terça-feira, 30 de novembro de 2021

JESUS MENDIGOU ALGUMA VEZ?

Jefferson Magno Costa

     Na história da exegese bíblica (explicação ou interpretação minuciosa e esclarecedora de uma palavra, de um versículo ou de um longo trecho da Bíblia), há um versículo, entre milhares de versículos estudados pela exegese, que esconde uma sutil diferença de siginificado entre a forma como ele foi traduzido e é entendido nos dias atuais, e o siginificado teologicamente mais profundo que ele esconde desde o dia em que foi escrito.
      É o versículo 9 do capítulo 8 da Segunda Carta de Paulo aos Coríntios: “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis”.
      A curiosa diferença exegética recai sobre a expressão se fez pobre.
     Quem chamou pela primeira vez a atenção dos estudiosos da Bíblia para o siginificado mais profundo que a apóstolo Paulo quis dar a essa expressão, foram os dois maiores pregadores e intérpretes bíblicos da língua grega, mundialmente respeitados e aclamados como doutores nas ciências bíblicas, João Crisóstomo (349-407) e Gregório Nazianzeno (329-389).
      Eles afirmaram que o mais entranhado e profundo significado da expressão que em português foi traduzida como se fez pobre, é mendigou.
      Esses dois pregadores das Sagradas Escrituras, que conheciam profundamente a língua materna deles, o grego, e a grande riqueza do contexto bíblico neotestamentário no qual o apóstolo Paulo tinha vivido, e sob cuja influência escreveu as suas cartas, esclareceram que afirmar teologicamente que Jesus mendigou não é o mesmo que dizer que Ele pediu esmolas para ter com que se manter.
     Se bem que, se de fato pedir esmolas fosse uma das condições estabelecidas por Deus para nossa redenção, Jesus o teria feito tranquilamente.
      O fato é que Jesus jamais mendigou no sentido em que todos nós entendemos o que é mendigar, pois os evangelhos deixam bem claro que o nosso Salvador, até a idade de 30 anos, viveu da profissão que aprendera com José, a de carpinteiro, conseguindo o seu sustento com o trabalho de suas mãos.
      E quando iniciou seu ministério de pregação, passou a receber ajuda financeira de várias pessoas, especialmente das mulheres. Elas sustentavam o ministério do Senhor Jesus, conforme registra o evangelista Lucas (Lc 1.26-30).
     Portanto, Jesus não precisou mendigar, conforme o significado comum dessa palavra.
      Ora, se Jesus não necessitou pedir esmolas para se sustentar, o que Ele teria "mendigado"? Eis aí um altíssimo mistério relacionado à nossa salvação.
     E foram esses mesmos dois maiores luminares da teologia grega, Gregório Nazianzeno e João Crisóstomo, que nos deram a melhor resposta e esclarecimento sobre a questão. Por serem gregos, puderam penetrar a força e a riqueza de significado do texto escrito em sua própria língua.
     A explicação que esses dois intérpretes da Bíblia apresentaram pode ser resumida da seguinte forma:
      O Filho de Deus não só se fez pobre para nos tornar ricos, mas humilhou-se a ponto de mendigar.
     Mendigar o quê? Mendigar, ou pedir emprestado à natureza humana, nossa carne e nosso sangue, para tornar-se um de nós, e só assim poder nos redimir.
     A Carta aos Hebreus tem um sublime e profundo versículo sobre esse assunto: "Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste" (Hb 10.5).
     Antes de tornar-se um de nós, Jesus era Espírito. Para nos resgatar, era necessário que Ele sofresse na carne as consequências dos pecados que nós havíamos cometido na carne. Nosso resgate exigia preço de sangue. Jesus não tinha sangue,  e muito menos corpo, por ser Espírito (Jo 4.24). 
      Portanto, por não ter carne e por não ter sangue, Ele "mendigou", ou, no sentido do vocábulo grego, "pediu emprestado à nossa natureza", a carne e o sangue que não tinha, para nos resgatar na cruz do Calvário e nos enriquecer com Suas infinitas riquezas divinas e celestiais que não tínhamos.
      Devido ao pecado de Adão, a humanidade estava prisioneira do pecado e pobre.
     Como cativa, gemia no cativeiro; como pobre, não tinha recursos para pagar seu próprio resgate. E qual seria o preço desse resgate? O sangue do Unigênito Filho de Deus, conforme estabelecera a Justiça Divina. Mas Jesus, como Deus, não tinha sangue. E é aqui que entra o significado do termo mendigar.
     Não dispondo, nem podendo dispor, enquanto Deus, do valor decretado para realizar nosso resgate, Jesus mendigou (pediu, pegou emprestado) à natureza humana, a carne e o sangue, que uniu à sua Pessoa divina. E nasceu como um de nós, seres humanos.
      Com isto, conforme comentou altissimamente o apóstolo Paulo, nós, que éramos cativos e pobres, com a pobreza e mendicância de Jesus, tornamo-nos livres e ricos. Jesus, mendigando como pobre, obteve o necessário para realizar a nossa redenção. Com o que adquiriu com sua "mendicância", nos remiu e nos enriqueceu infinitamente.
      Portanto, na obra de Redenção da humanidade, que foi a maior demonstração do amor divino (João 3.16), Deus não se contentou só em dar o que tinha, mas também "mendigou" o que não tinha, para também os dar. Deu a Sua Pessoa divina, que era o que tinha, e "mendigou" nossa carne e nosso sangue, que era o que não tinha, para os apresentar ao Pai como preço de nossa Redenção.
      Ninguém é mais rico que o nosso Deus: "Porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude", 1Coríntios 10.26. Tudo lhe pertence, porque tudo foi criado por Ele: "Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez", João 1.3.
      No entanto, em Jesus, na essência de sua natureza espiritual e divina, a carne e o sangue não faziam parte. São dois elementos da natureza humana.
     Por isso, o Filho de Deus desceu até a sua criaturinha, e pediu emprestado (no grego, "mendigou", segundo Gregório e Crisóstomo) nossa carne e nosso sangue, e vestido da natureza humana, remiu essa natureza decaída e apresentou-a outra vez ao Pai, dando condições de os que O reconhecerem como Salvador e aceitarem o Seu sacrifício na cruz do Calvário, habitarem eternamente com Ele no Céu.  
 Jefferson Magno Costa

