quinta-feira, 30 de setembro de 2021

LIÇÕES DA HUMILDADE DE JESUS




O Filho de Deus, quando adulto, declarou que não tinha onde reclinar a cabeça, e quando criança, coube em uma gruta onde se abrigavam animais. E muitos de nós hoje construímos mansões e palácios luxuosos para abrigar nossa vaidade.
     O Criador dos anjos, quando esteve deitado no presépio, foi coberto por panos humildes, e nós, que fomos criados do barro, e não passamos de escravos do pecado que o Senhor Jesus Cristo redimiu com o seu sangue, vestimos roupas de griffin, elegantíssimos trajes femininos feitos de pura seda chinesa e da legítima púrpura que só as rainhas usavam para confeccionar seus vestidos, com detalhes de ouro e pedras preciosas.
      As mulheres usam também sapatos importados de Nova Iorque e caríssimas bolsas francesas Louis Vitton, compradas diretamente na França. Nós, os homens, usamos ternos italianos, legítimos Giorgio Armani.
     Que coisa mais escandalosa ver que, enquanto o Deus do Céu apresentou-se entre nós tão pequenino, tão humilde, despojado de todo aparato da vaidade e da arrogância humanas, nós queiramos ser grandes? E que coisa mais espantosa ver que, enquanto a Majestade do Céu se encolhe, o bichinho da Terra se inche?

O QUANTO JESUS SE ESVAZIOU DA SUA GLÓRIA PARA NASCER ENTRE NÓS


     No Evangelho de Lucas temos o mais rico e ao mesmo tempo o menor versículo biográfico sobre Jesus (2.21): "Completados os oito dias para ser circuncidado o menino, deram-lhe o nome de JESUS, como fora chamado pelo anjo, antes de ser concebido no ventre de sua mãe".
     Nesse versículo encontramos a eternidade do Verbo reduzida a oito dias; encontramos a grandeza e a imensidão de Deus reduzidas ao corpinho de um Menino; encontramos o preço infinito do sangue de Cristo, que será futuramente derramado, reduzido às poucas gotas de sangue do golpe da circuncisão; e encontramos todos os nomes do próprio Senhor, que são inumeráveis e incompreensíveis, reduzidos a um só nome: Jesus!
PR.JEFFERSON MAGNO COSTA

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

O INVEJOSO CONDENA ATÉ AS NOSSAS BOAS OBRAS


PR. JEFFERSON MAGNO COSTA
     No julgamento de Deus, as nossas boas obras nos defendem; no julgamento dos homens, o maior inimigo que temos são as nossas boas obras.
     Se procurarmos na Bíblia alguns exemplos do julgamento dos homens, comprovaremos essa verdade.
    







 


     O primeiro ser humano condenado no julgamento dos homens foi Abel. E por que ele foi condenado? Por que o seu sacrifício agradou mais a Deus do que o de Caim. Que crime terrível, não?
     Se Abel fosse igual a Caim, teria durado muito mais tempo sobre a face da Terra. Mas ele não era igual a seu irmão. Não há maior crime no mundo do que ser melhor.
     









Por diversas vezes Saul desejou a morte de Davi, e tentou duas vezes tirar a vida do grande salmista de Israel, intencionando encravá-lo na parede com uma lança:
     “E aconteceu ao outro dia que o mau espírito da parte de Deus se apoderou de Saul, e profetizava no meio da casa: e Davi tangia a harpa com a sua mão, como de dia em dia: Saul, porém, tinha na mão uma lança. E Saul atirou com a lança, dizendo: Encravarei a Davi na parede. Porém Davi se desviou dele duas vezes” (1Sm 18.10,11).
     E que crime Davi havia cometido para despertar deste modo a ira do rei Saul? O crime de ter o seu nome usado na letra de uma música que as mulheres cantavam pelas ruas de Jerusalém, na qual Davi era declarado maior guerreiro que Saul:
     “E as mulheres tangendo, se respondiam umas às outras, e diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi aos seus dez milhares. Então Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares: na verdade, que lhe falta, senão só o reino?” (1Sm 18.7,8).
   









