domingo, 28 de novembro de 2010

UM POUCO DE POESIA À SOMBRA DO GÓLGOTA

Jefferson Magno Costa



O nascimento, o ministério, os ensinamentos, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo constituem o alicerce do cristianismo. Cristo não foi um líder a mais a fundar uma religião, mas o único que, com o seu sangue derramado na cruz do Calvário, abriu para a humanidade o único caminho que conduz ao Céu.
     No decorrer de quase dois mil anos, o cristianismo tem inspirado inumeráveis obras literárias. Por não querer cometer o pecado da prolixidade, reuni aqui tão-somente quatro poemas sobre o significado da morte de Jesus.
     Dois deles foram escritos por poetas com quem eu tive o privilégio de conviver (Joanyr de Oliveira e Gióia Junior), servos de Deus que já partiram para encontrar-se com o Senhor Jesus, que lhes havia inspirado os mais belos poemas. Foram convocados para participar do encontro de poetas que já tem data marcada para acontecer no Céu, sob a liderança do sublime e inspiradíssimo salmista Davi, quando todos contemplaremos o mais belo Poema do Universo, Jesus Cristo. Esse encontro eu jamais quero perder. 
     Entre esses poemas, inclui um soneto que escrevi em 1986 (naquela época, com vinte e poucos anos, eu era ingênuo o suficiente para cometer este e outros atentados contra a poesia).


SENHOR, EU VEJO
Joanyr de Oliveira

Com alguns pregos
trêmulos e um madeiro
pesado de angústias
e remorsos futuros
feriram-te, Cristo.
Hoje, Senhor, eu vejo.

Todo o peso do inferno
e a humana culpa
sobre ti desabaram
na extrema hora
da amarga colheita.
(Mas de plena vitória
sobre os braços da morte.)
Hoje, Senhor, eu vejo.

E eu lá estava, Jesus,
nessa carga de fel
e de agudo silêncio.
Teus olhos em sangue
sobre mim pousaram.
As gotas da fronte
apagaram abismos
de minhas trevas.
Hoje, Senhor eu vejo.

Vera vida brotou
de tua morte, Cristo.
E as colunas da noite
mergulhadas em pânico
gotejaram seu medo.
Mesmo os céus rasgaram
as cortinas do azul.

Em teu corpo moído
as máguas e as dores
deste mundo insano,
deste mundo em pântanos,
deste mundo infame.
Hoje, Senhor, eu vejo.

RECONQUISTA UNIVERSAL NO GÓLGOTA
Jefferson Magno Costa
Prego e carne,
têmpora e espinho,
lábios, sede
e sangue

soerguidos em cruz:
por entre pedras,
trapos de véu,
tremores

e túmulos iluminados,
rasgam um caminho,
vertical e límpido.

Equilibram, pesam
e compram
horizontes reencontrados.

A GRANDEZA DO AMOR DIVINO
José de Abreu Albano
Amar é desejar o sofrimento,
E contentar-se só de ter sofrido,
Sem um suspiro vão, sem um gemido,
No mal mais doloroso e mais cruento.

É viver desta vida tão isento
E neste mundo enfim tão esquecido,
É por o seu cuidar num só sentido,
E todo o seu sentir num só tormento.

É viver qual humilde carpinteiro,
De rudes pescadores rodeado,
Caminhando ao suplício derradeiro.

É viver sem carinho nem agrado,
E ser enfim vendido por dinheiro,
E entre ladrões, morrer crucificado.

ENCONTRO
Gióia Júnior

No espaço
sem luz
um traço
seduz.

Reduz
cansaço,
conduz
meus passos.

E avisto
o espaço
em luz.

– É Cristo
nos braços
da cruz!

Jefferson Magno Costa

2 comentários:

  1. Olá!
    Lindo poema!!!
    Destaco os versos "um traço seduz. Reduz
    cansaço".

    ResponderExcluir
  2. Olá, grande poetisa Débora Garcia Tavares! Quantos anos, heim? Pelo que vi no seu blog (entrei nele há pouco, e li-o parcialmente; pretendo lê-lo com mais calma) além de uma filha, você tem produzido outros belíssimos poemas. Mantenhamos, se possível, o contato.

    ResponderExcluir

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