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

UM CEGO GUIANDO OUTRO CEGO, QUAL DOS DOIS É O MAIS CEGO?

Jefferson Magno Costa

       



 




Em João 15.14, ao criticar os escribas e fariseus, Jesus comentou que a atitude deles era semelhante a de um cego guiando outro cego. O guiado era cego, e o guia também.
      Então, qual desses dois cegos era mais cego: o que guiava ou o guiado? Muito mais cego era o guia. Eu explico o porquê. 
     O cego que se deixava guiar reconhecia que era cego, enquanto o que se tornara guia do outro estava tão longe de reconhecer sua cegueira, que achava que podia emprestar seus olhos cegos ao cego que ele guiava.
      






O primeiro era cego uma só vez; o segundo, duas vezes. Uma vez porque o era, e outra vez porque não o reconhecia.
      O cego que reconhece sua cegueira não é totalmente cego, porque pelo menos vê (ou reconhece) o que lhe falta: a visão.
     O ponto mais extremo da cegueira é padecê-la e não a reconhecer. Tal era o estado daquele cego que guiava o outro cego. Ele perdera o sentido da cegueira. Quantos líderes vemos hoje em nosso meio nesse estado?
      






Quando a natureza tira de uma pessoa o sentido da visão, dá a ela o sentido (ou a consciência) da cegueira, para que o cego reconheça que é cego e busque a ajuda dos olhos alheios.
      








Porém, os escribas e fariseus estavam tão completamente cegos, que não só tinham perdido o sentido da visão, mas também o sentido da cegueira: o da visão, porque não viam, e o da cegueira, porque não a viam em si mesmos.
     Que Deus tenha misericórdia de rebanhos que estão sendo quiados por líderes assim.

Jefferson Magno Costa

domingo, 28 de novembro de 2021

O INVEJOSO CONDENA ATÉ AS NOSSAS BOAS OBRAS

Jefferson Magno Costa

     No julgamento de Deus, as nossas boas obras nos defendem; no julgamento dos homens, os maiores fatores que pesam contra nós são as nossas boas obras.
     Se procurarmos na Bíblia alguns exemplos do julgamento dos homens, comprovaremos essa verdade.
     