 
 Davi passou a ser alvo desse elogio das mulheres após ter derrubado o gigante Golias, e depois que o próprio Saul o colocou como líder dos seus soldados e o enviou em missão de guerra contra os filisteus (1Sm 17.48-50; 18.5).
     O gigante foi derrubado pela pedra da funda de Davi; e Davi foi derrubado pelo elogio do cântico das mulheres.
     Eis aqui porque Davi preferiu cair nas mãos de Deus e ser julgado por Ele, e não cair nas mãos dos homens e receber deles a sentença (1Cr 21.13).
     






 
Podemos nos ajoelhar diante de Deus cheios de pecados e sair de sua presença perdoados e absolvidos. Porém, mesmo que ao julgamento dos homens compareçamos confiadamente levando todos os nossos méritos e virtudes, sairemos dele repreendidos e condenados.
     






 No julgamento de Deus pecados são perdoados como fraquezas; no julgamento dos homens, o heroísmo, a a coragem, qualquer talento ou qualquer virtude são condenados como crimes ou pecados.    
PR. JEFFERSON MAGNO COSTA

terça-feira, 28 de setembro de 2021

O QUE ACONTECE COM O INOCENTE NO TRIBUNAL DE DEUS, E O QUE ACONTECE COM ELE NO TRIBUNAL DOS HOMENS

PR. JEFFERSON MAGNO COSTA    

    





 


O julgamento dos homens é mais terrível que o julgamento de Deus. E é muito fácil demonstrar isto.
     Para alguém sair-se bem no Tribunal de Deus, basta o testemunho de sua própria consciência. No tribunal dos homens, a consciência mais limpa não vale como testemunha.
     Vejam como é confiável e justo o julgamento de Deus.
     





 

Suponhamos que você tenha sido levado ao Tribunal divino para ser julgado, e lá os homens o acusam, os demônios o acusam, toda a Terra o acusa; mas se a sua consciência não lhe acusa, você permanecerá tranquilo e sorridente, por saber que alcançará a absolvição de Deus.
     











No tribunal dos homens não é assim.
Você pode ter a consciência mais inocente que a de Abel, mais pura que a de José, mais justa que a de João Batista.
     





 

Mas se tiver contra você um Caim invejoso, um Putifar mal informado ou um Herodes injusto, a inveja prevalecerá contra a inocência, a calúnia contra a verdade, a tirania contra a justiça.

PR. JEFFERSON MAGNO COSTA

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

COMO SURGE O AMOR?

PR. JEFFERSON MAGNO COSTA


     O amor – essa emoção extremamente poderosa que nasce entre um homem e uma mulher e, na maioria dos casos, os conduz ao casamento – tem sido infinitamente analisado em todas as épocas, e representado de inúmeras maneiras, dentro do universo de assuntos que interessam o ser humano.
     E todos os estudiosos do amor, todos aqueles que se têm debruçado sobre o tema com o propósito de representá-lo nas obras de arte ou escrever sobre ele, concordam neste único ponto: É difícil encontrarmos uma explicação que esclareça o porquê do seu aparecimento entre um homem e uma mulher. (Difícil, eu disse, mas não impossível).
     O próprio Freud, esse médico judeu-austríaco, que através da psicanálise conseguiu descobrir tantos segredos da natureza humana, reconheceu: “Nós sabemos muito pouco sobre o amor.”
     Portanto, não se sabe precisamente o que leva um homem a amar uma mulher, ou uma mulher a amar um homem, pois as circunstâncias e os motivos variam muito de pessoa para pessoa.
     A existência dessa dificuldade significa, também, que para nós não será fácil encontrar uma resposta (ou várias respostas) para a pergunta que intitula esta matéria. Além do mais, sei que não poderei abordar o tema utilizando-me de recursos ultra-científicos. Deixarei que isto seja feito por estudiosos mais gabaritados que eu.
     Quanto a mim, enveredarei por um caminho menos abstrato, e tentarei encontrar as respostas que estão bem próximas a nós, no terreno da experiência humana mais comum.

