Jefferson Magno Costa
Admirável foi a forma como o patriarca Jacó, pouco antes de morrer, repartiu profeticamente entre os seus filhos as porções da bênção paterna que caberia a cada um.
Usando o nome de diferentes animais,
a Judá chamou de leão (Gn 49.9),
a Dã chamou de serpente (49.17),
a Benjamim chamou de lobo (Gn 49.27),
a Naftali chamou de cervo (Gn 49.21),
a Issacar chamou de jumento (Gn 49.14).
Não podemos esquecer que os demais filhos de Jacó também receberam sobre suas vidas variadas expressões proféticas sobre o futuro de cada.
Mas quero chamar a atenção do leitor para os que foram comparados a animais.
Todos os animais têm suas inclinações, seus instintos e propriedades, suas virtudes e seus vícios naturais. O leão é generoso, a serpente astuta, o lobo voraz, o cervo ligeiro, o jumento sofredor no trabalho.
E debaixo dessas metáforas Jacó dava significado e distribuía aos filhos os talentos de cada um, e como seriam usados, e profetizou sobre quais haviam de ser as ações e acontecimentos de suas vidas e descendências.
Ora, é de admirar que esses mesmos irmãos tenham suportado tão mal da parte daquele mesmo pai o fato de ele ter feito uma túnica de várias cores para um deles, a ponto de eles terem planejado tingir a túnica no sangue do próprio irmão.
Como agora nenhum se queixa de o pai os vestir de tão diferentes peles e pelos, e de lhes chamar de tão diferentes nomes, e colocá-los dentro de tão diferentes categorias, como a que separa o lobo do cervo, a serpente do leão, e o leão do jumento?
No episódio da túnica diferente que deu a um único filho, Jacó agiu como pai em seu próprio nome. Porém, na diferente divisão de talentos entre todos os filhos, Jacó falou como profeta em nome de Deus.
Todos os filhos reconheciam a voz de Deus na voz do velho patriarca Jacó.
E como a divisão de talentos e do que aconteceria a eles e aos seus descendentes no futuro estava sendo feita pelo próprio Deus na voz de Jacó, e os talentos estavam sendo distribuídos por Deus, mesmo sendo tão diferentes no valor quanto é diferente a posição de quem reina da posição de quem serve, a posição do leão da posição do jumento entre os animais, todos os filhos, abaixando a cabeça diante do pai, conformaram-se com sua sorte. Não houve nenhum que abrisse a boca para reclamar.
(A.V. Serm. Prim. Dom. Adv. Cap. Real. Lisb. 1675)
Jefferson Magno Costa
Admirável foi a forma como o patriarca Jacó, pouco antes de morrer, repartiu profeticamente entre os seus filhos as porções da bênção paterna que caberia a cada um.
Usando o nome de diferentes animais,
a Judá chamou de leão (Gn 49.9),
a Dã chamou de serpente (49.17),
a Benjamim chamou de lobo (Gn 49.27),
a Naftali chamou de cervo (Gn 49.21),
a Issacar chamou de jumento (Gn 49.14).
Não podemos esquecer que os demais filhos de Jacó também receberam sobre suas vidas variadas expressões proféticas sobre o futuro de cada.
Mas quero chamar a atenção do leitor para os que foram comparados a animais.
Todos os animais têm suas inclinações, seus instintos e propriedades, suas virtudes e seus vícios naturais. O leão é generoso, a serpente astuta, o lobo voraz, o cervo ligeiro, o jumento sofredor no trabalho.
E debaixo dessas metáforas Jacó dava significado e distribuía aos filhos os talentos de cada um, e como seriam usados, e profetizou sobre quais haviam de ser as ações e acontecimentos de suas vidas e descendências.
Ora, é de admirar que esses mesmos irmãos tenham suportado tão mal da parte daquele mesmo pai o fato de ele ter feito uma túnica de várias cores para um deles, a ponto de eles terem planejado tingir a túnica no sangue do próprio irmão.
Como agora nenhum se queixa de o pai os vestir de tão diferentes peles e pelos, e de lhes chamar de tão diferentes nomes, e colocá-los dentro de tão diferentes categorias, como a que separa o lobo do cervo, a serpente do leão, e o leão do jumento?
No episódio da túnica diferente que deu a um único filho, Jacó agiu como pai em seu próprio nome. Porém, na diferente divisão de talentos entre todos os filhos, Jacó falou como profeta em nome de Deus.
Todos os filhos reconheciam a voz de Deus na voz do velho patriarca Jacó.
E como a divisão de talentos e do que aconteceria a eles e aos seus descendentes no futuro estava sendo feita pelo próprio Deus na voz de Jacó, e os talentos estavam sendo distribuídos por Deus, mesmo sendo tão diferentes no valor quanto é diferente a posição de quem reina da posição de quem serve, a posição do leão da posição do jumento entre os animais, todos os filhos, abaixando a cabeça diante do pai, conformaram-se com sua sorte. Não houve nenhum que abrisse a boca para reclamar.
(A.V. Serm. Prim. Dom. Adv. Cap. Real. Lisb. 1675)
Jefferson Magno Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário