Jefferson Magno Costa
Em várias ocasiões do seu ministério aqui na Terra, Jesus anunciou que seria morto, mas ao terceiro dia ressuscitaria. Ele referiu-se pela primeira vez aos três dias em que ficaria sepultado, quando falou sobre Jonas (Mateu 12.38-40).
Ele pregou claramente acerca de sua morte e ressurreição: “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto, e ressuscitado no terceiro dia” (Mateus 16.21. Veja também os textos paralelos de Marcos 8.31-33 e Lucas 9.22).
Após descer do monte da Transfiguração, Jesus pediu a João, a Pedro e a Tiago: “...A ninguém conteis a visão até que o Filho do Homem ressuscite dentre os mortos” (Mt 17.9). O fato é que os próprios discípulos não entendiam o significado literal daquelas palavras (Mc 9.10), e a insistência de Jesus em voltar ao assunto lhes causava tristeza (Mt 17.22,23).
Eles não compreendiam por que Jesus tinha de morrer e ressuscitar, e temiam interrogá-lo a esse respeito (Mc 9.31,32).
Porém, Jesus entrou em Jerusalém sabendo que seria morto ali, mas ao terceiro dia ressuscitaria. Isto Ele deixou bem claro, ao falar com os seus discípulos: “Eis que subimos para Jerusalém, e o filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. E o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado; mas ao terceiro dia ressurgirá” (Mt 20.18,19).
Aliás, suas afirmações sobre sua própria ressurreição foram usadas mais tarde pelos seus acusadores perante o Sinédrio, e serviram de provas contra Ele (Mc 14.58). Os fariseus e os principais sacerdotes conheciam as afirmações de Jesus sobre sua ressurreição, e temiam que ela se concretizasse (Mt 27.63).
Portanto, considerando o peso de suas afirmações sobre esse evento extraordinário e único na história (sua própria ressurreição), a Mensagem de Jesus Cristo, sua obra e sua condição de Salvador do mundo estarão alicerçadas em um lastro de certeza inabalável, caso consigamos demonstrar que a ressurreição do nosso Salvador foi um fato histórico, real, verdadeiro.
OS CRISTÃOS DA IGREJA PRIMITIVA E A FÉ NA RESURREIÇÃO
Desde o amanhecer de sua história, a Igreja tem caminhado impulsionada pela firme certeza de que Cristo venceu a morte e ressuscitou ao terceiro dia. A convicção de que Jesus ressurgiu dentre os mortos é a coluna que sustenta o edifício doutrinário do Cristianismo. Porém, se alguém conseguisse provar que Cristo jamais ressuscitou, todo esse edifício desabaria.
Paulo mostrou o quanto essa certeza é importante para nós, quando disse: “E se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé...”(1 Co 15.17a).
É certo que sem fé na ressurreição, a Igreja não teria começado em Jerusalém, nem em nenhum outro lugar. Os parentes daqueles que morriam em paz com Jesus Cristo (apesar de vítimas de algum tipo de tortura infligida pelos carrascos romanos) mandavam gravar nas lajes que fechavam as sepulturas, as catacumbas, desenhos representando a ressurreição.
Os hinos que os crentes da Igreja Primitiva cantavam falavam da ressurreição. Foi a pregação alicerçada na convicção de que Cristo ressuscitara dentre os mortos que fez com que o Cristianismo se elevasse sobre o Judaísmo e as religiões pagãs. A fé nesse acontecimento foi a responsável pela maior revolução de caráter espiritual já experimentada pela humanidade.
JESUS VENCEU A MORTE!
Além do mais, é fato histórico incontestável que nenhum grande líder, nenhum fundador de religião anunciou que morreria e em seguida ressuscitaria. Só Jesus Cristo o fez. E o que Ele disse se cumpriu! Nem Maomé, nem Buda, nem Allan Kardec, nem o próprio fundador do Judaísmo, Abraão, anunciaram que ressuscitariam, pois eles não tinham poder para isto. Até hoje, nenhum deles se levantou do pó da terra; os seus túmulos permanecem ocupados. Só o de Jesus Cristo está vazio!
Ele deixou bem claro que é o único que tem autoridade sobre a Vida e a Morte, o único que tem poder sobre sua própria vida: “...porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai” (Jo 10.17,18). Só o Filho de Deus poderia afirmar tal coisa!
A ressurreição de Jesus Cristo o coloca em uma posição isolada, única, infinitamente acima de todos os líderes espirituais e religiosos da humanidade. Todas as outras religiões estão apoiadas em homens falíveis, limitados, vencidos pela morte. Só o Cristianismo tem um Líder que venceu a morte e permanece vivo, hoje e para todo sempre!
Os restos de Maomé se encontram em um sepulcro na Arábia Saudita. Os restos mortais de Allan Kardec estão em um cemitério em Paris. Confúcio está enterrado na China. Os restos mortais de Buda foram espalhados por diferentes lugares da Índia. Só o túmulo de Jesus Cristo está vazio!
