sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

O DEVER DOS SOLDADOS

      Conforme argumentou o genial e inspiradíssimo teólogo africano Aurélio Agostinho, dormindo ou acordados, os guardas seriam condenados à morte por terem deixado o corpo de Cristo ser roubado; teriam sido presos e executados caso as autoridades judaicas não tivessem intercedido por eles. “Se estavam acordados, por que deixaram alguém roubar o corpo de Jesus? E se estavam dormindo, como poderiam declarar que foram os discípulos que furtaram o corpo de Jesus?”, pergunta Agostinho. Ninguém sabe o que está acontecendo quando se está dormindo.

     Adormecidos, como os guardas poderiam afirmar que o corpo de Cristo havia sido roubado, se eles nada estavam vendo, e que provas poderiam apresentar contra os apóstolos, quando se sabe que quem está dormindo nenhum conhecimento tem do que sucede ao seu redor?
     O apologistra norte-americano Paul Little, destacando a falsidade dessa história, pergunta: “Que delegado ou juiz lhe daria ouvidos se o leitor dissesse a ele que durante o seu sono o vizinho tinha entrado na sua casa e roubado o seu televisor? Um testemunho desta espécie seria alvo de galhofa em qualquer tribunal.”

O CARÁTER DOS APÓSTOLOS
     O segundo argumento que esmaga a teoria do roubo do corpo de Jesus está alicerçado no caráter dos apóstolos. Nem os mais violentos críticos racionalistas duvidam hoje da honestidade daqueles homens. Violar a sepultura do Mestre e roubar o seu corpo era algo que se chocava violentamente com tudo o que eles haviam aprendido com o próprio Jesus.
     Os discípulos eram incapazes de praticar tal coisa. Diante deles existiam duas barreiras: a ética e a psicológica. Violar sepulturas era um crime entre os judeus e entre os romanos. As leis romanas condenavam à morte os ladrões de sepulcros.
     Além do mais, com que finalidade os discípulos roubariam o corpo de Jesus? Com o propósito de saírem pregando que Cristo ressuscitara? Que vantagem eles tirariam disso? Nenhuma; só desvantagens, tanto nesta vida (as perseguições e mortes sofridas pelas discípulos e pela Igreja nos três primeiros séculos do cristianismo), como na outra: o castigo eterno reservado a todos os mentirosos.
     Aliás, se Cristo não tivesse ressuscitado, os discípulos teriam se considerados enganados pelas muitas afirmações de Jesus quanto à sua ressurreição, e esperado inutilmente que Ele ressurgisse dentre os mortos. Caberia a eles colaborar com quem os enganara? De forma nenhuma!
     Devemos atentar também para o fato de que a afirmação: “Cristo venceu a morte e está vivo outra vez!” custou a vida de milhões de pessoas, a começar pelos discípulos, desdobrando-se na execução de milhares de pessoas convertidas ao Evangelho nos primeiros séculos da história da Igreja, mediante essa pregação.
     Seriam os discípulos destituídos de sentimentos a ponto de, com indiferença, verem morrer tantas pessoas inocentes (inclusive muitos parentes deles mesmos), pelo simples fato de elas terem confessado sua fé na pregação deles sobre um homem que fora crucificado, mas que na verdade não ressuscitara? Não! Eles jamais fariam tal coisa.
     E lembremo-nos de que os próprios discípulos também sofreram na pele as consequências da afirmação de que Cristo ressuscitara: foram perseguidos, castigados e mortos. Se o que pregavam sobre o Cristo ressurreto fosse mentira, eles não teriam persistido nessa mentira até à última consequência, a morte.
     Sobre este aspecto da questão, assim comentou um historiador norte-americano: “Cada um dos discípulos enfrentou a prova da tortura e do martírio pelas suas afirmações e suas crenças. Os homens morrerão por aquilo que eles creem ser verdadeiro, ainda que isso seja efetivamente falso. Não morrem, contudo, pelo que sabem ser uma mentira. Se alguma vez um homem falará a verdade, será na hora da sua morte.”
     O filósofo francês Blaise Pascal costumava dizer: “Eu acredito em testemunhas que se deixam matar.” Ou seja: ele acreditava em testemunhas que morrem afirmando aquilo em que creem. E tanto os discípulos de Jesus como milhões de crentes, durante principalmente os três primeiros séculos do cristianismo, foram duramente perseguidos e mortos, mas partiram para a eternidade afirmando uma coisa: Que Jesus Cristo, o Salvador do mundo, morrera, mas ao terceiro dia ressuscitara dentre os mortos!
     E esta esperança está dentro de todos nós, os que O aceitamos como Salvador: Os que morrerem fiéis ao que Ele ensinou, e convictos da salvação que Ele nos trouxe, ressuscitarão um dia para reinar com Ele no Céu!
     Portanto, os discípulos jamais poderiam ter roubado o corpo de Jesus para depois se tornarem testemunhas de uma mentira. Não! Eles eram testemunhas oculares de uma verdade (At 1.22;3.15;13.30,31; 1 Co 9.1;15.11).

