Jefferson Magno Costa
As mais antigas provas que confirmam a existência de um culto religioso a um único Deus por parte dos primeiro seres humanos foram encontradas no interior de algumas cavernas. Entre elas destacam-se a caverna de Chu-Tien, na China, e a que é conhecida como Cova do Dragão, localizada em Saint Gallen, na Suíça.
Foi no interior dessa última que o antropólogo Emil Bächelar descobriu ossos longos e crânios de ursos enterrados. A forma curiosa como aqueles ossos haviam sido depositados ali levou Bächelar a enunciar prudentemente a hipótese de que se tratavam de vestígios de um culto religioso.
Os caçadores de urso do paleolítico tinham sepultado, nessas e em outras cavernas, com os focinhos sempre voltados para a direção onde nasce o Sol, os crânios dos ursos sacrificados. Isso indicava, conforme a conclusão de Bächelar, que o homem daquela época cria na existência de Deus, e o Sol era um de seus símbolos. “Trata-se aqui de um lugar de culto e de sacrifícios que os primeiros homens ofereceram a Deus”, concluiu o antropólogo.
Mas que motivo teria levado muitos dos mais antigos habitantes da terra a se utilizarem de cavernas como locais de culto, e a depositarem nelas ossos de animais de caça? O motivo é curioso e simples, segundo comentário do antropólogo Paul Chalus: “Esses lugares subterrâneos, cheios de formas estranhas, de fontes e de reflexos, de sussurros e de ecos desusados e desconhecidos na superfície da terra, ‘sobrenaturais’, transformavam-se, na imaginação dos primeiros seres humanos, em portas para o outro mundo, em lugares nos quais eles podiam tentar algum contato com Deus” (El Hombre y la Religion: Del Paleolítico al Primer Milenio Anterior a Nuestra Era. p. 45).
O atento e minucioso estudo do interior dessas cavernas confirma o comentário de Paul Challus. Vários indícios mostram que os primeiros homens as consideravam com símbolos naturais do “Grande Mistério”, como uma espécie de santuário. Falando do local onde descobriu esses vestígios de culto realizado pelos primeiros homens, Emil Bächelar diz que “partes dificilmente acessíveis, que estavam na escuridão completa ou apenas debilmente iluminadas por uma luz bruxuleante, causam ainda hoje às pessoas que entram nelas uma impressão misteriosa”.
SACRIFÍCIOS DE PRIMÍCIAS
Após essa importante descoberta realizada por Emil Bächelar, outro antropólogo, Osvald Menghin, apresentou um estudo afirmando que os crânios e os ossos longos de ursos encontrados nas cavernas representavam a mais antiga forma de culto de agradecimento do homem pré-histórico ao Ser Supremo.
Em seguida, o renomado Guilherme Schmidt concluiu, após longos estudos, que aqueles ossos simbolizavam “sacrifícios de primícias”, e esclareceu: “Já a mais antiga religião comum da humanidade conhecia e praticava o sacrifício de primícias, e só este sacrifício, como elemento geral na prática de sua cultura religiosa.”
Tais sacrifícios, segundo a conclusão a que o grande estudioso austríaco chegou na sua magistral obra A origem da Ideia de Deus, eram oferecidos ao Ser Supremo. Diante destas descobertas (tão importantes para os estudiosos da Bíblia), Georg Siegmund fez estas profundas reflexões:
“O sacrifício de primícias representa um reconhecimento do dever de homenagem ao Dono e Proprietário Supremo da Vida, que mandou o animal que foi caçado. Ao agradecimento pela presa de caça conseguida, une-se o pedido de o Ser Supremo proporcioná-la outra vez no futuro. As ofertas de sacrifício provêm sempre do mundo dos seres vivos; são plantas ou animais de que o explorador da vida selvagem se apropriou como alimentos para viver a sua própria vida” (A Crença do Homem Primitivo, p. 75).
O fato de esses sacrifícos ser "de primícias", e nesses sacrifícios ter havido participação de elementos do reino vegetal e componentes do reino animal nos faz lembrar o episódio que envolveu Caim e Abel (Gn 4.2-11), quando, apresentando a Deus como oferta seus "sacrifícios de primícias", fizeram uso das “primícias do campo” (componente vegetal) e das “primícias do rebanho” (componente animal). Isto se constinuem em mais uma prova da admirável fidelidade da Bíblia quanto ao registro das primeiras práticas religiosas do ser humano!
Jefferson Magno Costa
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