Jefferson Magno Costa
A Igreja do Nosso Senhor Jesus Cristo teve como base para o seu estabelecimento no mundo a pregação da ressurreição do nosso Salvador. Se Cristo não tivesse ressuscitado, a Igreja não teria surgido. A crença na Ressurreição de Jesus e em sua missão como Salvador da humanidade passou a ser o alicerce da ação evangelística da Igreja, determinando, inclusive, as condições para a escolha de novos discípulos:
“É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição” (Atos 1.21,22).
A Igreja teve o seu início por volta do ano 32 d.C. Ela não surgiu como obra do acaso. Houve um acontecimento que marcou a sua fundação e definiu a base de sua mensagem: a Ressurreição do nosso Salvador! E essa pregação, fundamentada em algo que a humanidade nunca vira nem ouvira antes, abalou o mundo:
“... Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (Atos 17.6). Segundo a expressão de um historiador, a Igreja Primitiva, com sua mensagem baseada na Ressurreição de Cristo, “virou de cabeça para baixo o mundo do seu tempo.” O discurso de Pedro no dia de Pentecoste teve como base a Ressurreição de Jesus (Atos 2.23,24;31.32), assim como também no Templo (At 3.14,15,26), perante o Sinédrio (At 4.10;5.30) e na casa de Cornélio (At 10.39-41).
Da mesma forma, a pregação do apóstolo Paulo em Antioquia fundamentou-se na Ressurreição de Jesus (At 13.29-39). Em Atenas, pregando no Areópago, Paulo viu sua palavra ser rejeitada logo após ele haver afirmado que Deus ressuscitara Cristo dentre os mortos (At 17.30,31). O tema da Ressurreição de Cristo era um assunto tão estranho para a época de Paulo, que outra vez ele foi interrompido quando pregava diante do rei Agripa. Desta feita foi Festo quem o interrompeu, tratando-o por “louco” (At 26.22-24).
Portanto, foi a Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo que impulsionou o pequeno grupo dos seus seguidores a darem continuidade ao movimento de transformação do mundo iniciado por Jesus. A Igreja, funcionando como instituição divina, passou a pregar o Evangelho, tendo como base a Ressurreição do nosso Salvador.
SEGUNDO FENÔMENO: A OBSERVÂNCIA DO DIA CRISTÃO
Outro acontecimento histórico inegavelmente ocorrido após a Ressurreição de Jesus Cristo foi a observância do domingo como dia de culto para os cristãos, observância esta iniciada também por volta do ano 32 d.C. Todos nós sabemos que guardar o sábado, e não o domingo, é uma das colunas sobre as quais se apóia o judaísmo. Isto era rigorosamente observado pelos judeus no tempo de Jesus.
Temos de considerar que os primeiros cristãos vieram do judaísmo e, como bons judeus, guardavam o sábado antes de se converterem ao cristianismo. O que os teria levado então a trocar a observância do sábado pelo domingo? O fato de Cristo ter ressurgido dentre os mortos na manhã de domingo!
Só um acontecimento extraordinariamente significativo levaria um judeu, normalmente fanático na observância de suas práticas religiosas, a quebrar um dos mais rigorosos preceitos da Lei: a guarda do sábado como um dia sagrado. Diante disto, argumenta um grande apologista:
“Esta alteração no calendário foi monumental, e algo semelhante a um cataclismo deve ter acontecido para mudar o dia de culto do sábado judaico, o sétimo dia da semana, para o domingo, o primeiro. Os cristãos diziam que esta alteração ocorreu por causa do seu desejo de comemorar a ressurreição de Jesus dentre os mortos. Esta mudança é tanto mais notável quanto nos lembramos de que os primeiros cristãos eram judeus. Se a ressurreição não explica esta monumental reviravolta, que é o que explica, então?”
A ressurreição de Cristo é a resposta!
TERCEIRO FENÔMENO: A CEIA DO SENHOR E O SEU SIGNIFICADO
Os evangelistas Mateus (26.26-28), Marcos (14.22-24) e Lucas (22.19,20) mostraram qual foi a profunda significação da última vez que Jesus Cristo reuniu os seus discípulos para cear com eles: aquela cerimônia, realizada em plena Páscoa, serviria como recordação de sua morte. Seria motivo de tristeza, portanto; haja vista que naquela mesma ocasião, o traidor Judas foi revelado (Mt 26.20-25; Mc 14.17-21; Lc 22.21-23 e Jo 13.21-30).
Porém, em Atos 2.46, vemos que a Ceia passou a ser motivo de alegria, de regozijo. O que teria mudado então o sentimento de tristeza que caracterizou a Última Ceia celebrada por Jesus e os discípulos, em uma comunhão de gozo espiritual, gratidão e alegria que caracteriza ontem e hoje as reuniões da Igreja em todo o mundo, quando os irmãos se reúnem para celebrar a morte do Filho de Deus? Sua Ressurreição dentre os mortos!
Se Cristo não tivesse vencido a morte, a celebração da Santa Ceia não existiria hoje, e se existisse, seria uma cerimônia de tristeza, lágrimas e luto.
QUARTO FENÔMENO: O BATISMO COMO SÍMBOLO DA RESSURREIÇÃO DE JESUS
Contrariando o ritual da circuncisão observado pelos judeus, a Igreja, já a partir dos seus primeiros membros, passou a não circuncidar os novos convertidos, e sim a batizá-los, assim como Jesus havia sido batizado (Mt 3.16). Paulo, que também foi batizado em águas (At 2.16), explicou que nós nos unimos a Cristo em sua morte e ressurreição através do batismo (Rm 6.1-6; Cl 2.12). Portanto, o batismo tem como fundamento a certeza de que Cristo ressurgiu dentre os mortos!
Eis os quatro principais fenômenos históricos ocorridos após a ressurreição do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Jefferson Magno Costa
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