AS IMPOSSIBILIDADES FÍSICAS QUE IMPEDIAM DE OS DISCÍPULOS ROUBAREM O CORPO DE JESUS
     Além das barreiras psicológica e ética que impediam os discípulos de roubarem o corpo de Jesus, existiam também as impossibilidades físicas. Ei-las:
     a) Os discípulos teriam de se aproximar do túmulo sem serem vistos pelos guardas, e isto era praticamente impossível, pois durante aqueles três dias, nada em toda a Palestina estava sendo tão bem guardado como o túmulo de Cristo;
     b) A hipótese de que para roubarem o corpo de Jesus os discípulos tiveram de enfrentar e vencer os guardas é ridícula: como simples homens, sem preparo militar ou habilidade no uso de armas, poderiam enfrentar e vencer soldados romanos bem armados, atentos e experientes?
     c) A hipótese de corrupção também é outra que deve ser descartada. Os guardas jamais concordariam em se deixar subornar pelos discípulos, pois teriam em seguida de dar explicações às autoridades sobre o desaparecimento do corpo de Jesus. Receber dinheiro dos discípulos e deixá-los violar a sepultura e roubar algo que estava sob o cuidado deles é de todo inadmissível, quando consideramos a rigorosa disciplina romana com relação às sentinelas.
     A guarda que Pilatos entregara aos principais sacerdotes e fariseus para vigiar o túmulo de Jesus sabia que qualquer negligência naquele serviço resultaria em pena de morte. A sentinela que fosse encontrada dormindo no posto de vigilância era condenada à morte pelas leis romanas. Comandando os soldados estava um centurião.
     Segundo antigos escritores, esse homem chamava-se Petrônio. Certamente ele era o mesmo que reconhecera a divindade de Jesus, quando o Salvador expirou no Calvário (Mt 27.34).
     Como soldados do Império Romano, treinados sob rigorosa disciplina, o centurião e os seus comandados tinham todas as condições de cumprir as ordens do Governador. Todos eles haviam jurado lealdade ao César, e Pilatos representava naquele caso a pessoa do Imperador.
     Segundo comentário de um erudito católico, nunca um “criminoso” havia causado tanta preocupação, mesmo depois de ter sido executado. A preocupação em evitar que o corpo de Jesus fosse roubado era tanta, que eles selaram a grande pedra que fechava a entrada da sepultura com o selo imperial de Roma (Mt 27.66).
     Mostrando ser impossível a hipótese do suborno dos soldados romanos pelos discípulos, e destacando a importância que o selo sobre a pedra do túmulo tinha para os soldados, assim comentou o professor Alberto Roper:
     “O selo romano, fixado à pedra que tapava o túmulo, era para eles muito mais sagrado que toda a filosofia de Israel ou a santidade de seu antigo credo. Soldados que tinham suficiente sangue frio para lançar sorte sobre a túnica de uma vítima agonizante, não são a classe de homens que se deixa enganar por tímidos galileus, nem tampouco arriscam seus pescoços romanos dormindo no posto.”