TIPOS DE AMOR
     Os gregos foram os primeiros a analisar o amor e a definir suas formas. Aquele povo que gostava imensamente de conversar sobre os principais temas que dizem respeito ao homem e ao universo, classificou “o mais belo dos sentimentos humanos” em quatro tipos: Eros (amor instintivo), Storge (amor afetivo), Phileo (amor fraternal), e Ágapê (amor divino).
     Esta metódica classificação só poderia ter-se originado graças à exatidão do idioma grego, e durante as reflexões desse povo acerca de um tema universalmente interessante. Já o grande filósofo grego Aristóteles havia dito: “Se quiserdes entender bem uma coisa, defini-a, e estudai os começos do seu desenvolvimento.”
     Mas o que significam e como se manifestam no ser humano esses quatro tipos de amor?

EROS, O AMOR PAIXÃO
     O primeiro deles (Eros) é popularmente conhecido como paixão. Há um ditado popular muito antigo, que ilustra de forma engraçada esse tipo de amor: “O homem é o fogo, a mulher é a estopa; o diabo passa e sopra!”
     Foi com muita propriedade que H. Houssaye escreveu acerca do amor paixão: “As grandes paixões têm sua fonte numa atração puramente física, e na maioria das vezes precipitam-se na morte.” O alvo da paixão é sempre a satisfação sexual. Porém, ninguém deve condenar esse tipo de amor, pois o amor romântico autêntico, para ser completo, tem de ter uma grande parcela de amor paixão.
     Por sua vez, o amor Eros (amor instintivo, amor paixão) não terá vida longa se não surgir associado ao amor romântico (Storge). Nos casos em que só existe o amor Eros, ninguém deve confiar nele, pois quem só sente amor erótico por alguém, está sujeito a deixar de amar esse alguém a partir do momento em que obtém a consumação do único alvo desse amor: a satisfação sexual.
     Ao amor Eros estão também associadas as formas anômalas (doentias) de paixão. Todos os desvios morais como pedofilia, necrofilia, zoofilia, prostituição, e outros, são denominados na Bíblia de “paixões infames, carnais, pecaminosas, mundanas”, Rm 1.26; 7.5. Deus as condena enérgica e radicalmente.

STORGE, O AMOR ROMÂNTICO
     Ao contrário do amor Eros, que surge de uma atração puramente física, o amor Storge, em sua forma romântica, brota nos corações a partir do sentimento de admiração. Nós só podemos amar verdadeiramente a pessoa a quem admiramos.
      Ora, creio que acabo de encontrar uma resposta para o título deste ensaio: o amor surge a partir do sentimento de admiração. (É evidente que o tema não se encerra aqui, pois além da admiração, existem outros fatores capazes de despertar a emoção amorosa.)