 


O primeiro ser humano condenado no julgamento dos homens foi Abel. E por que ele foi condenado? 
     Por que o seu sacrifício agradou mais a Deus do que o de Caim. Que crime terrível, não?
     Se Abel tivesse sido um sacrificador relaxado e medíodre como o seu irmão Caim, teria durado muito mais tempo sobre a face da terra. Mas ele não era igual a seu irmão. Não há maior crime no mundo do que ser melhor.

     










Por diversas vezes Saul desejou a morte de Davi, e o próprio rei tentou tirar a vida do grande salmista de Israel, intencionando encravá-lo na parede com uma lança:
     “E aconteceu ao outro dia que o mau espírito da parte de Deus se apoderou de Saul, e profetizava no meio da casa: e Davi tangia a harpa com a sua mão, como de dia em dia: Saul, porém, tinha na mão uma lança. E Saul atirou com a lança, dizendo: Encravarei a Davi na parede. Porém Davi se desviou dele duas vezes” (1Sm 18.10,11).
     E que crime Davi havia cometido para despertar deste modo a ira do rei Saul? O crime de ter o seu nome usado na letra de uma música que as mulheres cantavam pelas ruas de Jerusalém, na qual Davi era declarado maior guerreiro que Saul:
     “E as mulheres tangendo, se respondiam umas às outras, e diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi aos seus dez milhares. Então Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares: na verdade, que lhe falta, senão só o reino?” (1Sm 18.7,8).

     










 

Davi passara a ser alvo desse elogio das mulheres após ter derrubado o gigante Golias, e depois que o próprio Saul o colocara como líder dos seus soldados e o enviara em missão de guerra contra os filisteus (1Sm 17.48-50; 18.5).
     O gigante foi derrubado pela pedra da funda de Davi; e Davi foi derrubado pelo elogio do cântico das mulheres.
     Eis aqui porque Davi preferiu cair nas mãos de Deus e ser julgado por Ele, e não cair nas mãos dos homens e receber deles a sentença (1Cr 21.13).

     





 



Podemos nos ajoelhar diante de Deus cheios de pecados e sair de Sua presença perdoados e absolvidos.
       Porém, mesmo que ao julgamento dos homens compareçamos confiadamente levando todos os nossos méritos e virtudes, sairemos dele repreendidos e condenados.

     





 


No julgamento de Deus pecados são perdoados como fraquezas; no julgamento dos homens, o heroísmo, a coragem, qualquer talento ou qualquer virtude são condenados como crimes ou pecados.
     Tal é o resultado do julgamento efetuado em um tribunal cujo juiz é a inveja, e em cujo banco dos réus estão assentados nossos talentos, nossas virtudes e nossas boas obras. Senhor, livrai-nos de semelhante tribunal.

Jefferson Magno Costa 

sábado, 27 de novembro de 2021

OS HOMENS JULGAM E CONDENAM POR PENSAMENTOS QUE SUPÕEM QUE TIVEMOS

Jefferson Magno Costa

     Uma das mais sérias razões que leva o julgamento dos homens a ser mais temível que o julgamento de Deus, é porque Deus julga os nossos pensamentos, mas conhece-os; porém os homens não podem conhecer os nossos pensamentos, mas julgam-nos.
      Alguém é capaz de contra-argumentar dizendo que os homens julgam os pensamentos pelas obras. Pelas obras, que podem ser vistas, seria possível julgar os pensamentos, que não podem ser vistos, argumentam.
      Se isso fosse verdade, não tínhamos motivo nenhum para temer o julgamento dos homens. Porém, o que podemos constatar é que até as pessoas mais sensatas cometem o erro de concluir exatamente o oposto do que a pessoa está pensando, ao julgarem-na por suas obras. 

Vejamos isto na Bíblia.


      







Ana, futura mãe do profeta Samuel, estava orando no templo, derramando diante de Deus suas aflições. E que julgamento fez o sumo sacerdote Eli desta oração?


