Jefferson Magno Costa
Capítulo 4
O PESCADOR DE ALMAS
Os membros da Assembléia de Deus recém-fundada saíram a semear a preciosa semente. Os irmãos Varjão e Silvestre iniciaram um trabalho em Berford-Roxo, e o irmão Paulo Leivas Macalão começou a pregar a Palavra nos subúrbios da Central do Brasil. Era o milagre pentecostal se realizando, multiplicando incessantemente o número dos fiéis que serviam e louvavam a Deus por todas as suas maravilhas. Era a luz que começava a brilhar em lugares antes dominados pelas trevas.
Jesus se apossava amorosamente dos subúrbios, batendo nas portas dos humildes lares, e fazendo-se ouvir na voz dos que pregavam nas praças, nos mercados, nas esquinas, nas estações, e de casa em casa.
Tocando o seu violino e em companhia de alguns irmãos, Paulo Macalão despertava a atenção das almas que enchiam as estações dos subúrbios, atraindo-as com a bela mensagem dos hinos e com as pregações cheias do poder de Deus. Aliás, essas pregações já eram conhecidas na pequena comunidade evangélica de São Cristóvão.
A força com que ele pregava, a convicção com que dirigia seus ataques violentos contra o pecado, vinham sendo, há algum tempo, motivo de censura por parte daqueles que não viam no Evangelho algo que tivesse de ser pregado daquela maneira, às pressas e com uma autoridade até então nunca vista.
Censurado e incompreendido, o irmão Paulo, em setembro de 1926, decidiu pregar exclusivamente nos subúrbios da linha férrea Central do Brasil. A muitos pareceu uma atitude precipitada aquela do jovem pregador, pois dificilmente alguém se apartaria de uma igreja recém-organizada e promissora para embrenhar-se nas dificuldades e perigos daqueles subúrbios.
Mas Paulo Macalão agira assim movido pela vontade de Deus, pois, impulsionado pelo Espírito Santo e seguindo o exemplo dos discípulos do Mestre, tornar-se-ia pioneiro na evangelização no bairros de Realengo, Bangu, Parada de Lucas, Santa Cruz, Campo Grande, Ilha Grande e Macaé, ampliando a obra para outras cidades do Estado do Rio.
À medida que o Evangelho ia sendo pregado, novas igrejas eram organizadas e, filiadas a essas novas igrejas, novas congregações surgiam.
Certa vez estava ele pregando na estação de Realengo, quando um sentimento de completo abandono se apossou da sua alma. Distanciando-se um pouco de onde estava, pôs-se a observar a multidão dos que chegavam e partiam nos trens: homens, mulheres e crianças com um ar de cansaço e infelicidade, caminhavam em várias direções.
Era um povo, em sua grande maioria, fraco e doente, um rebanho triste: os rostos refletindo aborrecimento e ansiedade. Que fazer para torná-los felizes? Que fazer, também, diante do abandono e incompreensão daqueles que o deveriam ajudar a levar avante o trabalho de resgate dessas almas?
Foi quando, inesperada e docemente, descendo do alto, a inspiração divina se apossou do seu espírito e ele começou a escrever o hino “Canto do Pescador”, que, por si só, constitui-se em um registro histórico dos tempos em que o evangelho, pregado por valorosos pioneiros, sofria pressões e dificuldades de toda a ordem, em seu avanço invencível sobre ruas, bairros e cidades do então Distrito Federal, o Rio de Janeiro, para erguer-se como um poderoso farol na escuridão:
“No meu barco a remar.
Sobre as ondas, pelo mar...”
Iniciava-se assim um dos mais belos hinos da Harpa Cristã, um dos mais belos de todos os que foram reunidos ali, e aquele que melhor define o estado de ânimo que dominava o irmão Paulo, naqueles tempos de expansão do Evangelho no Brasil. Maior prova não há de sua humildade, do reconhecimento de suas limitações, e do quanto os recursos materiais lhe faltavam. Mas o hino revela também a fibra imbatível de sua resolução e vontade de levar avante o trabalho de evangelização de milhares de almas, pois bem sabia ele que aquela obra era do interesse de Deus, e estava traçada no Céu:
O meu barco não é bom,
De pescar não tenho o dom,
E me dizem que não devo continuar;
Mas Jesus me quis mandar,
E por isso vou pescar
Te que ele se apraza em me chamar.
Vou pescar os pecadores para Cristo,
Neste mundo cheio de horror;
Não mais desanimarei;
Minha rede lançarei;
Muitos peixes apanhando p’ra o Senhor.