A humanidade passou a abrir o coração para a fé em nosso Salvador Jesus Cristo quando a Igreja começou a pregar “o Cristo ressurreto”. Até então seus ensinamentos, suas ações e a influência moral do seu caráter haviam marcado um certo número de pessoas, mas só após sua vitória sobre a morte, o mundo passou a ouvir, curioso e admirado, a pregação dos apóstolos baseada na ressurreição do Salvador da humanidade.
Era algo até então nunca ouvido. Os apóstolos afirmavam que a salvação só poderia ser conseguida através da fé nAquele que podia perdoar pecados, nAquele que morrera e ressuscitara: Jesus Cristo! Esta é a verdade. Eles pregavam o que haviam testemunhado!
"Os discípulos testemunharam sobre o que ouviram, o que seus próprios olhos viram, e o que tocaram com suas mãos", comentou o apologista norte-americano Josh Macdowel.
RESSURREIÇÃO: UM ACONTECIMENTO VERÍDICO
Sobre a realidade dos fatos que circundaram a morte e a ressurreição de Cristo, assim comentou o erudito Wilbur Smith:
“O lugar se acha geograficamente definido. O homem que possuía a tumba era um homem que vivia na primeira metade do primeiro século; essa tumba fora escavada no pé de um rochedo localizado em uma colina perto de Jerusalém. Não tinha sido composta por alguma mitológica teia de aranha, ou do pó das nuvens, mas de algo que tem significado geográfico. Os guardas postados diante daquela tumba não eram seres etéreos do monte Olimpo. O Sinédrio era composto por homens que se reuniam frequentemente em Jerusalém.
"Conforme nos afirma uma quantidade imensa de documentos literários, essa pessoa, Jesus, era um ser vivente, um homem entre os homens, além de tudo o mais que pudesse ser, e os discípulos que saíram a pregar o Senhor ressuscitado eram homens entre os homens, homens que comiam, bebiam, dormiam, sofriam, trabalhavam, e que morreram convictos de que Jesus Cristo ressuscitou e é real.”
Os disípulos morreram sabendo que em toda a história de Jesus, o evento mais impactante, o maior de todos os milagres ocorridos em torno de sua pessoa, foi a sua própria ressurreição. E este evento se constitui na base da pregação de todos eles.
Quando iniciaram a pregação da boa nova, constataram que os governantes e grandes do mundo estavam contra eles. Portanto, tiveram de enfrentar desprezos, ultraje, perseguições, prisões, torturas e morte cruel. Mas suportaram tudo isso corajosamente. E com regozijo. Havia então um motivo muito forte para isso! Este motivo foi a certeza da ressurreição de Cristo.
Comentando o valor do testemunho dos apóstolos, o historiador e professor de leis da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Simão Greenleaf, escreveu:
“À medida que um após o outro era condenado a uma morte miserável, os sobreviventes prosseguiam em suas pregações com renovado vigor e resolução. Os registros das batalhas militares dificilmente podem proporcionar-nos algum exemplo semelhante de heróica constância, paciência e coragem.
"Os discípulos tinham todos os motivos possíveis para revisar cuidadosamente sua fé e as provas dos grandes fatos e verdades que afirmavam; e esses motivos estavam sempre despertando a atenção deles com a mais melancólica e terrível frequência.
"Era, consequentemente, impossível os discípulos poderem continuar afirmando as verdades que narrariam mais tarde nos Evangelhos, se Jesus não houvesse realmente levantado-se do meio dos mortos, e se eles não tivessem total conhecimento desse acontecimento, tanto quanto conhecia qualquer outro.
“Se houvesse sido possível os discípulos terem se enganado sobre esse assunto, havia inúmeros fatores humanos que trabalhavam para guiá-los à descoberta desse erro e à maneira de como se livrarem dele. Se Jesus Cristo não houvesse verdadeiramente ressurgido dentre os mortos, o fato de os discípulos terem persistido na crença e na pregação de uma tão grande falsidade, depois de a terem desmascarado, era como escolher deliberadamente, por toda a vida, sofrer os terríveis males que vieram sobre eles (perseguições, prisões, espancamentos e morte).
"Eles teriam também de suportar as pontadas internas de uma consciência culpada: sem esperança de paz no futuro, sem o testemunho de uma consciência limpa, sem perspectiva de serem honrados e respeitados entre os homens, sem esperança de felicidade neste mundo e salvação eterna.”
Que acontecimento manteve, então, acesos e inabaláveis os ânimos e a fé dos discípulos e da Igreja por eles dirigida? A ressurreição de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! Não existe, na história da humanidade, um acontecimento que disponha de tanta solidez de provas que confirmam sua realidade e autenticidade, como o grandioso acontecimento da ressurreição do nosso Salvador!
Jefferson Magno Costa
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