Jefferson Magno Costa
Toda pessoa possuidora de talentos corre o risco de os usar mal, os enterrar ou os perder, e quando um dia estiver diante de Deus, não dará boa conta deles.
Alguns por terem caído no pecado da soberba, outros por terem caído no pecado da inveja,
e outros por terem caído no pecado da falta de decisão e firmeza, que é o pecado da omissão.
Na parábola dos dez talentos usada por Jesus (Mt 25.14-30), o servo que enterrou o único talento que recebera de seu senhor, cometeu esse último pecado.
Porém, ele poderia ter sido considerado o melhor, e ter-se mostrado muito mais capaz do que os outros dois servos que haviam recebido dois e cinco talentos, caso não tivesse enterrado o seu.
Certa vez um grupo de teólogos iniciou um debate para saber qual dos criados da parábola dos dez talentos se mostrara mais sábio e capaz, se o que com dois talentos conseguira outros dois, ou se o que com cinco talentos conseguira outros cinco.
Por não terem conseguido chegar a uma conclusão, os teólogos resolveram levar o problema para um grupo de experientes comerciantes e empresários, os quais concluíram que mais habilidoso tinha sido o servo que com dois talentos conseguira mais dois talentos do que o que com cinco talentos conseguira mais cinco.
A justificativa para essa conclusão os comerciantes e empresários haviam tirado da própria experiência: É mais difícil ganhar pouco com pouco do que muito com muito.
E também acrescentaram que se o servo que recebera um só talento tivesse conseguido outro talento, teria superado largamente em capacidade ao servo que recebera dois e ao servo que recebera cinco.
Essa última conclusão serve de grande consolação e incentivo às pessoas que se consideram possuidoras de pouco ou quase nenhum talento.
Pegue o único talento que você tem, apresente-o a Deus, diga-lhe que quer usá-lo para o engrandecimento, a honra e a glória do Seu Reino, e prepare-se para testemunhar milagres!
(A. V. Trecho do Serm. Prim. Dom. Adv. Adapt. Lisb. 1676)
Jefferson Magno Costa