PHILEO, O AMOR FRATERNAL, E ÁGAPE, O AMOR DIVINO
      O terceiro tipo de amor (Phileo) é aquele que floresce entre irmãos e amigos. É também o amor patriótico e comunitário. E o quarto tipo (Ágapê) é o amor divino. É aquele sentimento insuperável do Criador pela criatura. Humanamente falando, não há nada no ser humano que justifique esse amor. Nós não o merecemos.
     Porém Deus, do alto de sua magnitude, inclinou o seu coração até nós e nos amou, independente dos nossos pecados e imperfeições. “Mas Deus provou o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”, Rm 5.8.
     Comentando o amor Ágapê, o escritor francês Denis de Rougemont, no seu livro O Amor e o Ocidente (tradução de Ana Hatherly. Moraes Editores. Rio de Janeiro. 1968. p. 60) diz que “seria uma situação desesperadora se não houvesse a Boa Nova; e essa “nova” é que Deus nos procura. E nos encontra logo que escutemos a sua voz e que respondamos e obedeçamos.
     "Deus procurou-nos e encontrou-nos pelo amor de seu Filho descido até nós. A partir de agora, perdoado e santificado, quer dizer, reconciliado, o homem permanece homem, mas um homem que já não vive por si só. ‘Amarás o Senhor teu Deus e o teu próximo como a ti mesmo.’
     Para Ágapê não há fusão nem exaltada dissolução do eu em Deus. O amor divino é a origem duma vida nova cujo ato criador se chama comunhão. Só Ágapê reconhece o próximo e o ama, já não como um pretexto de exaltação, mas tal qual ele é na realidade da sua aflição e da sua esperança.”
     Mas tudo isso só ocorre quando o Espírito Santo faz morada em nós, Gl 5.22; 1Jo 3.14.
     Cabe ressaltar ainda que são classificados de Storge os amores filial, maternal e paternal. É evidente que nessas formas de amor, Eros não toma parte. Porém, o mesmo não ocorre com o amor conjugal, onde sempre há uma considerável parcela de amor erótico. Porém, como observa Antônio Gilberto (A Família Cristã. CELUZ. Curitiba, 1985. 1ª. edição. p. 37):
     “O amor instintivo (Eros) é um amor legítimo quando mantido dentro dos seus limites.”
     Todavia, conhecer os quatro tipos de amor não significa saber como o amor romântico – Storge – (é tão-somente deste que nos ocuparemos nesta matéria) surge entre duas pessoas.
     Devemos continuar tentando encontrar as causas que levam ao aparecimento do amor.

PARA O NASCIMENTO DO AMOR ENTRE DUAS PESSOAS, A BELEZA É FUNDAMENTAL?

     O poeta brasileiro Vinícius de Morais disse em um de seus poemas: “As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. Eu, particularmente, não creio que Vinícius tenha razão. E o brilhante filósofo espanhol Ortega y Gasset, um dos maiores jornalistas culturais dos tempos modernos, também discordaria de Vinícius. Em seu excelente livro La Elección em Amor (Spasa-Calpe. Argentina. 1940. 2ª. edição. p. 84), ele afirma que “é um erro colocar na beleza a condição básica do amor”.
      Porém, apesar de sabermos que a beleza nem sempre desperta o amor, sabemos que ela continua sendo o mais poderoso fator de atração e aproximação entre os seres humanos. Mas não devemos esquecer também que ela é muito relativa. É certo que existe o conceito de beleza universal – aquela que atrai os olhares e a admiração de todos.
      Mas existe também a beleza relativa, particular. Nem sempre aquilo que é belo na opinião de alguns, é belo na opinião de todos.
     Mas, afinal, o que é a beleza? Essa pergunta ficará aqui sem resposta, pois nossa pergunta nesta matéria é: Como surge o amor?

     Há pessoas que se aproximam de outras atraídas por sua beleza física, mas em muitos casos terminam se decepcionando ao descobrir os defeitos que essa beleza esconde. Os mais frequentes desses pontos negativos estão na área do caráter.
     A beleza sozinha não é capaz de, em todas as circunstâncias, despertar o amor entre duas pessoas. Ela terá que vir associada a outras qualidades. Pois de que vale a alguém ser belo (ou bela) mas espiritualmente vazio, e culturalmente fútil?
    Admiramos a beleza, como qualquer ser humano a admira. Mas seu esplendor não nos ofusca ou ilude. O próprio Ortega y Gasset observou também que “a beleza que atrai raramente coincide com a beleza que enamora”. Confirmando essa afirmação, o ensaísta francês André Maurois escreveu: “Tal homem ou tal mulher acharão belo um ser que os outros julgam horroroso. O encanto espiritual, intelectual ou moral podem dar muita graça a uma mulher cujas feições não são regulares.” (Sentimentos e Costumes. Vechi Editor. Rio de Janeiro. 1937.p 31).
     Como se vê, o assunto é muito mais complexo do que se pensa. Porém, já podemos concluir que o que enamora, o que leva uma pessoa a amar outra é sempre algum “encanto”. A descoberta desse encanto (que nem sempre pode ser notado por todos, haja vista as pessoas comentarem: “Eu não sei o que ele viu nela, ou o que ela viu nele.”) é o começo de tudo.
      Mas não existe uma qualidade que enamore universalmente, pois nem todos se enamoram pelo mesmo motivo. O motivo ou os motivos que levam uma pessoa a amar outra não são os mesmos que levam uma terceira pessoa a amar uma quarta.