A IMPOSSIBILIDADE DE OS DISCÍPULOS TEREM CAVADO UM TÚNEL ATÉ O CORPO DE JESUS
     Sendo impossível os discípulos se aproximarem do sepulcro de Cristo sem serem vistos pelos guardas, temos que considerar também a impossibilidade de eles terem cavado um túnel na rocha em tão pouco tempo e sem serem ouvidos.
     Porém, caso isso tivesse acontecido, teriam ficado os sinais: o túnel aberto pelos discípulos teria sido apresentado pelas autoridades judaicas como prova de que os discípulos haviam roubado o corpo de Cristo, e em seguida passado a pregar uma ressurreição forjada, falsa.
     Mas as autoridades nada puderam apresentar, pois não havia nada que levasse qualquer pessoa em Jerusalém a aceitar a absurda teoria do roubo do corpo de Jesus. O nosso Salvador, acima de qualquer dúvida, havia ressuscitado!
Jefferson Magno Costa

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

EM VEZ DE TER RESSUSCITADO, JESUS TERIA TIDO O SEU CORPO ROUBADO?

Jefferson Magno Costa
     Sabedores de que a vitória de Cristo sobre a morte foi o acontecimento que determinou o início da propagação do Evangelho no mundo, e estabeleceu a base de confirmação e segurança para a pregação da Igreja, os inimigos do Cristianismo têm desfechado inúmeros ataques contra o grandioso acontecimento da ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, afirmando que esse sublime e único evento jamais aconteceu. E na intenção de conseguirem seu intento diabólico, eles inventaram várias teorias.
     A primeira delas começou a circular em Jerusalém no próprio dia em que Cristo ressuscitou. Foi a teoria do roubo do corpo.

O CORPO DE CRISTO TERIA SIDO ROUBADO?
     Na tentativa de invalidarem o testemunho do túmulo vazio, os principais sacerdotes e anciãos judeus deram dinheiro aos guardas que lhes haviam trazido a notícia de que o corpo de Jesus tinha desaparecido do túmulo, e instruíram os guardas a sair contando que os discípulos de Jesus haviam aparecido de noite e roubado o corpo, enquanto eles dormiam.
     O episódio foi registrado por Mateus (28.11-15): “E, indo eles, eis que alguns da guarda foram à cidade e contaram aos principais tudo o que sucedera. Reunindo-se eles em conselho com os anciãos, deram grande soma de dinheiro aos soldados, recomendando-lhes que dissessem: Vieram de noite os discípulos dele e o roubaram, enquanto dormíamos. Caso isto chegue ao conhecimento do governador, nós o persuadiremos, e vos poremos em segurança. Eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. Esta versão divulgou-se entre os judeus até o dia de hoje.”
     Ora, essa desonesta intenção de tentar explicar porque o túmulo de Jesus aparecera vazio ao terceiro dia baseou-se em uma história tão flagrantemente mentirosa, que o evangelista Mateus nem sequer perdeu tempo em refutá-la: qualquer pessoa daquela época poderia descobrir que aquela história dos guardas era falsa. Bastava considerar os seguintes aspectos da questão:
Jefferson Magno Costa

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

AS AUTORIDADES JUDAICAS TERIAM REMOVIDO O CORPO DE JESUS DO TÚMULO, COM MEDO DE QUE OS DISCÍPULOS O ROUBASSEM?