Jefferson Magno Costa
Capítulo 4
O PESCADOR DE ALMAS
Os membros da Assembléia de Deus recém-fundada saíram a semear a preciosa semente. Os irmãos Varjão e Silvestre iniciaram um trabalho em Berford-Roxo, e o irmão Paulo Leivas Macalão começou a pregar a Palavra nos subúrbios da Central do Brasil. Era o milagre pentecostal se realizando, multiplicando incessantemente o número dos fiéis que serviam e louvavam a Deus por todas as suas maravilhas. Era a luz que começava a brilhar em lugares antes dominados pelas trevas.
Jesus se apossava amorosamente dos subúrbios, batendo nas portas dos humildes lares, e fazendo-se ouvir na voz dos que pregavam nas praças, nos mercados, nas esquinas, nas estações, e de casa em casa.
Tocando o seu violino e em companhia de alguns irmãos, Paulo Macalão despertava a atenção das almas que enchiam as estações dos subúrbios, atraindo-as com a bela mensagem dos hinos e com as pregações cheias do poder de Deus. Aliás, essas pregações já eram conhecidas na pequena comunidade evangélica de São Cristóvão.
A força com que ele pregava, a convicção com que dirigia seus ataques violentos contra o pecado, vinham sendo, há algum tempo, motivo de censura por parte daqueles que não viam no Evangelho algo que tivesse de ser pregado daquela maneira, às pressas e com uma autoridade até então nunca vista.
Censurado e incompreendido, o irmão Paulo, em setembro de 1926, decidiu pregar exclusivamente nos subúrbios da linha férrea Central do Brasil. A muitos pareceu uma atitude precipitada aquela do jovem pregador, pois dificilmente alguém se apartaria de uma igreja recém-organizada e promissora para embrenhar-se nas dificuldades e perigos daqueles subúrbios.
Mas Paulo Macalão agira assim movido pela vontade de Deus, pois, impulsionado pelo Espírito Santo e seguindo o exemplo dos discípulos do Mestre, tornar-se-ia pioneiro na evangelização no bairros de Realengo, Bangu, Parada de Lucas, Santa Cruz, Campo Grande, Ilha Grande e Macaé, ampliando a obra para outras cidades do Estado do Rio.
À medida que o Evangelho ia sendo pregado, novas igrejas eram organizadas e, filiadas a essas novas igrejas, novas congregações surgiam.
Certa vez estava ele pregando na estação de Realengo, quando um sentimento de completo abandono se apossou da sua alma. Distanciando-se um pouco de onde estava, pôs-se a observar a multidão dos que chegavam e partiam nos trens: homens, mulheres e crianças com um ar de cansaço e infelicidade, caminhavam em várias direções.
Era um povo, em sua grande maioria, fraco e doente, um rebanho triste: os rostos refletindo aborrecimento e ansiedade. Que fazer para torná-los felizes? Que fazer, também, diante do abandono e incompreensão daqueles que o deveriam ajudar a levar avante o trabalho de resgate dessas almas?
Foi quando, inesperada e docemente, descendo do alto, a inspiração divina se apossou do seu espírito e ele começou a escrever o hino “Canto do Pescador”, que, por si só, constitui-se em um registro histórico dos tempos em que o evangelho, pregado por valorosos pioneiros, sofria pressões e dificuldades de toda a ordem, em seu avanço invencível sobre ruas, bairros e cidades do então Distrito Federal, o Rio de Janeiro, para erguer-se como um poderoso farol na escuridão:
“No meu barco a remar.
Sobre as ondas, pelo mar...”
Iniciava-se assim um dos mais belos hinos da Harpa Cristã, um dos mais belos de todos os que foram reunidos ali, e aquele que melhor define o estado de ânimo que dominava o irmão Paulo, naqueles tempos de expansão do Evangelho no Brasil. Maior prova não há de sua humildade, do reconhecimento de suas limitações, e do quanto os recursos materiais lhe faltavam. Mas o hino revela também a fibra imbatível de sua resolução e vontade de levar avante o trabalho de evangelização de milhares de almas, pois bem sabia ele que aquela obra era do interesse de Deus, e estava traçada no Céu:
O meu barco não é bom,
De pescar não tenho o dom,
E me dizem que não devo continuar;
Mas Jesus me quis mandar,
E por isso vou pescar
Te que ele se apraza em me chamar.
Vou pescar os pecadores para Cristo,
Neste mundo cheio de horror;
Não mais desanimarei;
Minha rede lançarei;
Muitos peixes apanhando p’ra o Senhor.
Jefferson Magno Costa
Olá Jefferson Magno Costa, meu nome é Samuel, gostaria de saber se vc ainda tem o livro: Paulo Macalão - A chamada que Deus confirmou. Pois estou fazendo uma monografia sobre a AD madureira, vc ainda tem algum exemplar para a venda? Ou sabe onde posso conseguir?
ResponderExcluirMeu email é samuel08rj@gmail.com
Um abraço