INTERFERÊNCIA DIVINA NO AMOR HUMANO

      Deus sempre esteve interessado no modo como os seus filhos estão amando, e a quem estão amando. A Bíblia está cheia de exemplos que confirmam isto. Todos aqueles que, com fé, pedem que Deus os direcione para a pessoa certa, têm recebido resposta satisfatória.
     A maioria dos casamentos desfeitos devem o seu fracasso ao fato de esse pedido não ter sido feito a Deus, nem pelo homem, nem pela mulher. (Não estou dizendo que essa seja a única causa de casamento fracassado).
     Ontem e hoje, o Senhor tem proporcionado grandes encontros, tem feito com que “almas gêmeas” se enlacem sob o poder de sua orientação e interferência.
     Na Bíblia, poucas histórias há tão bonitas quanto a do amor que uniu Jacó e Raquel. Deus tinha interesse que eles se amassem, pois como fruto daquele casamento nasceria José, cuja atuação mais tarde tornou possível a entrada de toda a família de Jacó no Egito, e graças a isso nenhum deles morreria de fome.
      E foi da descendência de Jacó, que amou Raquel, e de quem nasceu José, e da descendência de Jacó, que  amou Lia, e de quem nasceu Judá, que nasceu Jesus, o Salvador da humanidade.
     O grande poeta português Luis de Camões (Obra Completa. Aguillar. Rio de Janeiro. 1963. p. 298) celebrou o amor de Jacó por Raquel em um dos mais belos sonetos da língua portuguesa:

Sete anos de pastor Jacó servia

Labão, pai de Raquel, serrana bela;

Mas não servia ao pai, servia a ela,

Que ela só por prêmio pretendia.


Os dias, na esperança de um só dia,

Passava, contentando-se com vê-la;

Porém, o pai, usando de cautela,

Em lugar de Raquel lhe dava Lia.


Vendo o triste pastor que com enganos

Lhe fora assim negada a sua pastora,

Como se a não tivera merecida,


Começa de servir outros setes anos,

Dizendo: – mais servira se não fora,

Para tão longo amor, tão curta a vida!


     Existem muitos outros aspectos e pontos de vista sobre o amor. A discussão é interessantíssima e tem despertado a atenção de quase todos os grandes homens da história. Creio que deverei escrever novamente sobre esse assunto, pois deixei de lado muitos pontos importantes e esclarecedores, como:
     “O amor na Bíblia”, “O discurso amoroso no livro de Cantares, “Existe amor à primeira vista?”, “O amor é cego?”, “O que torna um homem ou uma mulher interessantes?”, e muitos outros aspectos que se desdobram do tema principal. Deixo de fazer também, nesta oportunidade, a divulgação das mais importantes descobertas e conclusões de todos os grandes estudiosos do assunto.
 
"EU TE AMO”

     Poucas frases possuem tanta beleza, tanta doçura e tanto poder de emocionar o ser humano como esta, composta unicamente de três palavras: “Eu te amo!”
     Doces palavras que aqueles que se amam murmuram em voz baixa (outros berram essa declaração para o mundo inteiro ouvir), e estão sendo pronunciadas desde que o primeiro homem contemplou a primeira mulher e a amou, e foi amado por ela, e continuarão sendo pronunciadas até a consumação dos séculos! Muita razão teve Platão ao dizer que “aquele que não ama caminha no escuro”.
     A vida só é completa quando estamos amando.
Como disse Rochepédre: “Amar é pedir a outrem a felicidade que nos falta”; e Leibinitz acrescentou: “é encontrar na felicidade de outrem a própria felicidade”; e Goethe reforçou: “é despertar a pessoa a quem amamos para toda a grandeza de que ela é capaz”; e o nosso grande poeta Mário Quintana concluiu: “Amar é mudar a alma de casa”.