       







Julgou que Ana estava embriagada, e que os movimentos que fazia com os lábios para pronunciar as palavras sem ser ouvida, tinham a sua causa no álcool que entrara pela boca, e não no coração angustiado de onde as palavras saíam (1 Sm 1.13).


       





O general Naamã viajou da Síria à Judéia para que o profeta Eliseu o curasse de lepra. E que julgamento o rei Ezequias fez desta viagem de Naamã após ler a carta do rei da Síria pedindo-lhe a cura do seu general?

      











Concluiu que Naamã havia sido enviado astutamente por seu rei para que, ao retornar sem a cura que viera buscar, o rei da Síria tivesse um motivo para declarar guerra a Ezequias (2 Rs 5.7).

         


     





Buscando desesperadamente a intervenção de alguém que o pudesse livrar das consequências da fúria do rei Assuero, Hamã lançou-se aos pés de Ester, que estava reclinada em um leito na sala do banquete do vinho.
      









Ao retornar à sala do banquete, que julgamento fez o rei Assuero daquela atitude de Hamã? Concluiu que ele estivesse insinuando-se com propostas indecorosas à rainha (Et 7.7,8).
      Eis, portanto, três exemplos de como os homens interpretam as ações, e como julgam erradamente por elas os pensamentos.
     Ana orava a Deus, e a sua oração foi julgada como embriaguês.
     Naamã buscava a cura, e sua confiança foi considerada uma provocação.
     Hamã buscava o perdão, e o seu arrependimento foi julgado como lascívia.
      Nem a oração da aflita, nem o esforço do doente, nem a súplica do arrependido estão isentos de sofrer julgamento errado e injusto pelos homens.

     Ana pedia o remédio de sua esterilidade a Deus, Naamã pedia o remédio de sua enfermidade a Eliseu, Hamã pedia o remédio de sua infelicidade a Ester.
      E nem a Ester o fato de ser rainha, nem a Eliseu o fato de ser profeta, nem a Deus o fato de ser a própria misericórdia foram suficientes para que Ana, Naamã e Hamã escapassem do julgamento errado dos homens.
      Nem com os reis, nem com os profetas, nem com Deus podemos negociar sem sermos mal interpretados e mal julgados pelos homens.

     Tão injusto é o julgamento dos homens ao interpretar intenções; tão atrevido e tão temerário é quando julgam, pelas obras, os pensamentos.
Só o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo tem autorização e poder para julgar o que está no coração, na consciência e no pensamento dos seres humanos (Rm 2.14-16).


Jefferson Magno Costa
  1. Caro Pastor Jefferson
    Belíssima mensagem, repleta de alertas. Esses dias tenho pensado sobremaneira a questão do julgamento e eis aqui um texto elucidador. Com o julgar, emitimos palavras e estas podem levar a morte – senão física, quiçá emocional ou espiritual. Ao alerta de Deus de que a ninguém devemos julgar, parece até que pouca importância dispensamos. Será que não atentamos aos escribas que julgavam a atitude de Jesus quando a perdoar o paralitico de Cafarnaum? E quanto a Elias? Lendo as grandes obras de Elias, detive-me longo tempo a meditar sobre a mensagem que Jezabel enviara ao profeta, momento em que pude declinar algumas linhas. http://momentodeler.blogspot.com/2010/06/uma-palavra.html . Em outro comentário o senhor escreve que está acompanhando meus blogs, ao que lhe sou grata . A opinião expressa me será de grande valia para continuar, pois tímida adentro o universo que tanto me apraz – a Palavra de Deus. Obrigada por mais este ensinamento. Inajá Martins de Almeida

  2. Prezada irmã Inajá, só o nosso Salvador Jesus Cristo está autorizado e tem capacidade para julgar os pensamentos dos seres humanos (Rm 2.14-16).

  3. Paz do Senhor Pastor Jefferson!
    Vez por outra tenho o prazer de deleitar-me com suas postagens, sempre muito bem temperada com o sal de um exímio estudante da Palavra, seu blog é uma raridade da NET, pois o utiliza com maestria, na graça do conhecimento outorgado pelo Mestre Jesus, que Deus continue abençoando o amado Pastor e sua família.
    Na Paz de Cristo,
    Pr. Honorato Santos

  4. Obrigado pelas palavras de incentivo e reconhecimento da utilidade do conteúdo deste blog, prezado pastor e amigo Honorato Santos. Tenho me esforçado todos os dias para trazer para o Sublime Leitura alguma coisa relevante, algo que possa servir de edificação e deleite dos cristãos apaixonados pela Palavra de Deus.