Jefferson Magno Costa
      
     Outra teoria inventada pelos inimigos do Evangelho apoia-se na afirmação de que, para impedir que os discípulos roubassem o corpo de Jesus, as autoridades judaicas o teriam removido do túmulo emprestado por José de Arimateia, e colocado o corpo em um lugar seguro e desconhecido de todos.
     Ora, essa teoria anula-se por si mesma quando lembramos que as autoridades judaicas tinham colocado um pelotão de soldados guardando a entrada do túmulo de Jesus, pois temiam que o desaparecimento do corpo pudesse levar o povo a crer na ressurreição de Cristo, predita por Ele mesmo para ocorrer no terceiro dia após o sepultamento. Eles não iriam, portanto, contribuir para o início dessa crença, ao removerem e esconderem o corpo de Cristo em outro lugar.
     Além do mais, sabe-se que, diante da pregação dos discípulos sobre a Ressurreição do nosso Salvador, as autoridades judaicas ficaram iradas, mas nada conseguiram fazer para silenciá-los. Nem prendendo-os, espancando-os e ameaçando-os, conforme está registrado no capítulo 4 de Atos, conseguiram silenciar os apóstolos.
     Mas havia um meio eficaz, infalível, que desmascararia e calaria a pregação dos discípulos e da Igreja, caso as autoridades romanas tivessem removido o corpo de Jesus para outro lugar. Conforme comentário do grande apologista norte-americano Paul Little:
     “Estivessem eles (os romanos e os judeus) de posse do corpo de Cristo, bastaria que o levassem em desfile pelas ruas de Jerusalém. Com um golpe certeiro eles teriam extinguido com êxito o Cristianismo no berço. Que não tenham feito isto traz um eloquente testemunho de que eles não tinham o corpo”.
     Portanto, é impossível que o Corpo de Cristo tenha sido roubado, quer pelos apóstolos, quer pelas autoridades judaicas ou romanas. Pouco mais de seis semanas após a ressurreição de Cristo, Jerusalém começou a ser abalada pela pregação dos apóstolos.
     Eles estavam pregando para cima e para baixo, dizendo que Cristo ressuscitara. Isto estava incomodando tremendamente os inimigos do Evangelho. Se o corpo de Cristo pudesse ser encontrado em algum lugar, ninguém tenha dúvida de que ele seria apresentado ao povo, e isto serviria para colocar os discípulos na condição de mentirosos perante todos.
     Porém, as autoridades não tinham nenhum cadáver para apresentar, pois nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo vencera a morte e ressuscitara!
 
Jefferson Magno Costa

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

AS MULHERES TERIAM ERRADO O LOCAL ONDE ESTAVA O VERDADEIRO TÚMULO DE JESUS, E VISITADO UM TÚMULO VAZIO, E ESPALHADO ENGANADAMENTE A NOTÍCIA DE QUE ELE RESSUSCITARA?

Jefferson Magno Costa
E VISITADO UM TÚMULO VAZIO, E ESPALHADO ENGANADAMENTE A NOTÍCIA DE QUE ELE RESSUSCITARA?

     Foi o historiador alemão Kirsopp Lake quem criou, no início do século 20 (em 1907), a teoria de que as mulheres que se dirigiram ao túmulo de Jesus na madrugada do domingo da Ressurreição, por estarem profundamente tristes, erraram o caminho e se dirigiram a um outro túmulo, que já estava vazio, mas não era o que pertencia a José de Arimatéia, dentro do qual o corpo de Jesus havia sido colocado.
     Daí a razão de terem imaginado que Cristo havia ressuscitado, e saírem divulgando equivocadamente a notícia de que Jesus ressuscitara. Porém, é impossível que esse engano tenha acontecido.
      Eis 6 razões que cromprovam isto:
     1) Inicialmente, devemos levar em conta que o corpo de Jesus Cristo não havia sido sepultado em um cemitério público, e sim em um sepulcro particular. Não havia, portanto, outros sepulcros para estabelecer a confusão;
     2) Por mais tristes que as mulheres pudessem estar, era impossível elas terem-se esquecido, após o curto período de menos de 72 horas (três dias), do lugar exato onde o corpo de Cristo havia sido sepultado, pois elas mesmas tinham estado presentes ao sepultamento (Mt 27.57-61; Mc 15.47; Lc 23.55). Portanto, elas jamais poderiam errar o túmulo.
     3) Mas caso as mulheres tivessem se enganado e se dirigido a um túmulo errado, os príncipes dos sacerdotes e dos fariseus teriam ido ao túmulo certo para de lá retirarem o corpo de Jesus e o apresentarem ao povo como prova de que Ele não ressuscitara. Teriam calado a boca dos discípulos para sempre. Mas eles não puderam fazer isso, porque Jesus já ressuscitara!
     4) Se as mulheres tivessem se enganado, Pedro e João, quando correram para comprovar se realmente Cristo ressuscitara, não teriam errado o túmulo (Jo 20.2-10).
     5) E havia uma pessoa que jamais se enganaria acerca do lugar onde o corpo de Cristo fora sepultado: José de Arimateia, dono do sepulcro.
     6) Mas se todos os seres humanos tivessem errado, o ser celestial que moveu a pedra jamais teria se enganado, quando disse às mulheres: “Ele não está aqui: ressuscitou como havia dito. Vinde ver onde ele jazia” (Mt 28.6).
     Portanto, é impossível negar a Ressurreição de Cristo! Tudo confirma que Ele ressuscitou. Não há, em toda a história da humanidade um acontecimento tão extraordinário e possuidor de tantos argumentos que comprovam sua realidade e autenticidade.
     Conta-se que um certo pastor, conversando com o fundador de uma seita que perguntava ao pastor se existia alguma fórmula de fazer sua seita prosperar e crescer, ouviu do pastor a seguinte resposta:
     “Ah, sua seita não está prosperando? Pois eu conheço uma fómula infalível de torná-la um sucesso e conhecida no mundo inteiro: Faça-se crucificar numa sexta-feira... e procure ressuscitar no domingo!” O fundador da seita olhou espantado para o pastor, deu meio-volta e afastou-se rapidamente. Ou seja: a Ressurreição de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é um acontecimento único na História. Ninguém conseguirá repeti-lo!