     “Adeus Camila”, dizia Perdican, no final da peça “Com o Amor não se Brinca”, escrita pelo genial poeta e dramaturgo francês Alfred de Musset. “Volta para a tua solidão. Mas quando te contarem essas histórias repugnantes que te envenenaram, lembra-te do que vou dizer-te: Quase todos os homens são mentirosos, traidores, hipócritas, petulantes; quase todas as mulheres são vaidosas, fúteis e pérfidas, mas há no mundo algo infinitamente belo e sublime – a união dessas duas criaturas tão imperfeitas.”
     Tudo o que falta a uma mulher ela o adquire em sua união com o homem, e tudo o que falta a um homem ele o adquire em sua união com a mulher. É no amor que eles se completam. “Amai”, dizia o historiador francês John Michelet, um dos grandes conhecedores do coração humano, “e todas as forças da Terra estarão a vossos pés. É pelo amor que chegamos a Deus”.

PR. JEFFERSON MAGNO COSTA

domingo, 26 de setembro de 2021

POR QUE É NECESSÁRIO MUITAS VEZES O PREGADOR TORNAR-SE UM TROVÃO NO PÚLPITO

PR. JEFFERSON MAGNO COSTA


      Perguntaram certa vez a João Batista quem ele era. João respondeu: "Eu sou a voz do que clama no deserto" (Jo 1.23). Assim se definiu João Batista. 
     Eu pensava que a definição ideal do pregador seria: "aquele que argumenta" e não "voz do que clama". Por que João Batista se definiu fundamentando-se no clamor, e não no argumento? Por que não se definiu apoiando sua atividade de pregador na argumentação, e sim nos brados? 
     Porque sobre muitas pessoas neste mundo, o falar alto tem muito mais poder do que os argumentos. Vejamos uma prova disto em um exemplo envolvendo o Senhor Jesus.
    Assim que Ele concluiu a exposição da parábola do semeador, começou a clamar (bradar): "Dizendo ele estas coisas, clamava: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (Lc 8.8). 

     Jesus passou a clamar, e não se deteve mais em argumentar sobre a parábola, conforme fizera até ali, porque sobre aquele auditório os brados tinham mais poder do que os argumentos.   
    Vejamos outro exemplo bíblico.
    Quando Pilatos examinou as acusações que os escribas e fariseus apresentavam contra Jesus, lavou as mãos e disse: "...nenhuma culpa, das de que o acusais, acho neste homem" (Lc 23.14). 

     Enquanto Pilatos, na sua polidez e serenidade de governador, declarava isto tranquilamente, a atitude dos escribas e fariseus, acompanhados do povo, era outra: "Mas eles instavam [insistiam] com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos principais sacerdotes, redobravam" (Lc 23.23).
    Portanto, Cristo tinha a seu favor os argumentos e o parecer consciencioso e calmo de Pilatos, e contra Si os gritos da multidão. E qual deles prevaleceu? Os gritos da multidão. 

     O parecer sereno e racional de Pilatos não foi suficiente para o livrar, mas os gritos tiveram poder suficiente para o colocar na cruz.
    Tendo os gritos tanto poder sobre a humanidade, é necessário que em algumas ocasiões os pregadores clamem, bradem, gritem. 

     Certamente, foi por reconhecer que os pregadores muitas vezes terão a necessidade de gritar, que o profeta Isaías os chamou de nuvens: "Quem são esses que vêm voando como nuvens?..." (Is 60.8).
     A nuvem tem relâmpago, tem trovão e tem raio. Relâmpago para os olhos, trovão para os ouvidos, raio para o coração. Com o relâmpago ilumina, com o trovão assombra, com o raio mata. Enquanto o raio alcança apenas  um, o relâmpago pode ser visto por muitos, mas o trovão é o único que é ouvido por todos. 