  5. Sim, prezado irmão e amigo Marcelo Pires, Hamã realmente merecia o castigo que recebeu. Mas não sei se o irmão observou que o que está em questão com relação aos três personagens citados em minha matéria não é saber quem merecia ou não ser castigado.
    O que nós nos esforçamos para mostrar é que os casos de Ana, Naamã e Hamã provam minha afirmação inicial de que os homens julgam injustamente os nossos pensamentos mesmos sem conhecê-los, tentando decifrá-los a partir de nossas ações. Prato feito para a injustiça.

  6. Prezado irmão Marcelo Pires, permita-me observar-lhe que a frase de Machado de Assis foi citada pelo irmão em seu comentário totalmente fora de contexto.
    As pernas da minha tese são pernas sãs, atléticas, de tamanho natural; não são pernas de gigante, longuíssimas, ou de perneta, desiguais, ou de anão, brevíssimas. Portanto, a frase do "bruxo do Cosme Velho" não cabe aqui.
    Quanto à clareza da tese que essas pernas conduzem como um saudável corpo pela estrada da confirmação rumo ao infalível tribunal da demonstração e prova, o sol não consegue ser mais claro do que ela. E ela, a minha tese, em momento algum causa qualquer detrimento à interpretação bíblica.
    E digo mais: Hamã é exemplo tão ou mais forte que os outros dois exemplos que usei, de Ana e de Naamã, dentro do que me propus a provar.
    Imagine um homem que acabou de cair em desgraça perante o rei, e sabe que a qualquer momento sua cabeça vai ser enfiada em uma corda de forca, e a única esperança que lhe resta de continuar vivo é lançar-se aos pés da rainha, contando com sua misericórdia e implorando que ela interceda ao rei por sua vida.
    E enquanto o miserável está ali prostrado, em desesero e lágrimas, aos pés da rainha, o rei entra outra vez na sala, vê aquela cena, e entende que o desgraçado que pede clemência aos pés de sua esposa na verdade está fazendo-lhe propostas indecorosas.
    Este foi o caso de Hamã: a grande prova de que os homens erram desastrosamente ao julgarem os nossos pensamentos que não veem, pelas ações que veem. Um homem desesperado pedindo por sua existência foi tido como um homem destemperado buscando atos de indecência.
    Há prova mais adequada para o que me propus a demonstrar? Pode haver igual, mas não superior ao caso de Hamã.

  7. Risos...Quanto a frase, foi proposital...
    Desculpe-me por alguma coisa...
    O irmão é DOGMÁTICO!!!
    No seu blog diz que devemos comentar, dizer do que gostamos, mas na prática...

  8. Pr Jefferson, por incrível que pareça entrei na net justamente pra escrever um texto sobre julgamentos e acusações. Já tinha escolhido até a imagem do meu post. Passei por aqui, como é de prache e fiquei maravilhada pois sei que o Espírito de Deus me guiou até suas palavras. Estou passando por um momento terrível, enfrentando levantes do inimigo por todos os lados [É o que se espera quando nos posicionamos pra fazer a obra de Deus]. Me sinto confortada ao saber que nenhum destes personagens foi isento da má interpretação, muito menos eu seria.
    Neste momento, quando somos forçados a nos sentar no banco dos réus, cabe a nós apenas confiar na justiça de Cristo - o Justo. Á palavra de Deus não permitiu que nenhuma destas mentiras prevalececem sobre os personagens (até mesmo á respeito de Hamã) e em todos os desfeixos a verdade veio á tona.
    É só isso que espero do meu Deus, por que sei que Ele é o mesmo ontem, hoje e será eternamente.
    Que toda língua maldosa e todo pensamento deturpado a meu respeito caia por terra EM NOME DE JESUS!
    Pronto, agora não adianta nem disfarçar minha raiz petencostal, me entreguei.. kkkk
    Um abraço, fiquem na paz e na certeza de que Só Deus pode nos julgar adequadamente.