 
Jefferson Magno Costa

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

O QUE DIFERENCIOU A ESTRELA DE BELÉM DO ANJO E DOS PASTORES DE BELÉM

Jefferson Magno Costa

     







 

Os magos disseram que viram a estrela no Oriente (Mt 2.2). Ora, a estrela podia ser vista muito bem de muito longe, como se veem as outras estrelas, mas ela foi buscar os magos na terra deles.
     












 Neste esforço e na extensão desse caminho a estrela que guiou os magos superou muito o anjo que apareceu aos pastores (Lc 2.8,9). O anjo também iluminou os pastores (Lc 2.9), e também lhes anunciou o nascimento de Cristo (Lc 2.10,11).
     












 Mas até onde o anjo conduziu essa luz e esse evangelho? Não às terras do Oriente ou a outras terras remotas, como a estrela; mas a quatro passos da cidade de Belém, e nos próprios arredores dela, um percurso muito curto, portanto (Lc 2.15).

    








 A distância que separa Belém do Oriente é a diferença do que representou o trabalho da estrela do trabalho do anjo para anunciar a Cristo.

     












 Podemos visualizar muito bem essa diferença comparando a estrela com o anjo, e também comparando a estrela com os próprios pastores.

     












 Esses pastores de Belém são os mais celebrados da Igreja. São aqueles que a própria Igreja apresenta como exemplo aos pastores de almas.

     







 

Mas o que fizeram ou o que faziam esses bons pastores? Eram tão zelosos e vigilantes do seu rebanho, que mesmo sendo noite avançada, não dormiam, mas guardavam e velavam suas ovelhas.

     










 
Muito bem. Mas não sei se vocês observaram um detalhe que o evangelista informa sobre o lugar e o rebanho. Sobre o lugar, o evangelista diz que os pastores estavam em sua própria região, e acerca do rebanho, diz que as ovelhas eram suas.
     









 
E nestas duas coisas consiste a vantagem que a estrela levou sobre os pastores. Os pastores estavam na sua região, e a estrela foi anunciar a Cristo em regiões estranhas.

     








 

Os pastores guardavam as suas ovelhas, e a estrela foi buscar ovelhas para Cristo. E entre estar na sua cidade guardando suas ovelhas na sua região, e ir buscar ovelhas para Cristo em regiões estranhas, há uma enorme diferença.

     













 Os pastores eram apascentadores; a estrela era uma missionária. Para atrair a Cristo ovelhas de terras remotas e estranhas, a estrela precisou desdobrar-se muito mais, brilhar muito mais.
(A. V. Serm. da Ep. na Cap. Real. Lisboa, 1662)
Jefferson Magno Costa