     Assim deve ser a voz do pregador: um trovão do Céu que possa ser ouvido por todos, que assombre o pecador e faça tremer o mundo. 
    
  PR. JEFFERSON MAGNO COSTA

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

DEVEMOS TEMER MAIS A LÍNGUA DO BAJULADOR DO QUE AS MÃOS DO PERSEGUIDOR


PR. JEFFERSON MAGNO COSTA


      Aurélio Agostinho (Numídia, Argélia,354-430,Hipona, Argélia), autor cristão extraordinário em todos os assuntos, utilizando doutrina tirada da escola do rei Davi, ensina que há dois tipos de inimigos: uns que perseguem, outros que bajulam. Agostinho disse que devemos temer mais a língua do bajulador que a mão do perseguidor.
     A mão do perseguidor arma-se com a espada, com a lança, com a seta, com o veneno, e com todos os demais instrumentos de ferir e matar. Porém, temos que temer muito mais a língua aparentemente desarmada do bajulador, pois é muito mais perigosa que todas essas armas do perseguidor juntas.

     







 Alguns autores comparam o bajulador ao camaleão, que não tendo cor própria nem definida, reveste-se e pinta-se de todas as cores, quaisquer que sejam as do objeto vizinho. Outros o comparam à sombra, que não tem outro movimento que não seja imitar o corpo interposto à luz, do qual nunca se separa, e sempre e para qualquer parte o segue.
     Outros comparam o bajulador ao espelho, retrato natural e recíproco de quem nele se vê. Por que se tu o olhares, ele olhará para ti. Se tu rires, ele rirá. Se chorares, ele chorará. Porém, serão lágrimas sem dor e riso sem alegria. Todavia, como o camaleão, a sombra e o espelho são imitadores mudos, a comparação que Agostinho fez do bajulador é a mais adequada e melhor de todas. Ele o comparou ao eco.
    






 O eco sempre repete o que diz a voz, e não sabe dizer outra coisa. Onde as concavidades são muitas, é cena verdadeiramente divertida ver como os ecos vão se respondendo sucessivamente uns aos outros, e todos sem variação, dizendo a mesma coisa. É assim que agem os bajuladores. O que disse a primeira voz, é o que todos repetem uniformemente.
     Se o rei disser que quer iniciar uma guerra, mesmo que essa guerra seja de consequências perigosas, o que os ecos respondem? Guerra! guerra! guerra! Mas se o rei disser que quer declarar paz, mesmo que a ocasião seja desaconselhável e as condições impostas pelo inimigo sejam indecorosas, o que os ecos respondem? Paz! paz! paz! Se o rei disser que quer enriquecer os cofres públicos, mas para isso terá de aumentar consideravelmente os impostos, ainda que seus pretextos tenham mais de egoísmo e vaidade que de utilidade, o que os ecos respondem? Impostos! impostos! impostos! Da mesma forma agem os bajuladores.
     Sêneca dizia que preferia muito mais ofender o rei com a verdade, do que agradá-lo com a bajulação. Mas quem era Sêneca? Um grande filósofo estóico. Ele ensinava que a pessoa que possuía a maior riqueza era aquela que sabia viver sem depender de nenhuma. E ele mesmo praticou isso, pois sendo um homem riquíssimo, renunciou a todas as suas riquezas e entregou-as ao Estado romano. Ora, um homem que foi capaz de aumentar os tesouros do rei com a doação dos seus bens, tinha coragem e autoridade suficientes para correr o risco de ofender o rei com a verdade do que agradá-lo com a adulação.
     Porém, aqueles que querem remediar a sua pobreza, melhorar a sua casa ou alimentar a sua vaidade com os tesouros do rei, que podemos esperar deles? Que digam cinquenta adulações para conseguir um cargo, e que não se atrevam a dizer meia verdade, para não perdê-lo.
   