    Prezada Susana, você não está sozinha. Além dos três personagens bíblicos que citei, Jesus foi o principal alvo do julgamento injusto dos homens. Parabéns pelo privilégio de fazer parte desse grupo. Bem-vinda ao time seleto dos perseguidos e mal-julgados em suas verdadeiras intenções.

  9. Dogmático, irmão Marcelo? Acho que não. O que me esforço para ser é pragmático. Nunca deixo de responder os comentários que os meus amigos leitores fazem neste blog, sejam eles elogiosos ou críticos. Sei lidar muito bem com as críticas, e até gosto muito delas. Ensinam-me a olhar os outros ângulos do assunto que eu não tinha visto antes, e muitas vezes me enriquecem culturalmente ou me convidam para o debate, para o saudável exercício da dialética, quando tenho certeza de que estou defendendo um ponto-de-vista correto. Você, que ama tanto a leitura da Bíblia, já percebeu que Jesus amava o debate, não perdia nenhuma oportunidade de enfrentar os escribas e fariseus e seus argumentos furados, errados?
    Pois eu aprendi com Jesus a não ficar calado diante de pontos-de vista míopes, teimosamente errados. Nisto até Jesus e o apóstolo Paulo correram o risco de ser também tachados de dogmáticos. Como eu fui.


  10. Meu Pastor, não fique triste ou aborrecido não...realmente eu reconheço que sou um cara as vezes cabeça dura,impulsivo(de vez em quando tenho que pedir desculpas,mas também sei reconhecer meus erros!Vou pedir a JESUS para que unjas meus olhos com colírio,Ap 3.18!
    Quem sabe um dia pregando por aí,em algum lugar desse nosso maravilhoso Brasil, estaremos juntos,e, terei o prazer de dar um forte abraço no irmão!!!
    Não foi minha intenção magoá-lo...

    RESPEITOSAMENTE E NO AMOR DE CRISTO MARCELO PIRES

    SHALOM


  11. Meu querido irmão Marcelo Pires, continue na paz de Jesus Cristo, meu irmão, e fique tranquilo, porque o irmão não me ofendeu em nada, não me magoou em coisa nenhuma. Debater no terreno das ideias é para mim uma prática quase diária. Nunca espero que todos concordem comigo.
    Além do mais, por eu ter nascido no meio de uma grande e típica família nordestina, ter sido criado em uma autêntica cidade interiorana do Nordeste, com todas as adversidades que isso implica, e ter servido durante vários anos à Marinha do Brasil como Fuzileiro Naval, meu querido irmão, para que alguém consiga me aborrecer, tirar do sério, chatear, ofender ou coisa do gênero, tem que se esforçar muito.
    Fique tranquilo. Somos irmãos em Cristo, e agora mais amigos ainda. Um dia nos encontraremos por esse Brasil a fora e nos cumprimentaremos com esse forte abraço que o irmão mencionou, e poderemos conversar muito mais sobre as maravilhas e os mistérios da Palavra de Deus.
    Prov.: 26.4. Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele.

     

    Prov.:26.5. Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos.
  12.  

    Versículos de ouro. Muitíssimo obrigado por citá-los.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

O QUE OS AMIGOS DE JÓ FIZERAM CONTRA ELE SEUS AMIGOS TAMBÉM PODEM FAZER CONTRA VOCÊ

Jefferson Magno Costa
      








Seus amigos são seres humanos? Caso sejam, tenha muito cuidado com eles. Porque alguns dos nossos amigos também podem agir como tentadores. Não estou generalizando. Estou falando de alguns. E esses, quando tentam, têm mais poder para derrubar do que o próprio diabo. O que os amigos de Jó fizeram com ele prova isto.
      Proibido unicamente de tirar a vida de Jó, em nenhuma outra ocasião o diabo teve mais ampla liberdade para tentar um ser humano com toda a sua artimanha e fúria do que quando tentou o patriarca de Uz. Seu objetivo era levar Jó a blasfemar contra Deus.
       O demônio atacou o patriarca na área dos seus bens materiais, arrebatando-os todos de uma só vez. Tentou na área de sua família, matando todos os seus filhos na mesma ocasião. E tentou-o na área da saúde, cobrindo o corpo do patriarca de lepra, tornando-o uma verdadeira chaga viva.
       












