Jefferson Magno Costa
Em novembro de 2008 estive no salão nobre da Academia Brasileira de Letras, também conhecida como Casa Machado de Assis, no centro do Rio de Janeiro, por ocasião do lançamento do projeto Bíblia Manuscrita.
As principais lideranças evangélicas do Rio de Janeiro e a cúpula da SBB estavam presentes. Tive o prazer de ouvir as preleções de dois grandes amigos meus, homens de Deus, estudiosos da Palavra e detentores de grande erudição: o Rev. Dr. Erní Walter Seibert, Secretário de Comunicação e Ação Social da SBB, e o pastor Eude Martins da Silva, Coordenador do Ano da Bíblia e meu amigo há 28 anos.
Eu praticamente bebi as palavras daquelas duas “enciclopédias ambulantes”. Devo confessar, porém, que na fala deles faltou algo de extrema relevância, já que estávamos na chamada Casa de Machado de Assis: uma breve referência a esse homem mulato, gago e epilético, filho de um pintor de paredes e uma lavadeira, que nasceu no morro do Livramento em 1839, nunca frequentou qualquer instituição regular de ensino, mas sempre estudou autodidaticamente, e foi considerado, pelos maiores críticos de literatura do mundo, o maior escritor da América Latina e um dos maiores gênios da literatura mundial.
Então, pensei: Se Machado de Assis estivesse ali, na Academia Brasileira de Letras, sua “casa”, o que eu lhe diria? O que eu diria a um escritor cuja obra comecei a ler no bairro do Alecrim (e, pasmem, o nome da rua é Machado de Assis!), em Natal, aos 15 anos de idade, devorando os 31 volumes de suas Obras Completas em menos de dois anos?
O que eu diria de relevante ao homem que me ensinou a gostar de todos os gêneros literários — tão brilhantemente exercitados por ele na sua prosa bela, serena, corretíssima, puro cristal e melodia; àquele que me preparou literariamente para, mais tarde, enfrentar os desafios dos textos jornalísticos que a CPAD me encarregaria de escrever?
Eu diria: “Mestre Machado de Assis, vim a esta academia a fim de participar do lançamento de um livro que supera toda a genialidade dos seus romances, contos, ensaios, suas crônicas, peças, poesias e críticas literárias. Este livro é a Bíblia.
"Nenhum outro livro proporcionou ao meu coração a alegria que sinto hoje, e a convicção de que estou guardado por Cristo neste mundo, e que há uma eternidade celestial à minha espera.
“Prezado patrono das letras brasileiras, eu cri e sirvo ao Deus que inspirou esse Livro. Suas promessas me dão a certeza de que disponho no céu de tesouros diante dos as dezenas de bilhões de dólares de Bill Gates não passam de um montão de lixo.
"Diante do lar celestial que Jesus preparou para mim, a mais rica mansão de Bill Gates não passa de um barraco.
“Então, caro Machado, não perca mais tempo com a trama de Dom Casmurro; pouco importa se Capitu traiu ou não Bentinho. O que interessa é saber que Jesus nos comprou com o Seu sangue derramado na cruz do Calvário, e que jamais nos trairá”.
Isto e muitas, muitas outras coisas eu diria a Machado de Assis, caso me tivessem dado a oportunidade de falar na tribuna do salão da Academia Brasileira de Letras.
Jefferson Magno Costa
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