domingo, 26 de dezembro de 2021

SIGNIFICADO DOS PRESENTES DADOS PELOS REIS MAGOS A JESUS


Jefferson Magno Costa   
     







 Os três reis que neste dia vieram adorar a Cristo foram os primeiros que o reconheceram como Rei, e por isso lhe tributaram ouro;  
     os primeiros que o reconheceram como Deus, e por isso lhe consagraram incenso; 
     os primeiros que o reconheceram como homem em carne mortal, e por isso lhe ofereceram mirra.
     Porém, além do maravilhoso significado desses três presentes, e do fato de a gentilidade ter-se curvado aos pés do Salvador do mundo na pessoa daqueles três magos, há um fato muito curioso envolvendo esses três presentes. 
     O evangelista Mateus diz que os magos "abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra" (Mt 2.11), mas não diz que José e Maria tenham aceitado os presentes.
     Muitos estudiosos das Escrituras acham que os presentes foram aceitos; outros acham que não. Aqueles presentes eram dádivas vindas das mãos de homens ímpios, idólatras, conhecidos como "magos" porque consultavam as estrelas como astrólogos. E com isso ganhavam muito dinheiro. 
     Mas baseados em que exatamente esses estudiosos acham que os presentes foram rejeitados? Em uma pequena declaração feita pelo evangelista Lucas. Ele diz que "cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de Moisés" (Lc 2.22), José e Maria levaram Jesus a Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor no Templo.
     A Lei estabelecia que as famílias possuidoras de recursos deveriam oferecer, no momento em que apresentavam o recém-nascido ao Senhor, um cordeiro de um ano de idade como holocausto, e como expiação pelo pecado, uma rola ou um pombinho (Lv 12.6). Isto deveria ser feito pelas famílias ricas, endinheiradas.
     Porém, as famílias pobres, que não pudessem levar até o sacerdote um cordeiro para ser sacrificado como holocausto, poderiam levar duas rolas ou dois pombinhos, um para o holocausto, e outro como expiação pelo pecado (Lv 12.8).
     José e Maria não ofereceram cordeiro, e sim um par de rolas ou um par de pombinhos, conforme registra o evangelista Lucas (Lc 2.24).
     Diante disto, conclui-se que José e Maria não aceitaram os presentes que os magos lhe trouxeram do Oriente, pois se tivessem ouro, disporiam folgadamente de recursos financeiros para comprar um cordeiro para o holocausto.  
     Mas como continuavam pobres por não terem concordado em se contaminar com as riquezas oferecidas pelos visitantes ímpios, ofereceram duas aves que qualquer pobre poderia comprar.     
                                     
 
    








Jefferson Magno Costa

sábado, 25 de dezembro de 2021

A ESTRELA DE BELÉM ERA TAMBÉM UMA FIGURA DOS PREGADORES

Jefferson Magno Costa    
Aquela estrela que conduziu os magos a Cristo era uma figura celestial e muito ilustre dos pregadores do Evangelho.

     








 


Qual foi a missão daquela estrela? Iluminar, guiar e trazer homens a adorar e aceitar a Cristo, e não outros homens, senão homens infiéis e idólatras, nascidos e criados nas trevas da gentilidade. 
     









 Pois essa é a mesma missão e trabalho dos  pregadores, especialmente daqueles que saem em busca das almas que vivem totalmente afastadas e distantes de Cristo, e por isso eles também podem ser chamados de estrelas de Cristo.

    






 


É muito curioso que essa estrela que guiou os magos a Cristo seja chamada particularmente de estrela de Cristo (Mt 2.2).

     









Ora, todas as demais estrelas são também estrelas de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo que, como Deus, as criou.


      







Então, por que motivo esta estrela, mais do que as outras, é chamada especialmente de estrela Sua? 
    









 Porque as outras estrelas foram geralmente criadas para ser tochas do Céu e do Mundo; esta foi criada especialmente para ser pregadora e exaltadora de Jesus Cristo.
     (A. V. Serm. da Ep. na Cap. Real. Lisboa, 1662)   
Jefferson Magno Costa

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

É NATAL!

Jefferson Magno Costa

O FILHO DE DEUS ENTRE OS HOMENS


Marcos Barbosa MG (1915-    )


Das tuas mãos tombaram como orvalho

nossas almas que os corpos iluminam,

e um encontro de amor somente humano

logo se abriu em dimensões divinas.


Pois não quiseste apenas vislumbrada

de longe a tua glória imarcessível,

mas derramaste em nós os teus segredos,

as ânforas sem fim dos teus mistérios.