E o que fez ou disse Jó após sofrer todos esses terríveis ataques? “Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jo 1.21).
       Para surpresa do diabo, Jó demonstrou que seu coração continuava cheio de amor, de humildade, de reverência e de resignação diante da vontade de Deus para com ele. Jó coroou sua atitude adorando ao Senhor com o rosto no pó (v. 20).
       A Bíblia registra o grandioso testemunho de que o demônio, mesmo desabando toda a sua fúria sobre o que Jó possuía de mais precioso, não conseguiu levá-lo a blasfemar contra Deus: “Em tudo isto Jó não pecou nem atribuiu a Deus falta alguma” (v. 22)
       










Estava Jó naquele estado de indescritível dor e miséria extrema, quando chegaram três amigos para visitá-lo e consolá-lo. Segundo comentários de antigos rabinos, aqueles três homens eram príncipes, e considerados sábios ilustres em seus países.
       Os três amigos de Jó ficaram sete dias e sete noites sentados diante dele, sem dizerem palavra, em respeito ao seu imenso sofrimento. Mas depois falaram, e falaram muito.
       E o que as palavras desses amigos conseguiram produzir no ânimo de Jó? Produziram o que o diabo não tinha conseguido produzir com todas as suas tentações e fúria.
       Conseguiram levar Jó a perder a paciência, a perder a resignação, a perder o autocontrole. Tiraram Jó do sério. Tiveram mais sucesso em infernizar a vida do grande patriarca de Uz do que o príncipe dos infernos tinha conseguido com todos os seus ataques. Como tentadores, mostraram-se mais capazes que o Tentador.
        





 








Puseram-se a argumentar contra o patriarca, acusaram-no, caluniaram-no, levaram-no a uma situação de tanta aflição e aperto, que quase Jó deixou de ser Jó; quase sua firmeza diante das adversidades e sua reverência a Deus naufragaram embaixo do tsunami de palavras provocativas, injustas e insensatas daqueles três amigos.
       Levaram Jó a dizer coisas tão indignas de sua santidade e de sua sabedoria, a fazer questionamentos tão atrevidos sobre aspectos da Providência e da Justiça divinas, que levou Deus a repreendê-lo asperamente.
        O próprio Jó reconheceu depois essa fraqueza, e declarou ter-se arrependido (Jo 42.3,6). E quase que o Senhor libera um severo castigo sobre aqueles três homens loucos. Só não o fez por ser Deus misericordioso (Jó 42.7,8).
        O versículo 8 do capítulo 42 revela como Jó e os seus amigos ficaram nessa história toda diante da justiça de Deus:
      "... e oferecei holocausto por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó".
      Aquilo que o diabo havia tentado com todos os seus mais eficazes meios e não conseguira (usou, inclusive, a boca da mulher de Jó como última tentativa de levar o patriarca a blasfemar contra Deus, Jó 2.9), os três amigos, sentados tranquilamente diante do patriarca, quase conseguiram.
        





Jó, que saíra vencedor, glorioso, triunfante de dentro da nuvem de poeira dos ataques do diabo, quase foi transformado em um monte de pó e cinzas debaixo do ataque daqueles três amigos.
        O demônio era demônio e inimigo; os homens eram amigos, mas homens. E só o fato de serem homens foi suficiente para tentarem a Jó com mais eficácia do que o próprio demônio.
      As tentações do demônio foram para Jó triunfo, exemplo e coroa; e as "consolações" dos amigos quase foram para o patriarca derrota, mau-exemplo e caixão.
        E se isto fizeram a Jó amigos tão sábios e preocupados com a situação financeira, a família, a saúde, a alma e a salvação do amigo, o que não poderão fazer amigos néscios, que só pensam em si mesmos, no próprio sucesso, na própria riqueza, na própria felicidade, que não se importam com a alma, a honra e a salvação do amigo tanto quanto não se importam com a alma, a honra e a salvação deles mesmos?
       Que Deus nos guarde de tais amigos tanto quanto nos guarda do diabo.
Jefferson Magno Costa

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