá verificar por si mesmo como esta posição prolongada, mesmo sem tração alguma sobre as mãos, acarreta uma falta de ar das mais desagradáveis).
     Nessa posição o coração é obrigado a trabalhar mais, suas pulsações aceleram e enfraquecem. Segue-se uma certa congestão nos vasos de todo o corpo. E como o pulmão passa a oxigenar insuficientemente, a sobrecarga de ácido carbônico provoca excitação das fibras musculares e, como consequência, uma espécie de estado tetânico de todo o corpo.
     Vê-se, em pouco tempo, surgir contrações violentas em todos os músculos, que terminam em um estado permanente de contratura, de rigidez em contração destes músculos. É o que se chama, vulgarmente, de cãibra. Todos sabem o quanto elas são dolorosas, e que não se pode aliviá-las a não ser puxando o membro no sentido oposto ao dos músculos contraídos.
     Daí resulta que os pulmões se enchem de ar, mas não conseguem fazê-lo sair.Os músculos expiradores, que também ficam contraídos, são mais fracos que os inspiradores (a expiração se faz normalmente e sem esforço muscular, pela elasticidade dos pulmões e da caixa torácica).
     Estando os pulmões assim em inspiração forçada e não podendo se esvaziar, a oxigenação normal do sangue que neles circula não pode mais ocorrer, e a asfixia se apodera do paciente da mesma forma como se ele estivesse sendo estrangulado. Ele fica no mesmo estado de um enfisematoso em plena crise de asma.
     Temos aí o mesmo quadro provocado por uma enfermidade infecciosa, como o tétano, que é provocado pela intoxicação dos centros nervosos. É justamente por isto que esta síndrome de contração generalizada, qualquer que seja a causa determinante, é chamada de “tetania”.
     Vê-se então o paciente, com o peito distendido, apresentar todos os sistomas de asfixia. O rosto fica vermelho e se torna violáceo, e o suor corre abundantemente sobre a face e no restante do corpo.
     (Esta e outras impressionantes descrições de todos os sofrimentos pelos quais o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo passou para nos resgatar na cruz do Calvário, foram escritas há quase 100 anos por um grande estudioso e um dos maiores cirurgiões de toda a história da Medicina, o médico francês Pierre Barbett, no livro Um Médico Descreve a Crucificação de Cristo, à venda neste blog Sublime Leitura).


Jefferson Magno Costa

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