Não bastaram, porém, aos teus anseios,

palavras proferidas por profetas

de lábio impuro e língua vacilante.


Baixou do Céu teu Verbo onipotente,

e começou, então, num seio virgem,

a comovida história de um Deus homem!


A CAMINHO DE BELÉM

Renato Travassos MG (1897-1960)


A noite se tornara mais agreste,

Quando Maria se sentiu cansada:

Quem lhe daria, santo Deus, pousada

E, contra o frio, confortante veste?


Soprava mais intenso o vento leste,

E mais difícil se fazia a estrada:

Para salvá-los na infeliz jornada,

Só mesmo alguma inspiração celeste.


Teve-a, afinal, José naquele instante:

Um pouso, à espera havia, não distante.

Embora fosse imunda estrebaria...


Uns passos mais, e eles penetram nela,

Que, então, ficou mais iluminada,

E ali, pouco depois, Jesus nascia!


SEGUNDA DOR

Alphonsus de Guimaraens MG (1870-1921)


Eram pastores rudes e pastoras

Que o sol do Oriente em beijos enrubesce,

E transforma em visões encantadoras

Na suavidade da alma que amanhece:


Eram bandos de velhos, e de louras

Crianças gentis, as mãos postas em prece,

Frontes humildes, almas sonhadoras,

Por onde a bênção do Senhor floresce:


Era a sublime adoração do povo,

À luz daquele celestial Presepe,

Diante do leito de um menino novo:


Diante do leito em que Ele adormecia,

Hoje de flores, amanhã de crepe,

Berço de Deus, Santo Sepulcro um dia.


NATAL

Luiz Edmundo RJ (1878-1961)


Cale-se o mundo, há um luar de místicos palores;

O vento lembra uma harpa a tocar em surdina.

Brilha pela extensão do céu da Palestina,

Num prenúncio feliz, a estrela dos pastores.


A vida acorda e vem do cálice das flores

À alma do homem que sente um fulgor que o fascina.

A ovelha bale, o boi muge, o pastor se inclina,

Há um bálsamo por tudo a amenizar as dores.


Jesus nasceu: a fé e os corações ampara.

Desce às almas buscando os íntimos refolhos,

Como os raios do sol numa lagoa clara.


Maria, porque vê Jesus, pequeno e langue,

Põe um riso feliz na doçura dos olhos,

Que hão de chorar, depois, lágrimas de sangue.


NATAL E CALVÁRIO

Flávio de Paula BA (1900-1967)


Belém. Nasceu Jesus. Estranha claridade

Circunda a noite em meio, a abóbada infinita.

Era a bênção do céu, era a visão bendita

Da aliança de Deus, por sobre a humanidade.


Era a paz, era o amor, era a fraternidade,

A mensagem - de luz por estrelas escrita...

Esperança - a sorrir para a criatura aflita,

Fanal - feito perdão, na treva da maldade...


Em verdade, porém, humanizado lírio

Entreabriu-se, aromal, para o horto do martírio,

Em chagas transmudando as pétalas de luz...


Lírio, um dia, a pender sob o ódio tumultuário,

No holocausto do amor, perfumando o Calvário,

Abrindo-nos o Céu, aos braços de uma cruz!...


NO PRESÉPIO

Gustavo Teixeira SP (1881-1937) 


Em Belém de Judá, na meia escuridade

Da noite que vai alta, em pobre manjedoura,

Exposta sobre palha à gélida umidade,

lirialmente sorri uma criança loura.


É o Menino Jesus. Estranha claridade

Toda a gruta ilumina e os seus cabelos doura.

Maria o beija, e José, com humildade,

Para adorá-lo, curva a fronte cismadora.


Jerusalém exulta! É nascido o Messias!

Rondas de anjos, tangendo as liras nas alturas,

Fazem na terra ouvir celestes melodias!


Eleva-se de tudo um hino de vitória

Ao que veio trazer ás suas criaturas

A Escada de Jacó que leva à Eterna Glória!


O MESSIAS

Jônathas Braga PE(1908-1978)


Da raiz de Jessé subiu a vara

Que havia de dar sombra ao mundo inteiro,

E desfraldar o lábaro altaneiro

Da verdade que o mundo rejeitara.


