Jefferson Magno Costa
Trascreveremos a seguir a oração com a qual o grande escritor italiano Giovanni Papini concluiu o seu magistral livro História de Cristo:
Estás ainda, dia a dia, entre nós, ó Crucificado! Conosco estarás sempre. Vives entre nós, ao nosso lado, sobre a Terra, sobre a Terra que é Tua e nossa, sobre esta Terra que Te acolheu, menino entre os meninos, e, crucificado, entre os ladrões.
Vives com os vivos, sobre a Terra dos vivos que Te servem e que amas, vivo de uma vida não humana sobre a Terra dos homens, invisível àqueles que ainda não Te conhecem nem Te seguem...
Chegou, porém, o momento em que deves voltar, em cumprimento das Tuas profecias. Antes, para buscares a Tua Igreja, e depois, para estabeleceres Mil Anos de paz na Terra.
Tu vês, Jesus, a tremenda necessidade da Tua volta para mudares a situação desastrosa em que se encontra o mundo.
Tu vês o quanto é grande essa necessidade. Não podes deixar de reconhecer o quanto ela é improrrogável, como é forte e verdadeira a angústia do mundo, sua indigência, seu desespero.
Tu sabes o quanto a Tua Igreja precisa da tua ajuda, do quanto a humanidade precisa da intervenção plena daqueles que Te representam, do quanto é necessária a Tua volta (...)
Precisamos de Ti, Senhor, somente de Ti, e de mais ninguém... Só Tu podes saber o quanto é desmensuradamente grande a necessidade da Tua presença neste mundo, do Teu amor neste mundo, da Tua real interveção neste mundo, nesta hora crítica e escatológica do mundo.
Nenhum outro ser, nenhum dos líderes que governam o mundo, nenhum dos poderosos que dormem na lama da glória pode dar aos necessitados, aos caídos na penúria atroz, na mais tremenda das misérias, a da alma, o bem insubstituível da Tua salvação.
Todos precisamos de Ti, ainda mesmo os que não sabem, e os que sabem, mais ainda do que os que não sabem.
O faminto pensa que o que lhe falta é o pão, e, no entanto tem fome de Ti, que és o Pão Vivo que desceu do Céu.
O sedento pensa que o que lhe falta é água, e tem sede de Ti, que és a Única Água que mata a nossa sede para sempre.
O enfermo ilude-se desejando a saúde, porque o seu mal é a ausência de Ti, que és o Bálsamo de Gileade.
Quem procura a beleza procura, sem saber, a Ti, que és a Beleza Total e Perfeita do universo.
Quem busca, incansavelmente, a verdade, deseja, sem o saber, a Ti, que és a Única Verdade digna de ser conhecida.
E quem se cansa de encontrar a paz, procura a Ti, que és a Única Paz que pode oferecer descanso aos mais atribulados corações.
A humanidade chora e Te chama sem saber que Te chama, e o seu grito é inexprimivelmente mais doloroso que todos os ruídos do universo.
Nós, os que Te amamos, não Te invocamos pela simples vaidade de Te poder ver como Te viram galileus e judeus, nem pelo prazer de contemplar mais uma vez os Teus olhos, nem pelo néscio orgulho de Te comover com a nossa súplica.
Nós não pedimos para ver outra vez a Tua grande Ascensão para a glória dos Céus, nem o esplendor da Tua Transfiguração naquele único dia em que brilharam no mundo dois sóis, nem ouvir os cânticos dos anjos, e ver toda a sublimidade que cercou o Teu nascimento...
Nós queremos a Ti somente, unicamente a Tua pessoa ao nosso lado, junto do nosso coração... Queremos ouvir a Tua voz de autoridade e ternura, que amedronta e põe em fuga os demônios, e encanta as crianças com sua doçura e meiguice.
Tu sabes como é grande, justamente nestes tempos, a necessidade do Teu olhar e da tua Palavra.
Tu sabes muito bem que um único olhar Teu pode transformar a nossa alma, que a Tua voz nos pode arrancar do lodo da nossa miséria infinita.
Tu sabes melhor que nós, mais profundamente que nós, que a Tua presença é urgente e inadiável, nesse momento histórico em que grande parte da humanidade não Te conhece.
Se fosses um Deus ciumento e rude, um Deus que guarda rancor, um Deus vingativo, um Deus apenas justo, não darias ouvido à nossa oração, porque todo o mal que os homens poderiam praticar contra Ti, já o praticaram; todos nós, este mesmo que Te fala com os outros, já o cometemos.
Ao fazerem tudo o que fazem hoje contra esses Teus pequeninos aos quais Tu amas tanto, eles tornaram a fazer contra Ti tudo o que aquela antiga geração de mafeitores fez contra o puro e manso Cordeiro de Deus.
Milhares de Judas beijaram-Te depois de Te haverem vendido mais de uma vez, e não por trinta moedas apenas. Legiões de fariseus, multidões de Caifás Te julgaram por malfeitor, digno do Teu suplício.
Uma eterna corja de vilões ensoberbecidos Te cobriram o rosto de cuspe e tapas, e os lacaios, os servos, os guardiões dos injustos detentores do dinheiro e do poder, Te açoitaram os ombros e Te ensanguentaram o rosto outra vez.
Milhares de Pilatos, vestidos de negro ou de púrpura, mal saídos do banho, perfumados e bem penteados e barbeados, Te entregaram milhares de vezes ao carrasco, mesmo depois de haverem reconhecido Tua inocência.
E numerosas bocas, ainda cheirando a vinho, pediram inúmeras vezes a liberdade dos ladrões, dos criminosos confessos, dos assassinos conhecidos como tais, para que Tu fosses arrastado inúmeras vezes sobre o Calvário e pregado no madeiro com pregos de ferro, forjados pelo medo e endurecidos pelo ódio.
Porém, nós, os últimos, Te esperamos. Nós Te esperamos dia após dia... e todo o amor que pudermos aninhar em nossos corações devastados será para Ti, ó Crucificado, que foste torturado por amor a nós, e que agora nos torturas com todo o poder do Teu doce e inigualável amor!
Jefferson Magno Costa
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MARANATA! VEM SENHOR JESUS
ResponderExcluirSim, Maranata tem sido há quase dois mil anos o brado solícito e triunfal da Igreja ao seu Senhor, da Noiva ao seu Noivo, que a qualquer momento virá buscá-la.
ResponderExcluirO senhor acha que por isso tudo que o mundo está passando o nosso Cristo Jesus está prestes a vir ?
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