 

 Diógenes, outro grande filósofo da antiguidade, que jamais concordou em adular os reis em troca de riquezas ou cargos, era tão pobre que não tinha sequer uma choupana para morar, e vivia dentro de um barril. O imperador Alexandre o Grande ouviu falar de Diógenes e quis conhecê-lo. Encontrou-o em uma planície perto de um bosque, com o semblante sereno e feliz, calmamente sentado dentro do seu barril, apreciando a natureza enquanto meditava.
    







Alexandre o Grande ficou impressionado ao ver um homem tão desprendido dos bens materiais, exatamente o oposto dele e de todos os bajuladores que o cercavam. Como era o rei mais poderoso do mundo naquela época, Alexandre disse a Diógenes que lhe pedisse o que quisesse. Diógenes respondeu: “Peço-te que não me tires o que não me podes dar.” Diógenes disse isto porque era Inverno, e Alexandre, ao parar diante do filósofo, estava impedindo, com a sombra do seu corpo, que Diógenes continuasse tomando o seu banho de sol. Alexandre virou-se para os ministros e generais que o acompanhavam e comentou: “Se eu não fosse Alexandre, o único homem que eu gostaria de ser nesse mundo era Diógenes.”
     Durante todo o tempo em que o rei Dionísio dominou a Sicília, não conseguiu subornar o grande filósofo Diógenes para fazê-lo parar de dizer-lhe algumas verdades. Diógenes, que era admirado por todos por sua coragem, sinceridade, e porque jamais aceitara vender sua consciência, estava certa vez lavando algumas ervas para comer, quando um dos bajuladores do rei aproximou-se e disse-lhe: “Se tu adulasses ao rei Dionísio não comerias ervas.” Imediatamente, Diógenes respondeu: “E se tu te contentasses em comer ervas, não precisarias adular a Dionísio.”
     Perguntaram certa vez a Biantes, um dos sete Sábios da Grécia, qual era o animal mais venenoso do mundo, e ele respondeu: “Dos bravos o tirano, dos mansos o bajulador.” Ao chamar a adulação de veneno, Biantes acertou em cheio; porém, ao distinguir o tirano do adulador, Biantes não foi muito feliz, porque todo adulador é um tirano.
     O maior tirano que houve no tempo do nosso Salvador Jesus Cristo foi Herodes. Porém, os seus bajuladores ainda foram maiores tiranos que ele, porque o rei foi o tirano dos seus vassalos, e os bajuladores foram os tiranos do rei.
   








  O texto do profeta Miquéias que os bajuladores explicaram a Herodes sobre o nascimento do novo Rei, fala expressamente de dois nascimentos do Messias, um temporal, como homem, e outro eterno, como Deus. O temporal como homem: “...de ti me sairá o que será Senhor em Israel” (Mq 5.2a), e o eterno como Deus: “e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2b).
     O que os escribas e os príncipes dos sacerdotes, os maiores bajuladores de Herodes, fizeram na tentativa de dar pistas sobre o nascimento do Messias àquele rei que se perturbara e deixara todos perturbados ao saber que um rei ameaçador do seu trono havia nascido? (Mt 2.3,4). Na tentativa de ajudar aquela raposa traiçoeira, os bajuladores citaram a passagem profética de Miquéias. Mas só citaram a primeira parte, que fala sobre a natureza humana de Jesus, silenciando totalmente sobre a segunda natureza, a divina: “E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel.” (Mt 2.6).
   





  

 Tendo sido enganado por seus bajuladores, Herodes supôs que aquele que havia nascido em Belém era tão-somente homem e não Deus, e que podia matá-lo. E a consequência dele pensar assim foi o decreto da morte dos inocentes (Mt 2.16). Sendo um assunto tão grave, o mais grave que poderia haver naquela corte, pois envolvia a coroa e a salvação de Israel, aqueles enganadores citaram a profecia de Miquéias pela metade, com o intuito de, através de uma meia-mentira e uma bajulação, traquilizarem o coração amedrontado daquele tirano. Vejam em que pode resultar a bajulação! Muitas crianças inocentes foram mortas graças à atitude dissimulada e falsa de um bando de bajuladores.

     



 

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