Em igualdade numa vida rara,

O lobo andará junto do cordeiro

E, em fraternal convívio verdadeiro,

A ursa e a vaca estarão na mesma seara.


Pois o renovo que subiu da terra

Todo o poder nas suas mãos encerra

E há de mudar as coisas de uma vez.


Porque ele há de ser grande entre os maiores,

Sendo o Senhor de todos os senhores,

E entre os reis do universo, o Rei dos reis.


NASCIMENTO

Heli Menegale MG(1903-1969)


Os humildes zagais sobre a montanha

Dormem. Na calma noite constelada,

A lua de alva luz a terra banha.

Nem um rumor, nem um cicio, nada.


O armento que de dia os acompanha,

Manso, repousa à espera da alvorada.

Mas, a uma luz, a uma harmonia estranha,

Ergue-se a pobre gente alvoroçada.


São anjos, são arcanjos clarinando,

São serafins e querubins cantando,

Cercados de divina claridade,


Horda que aos pegureiros anuncia

Ter, na simpleza de uma estrebaria,

Nascido o Redentor da Humanidade!


JESUS

Anderson Braga Horta  MG(1934- )


Noite clara em Belém. Canta em surdina

o luar no firmamento constelado.

Natal – noite de luz, noite divina.

Cristo – um lírio na treva do pecado.


Brilha agora, no céu da Palestina,

meigo, intenso clarão abençoado:

do espaço, a estrela aos simples ilumina

o berço do Senhor recém-chegado.


Os reis magos e os cândidos pastores

dão-lhe incenso, ouro e mirra, hinos e flores...

e o Menino, alegrando-se, sorria...


José fitava o céu, todo ventura.

E as estrelas, chorando de ternura,

cintilavam nos olhos de Maria.


AO NASCIMENTO DE CRISTO

Manuel Botelho de Oliveira BA(1636 – 1711)


Nasce o Verbo em Belém, pobre, humilhado,

Sendo supremo rei de toda a Terra,

E no corpo pequeno e breve encerra

Do seu divino ser, o imenso estado.


Naquela idade se prepara armado

Contra o inferno imortal que almas encerra;

E ao soberbo Lusbel movendo guerra

Por humildade o vê mais alentado.


Os demônios cruéis todos se espantam;

Chora e treme de frio o Verbo eterno;

Os anjos com voz doce nos encantam.


De sorte que o menino e Deus superno

Chora, porém de gosto os anjos cantam;

Treme, porém de medo treme o inferno.


NATAL

Olavo Bilac RJ(1865 – 1918)


No ermo agreste, da noite e do presepe, um hino

De esperança pressaga enchia o céu, com o vento...

As árvores: “Serás o sol e o orvalho!” E o armento:

“Terás a glória!” E o luar: “Vencerás o destino!”


E o pão: “Darás o pão da terra e o pão divino!”

E a água: “Trarás alívio ao mártir e ao sedento!”

E a palha: “Dobrarás a cerviz do opulento!”

E o teto: “Elevarás do opróbrio o pequenino!”


E os reis: “Rei, no teu reino, entrarás entre Palmas!”

E os pastores: “Pastor, chamarás os eleitos!”

E a estrela: “Brilharás, como Deus, sobre as almas!”


Muda e humilde, porém, Maria, como escrava,

Tinha os olhos na terra em lágrimas desfeitos:

Sendo pobre, temia; e, sendo mãe, chorava.


JESUS ENTRE AS CRIANÇAS

Antônio Tomás (1868–1941)


Amo-Te, ó Cristo, ao ver as Madalenas

humildes, curvas aos teus pés, chorosas;

louvo-te ao ver as vagas procelosas

te obedecerem, calmas e serenas.


Eu admiro-te, pasmo, quando ordenas

às legiões satânicas, raivosas;

das turbas que a ti correm pressurosas,

eu te bendigo, consolando as penas.


Venero-te fazendo tantas curas,
e arrebatando a presa às sepulturas
com simples gesto destas mãos divinas.

Enfim te adoro ao ver-te agasalhando,
Sobre os joelhos, o formoso bando
destas cabeças louras, pequeninas!

 

Jefferson Magno Costa

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