sábado, 27 de novembro de 2021

OS HOMENS JULGAM E CONDENAM POR PENSAMENTOS QUE SUPÕEM QUE TIVEMOS

Jefferson Magno Costa

     Uma das mais sérias razões que leva o julgamento dos homens a ser mais temível que o julgamento de Deus, é porque Deus julga os nossos pensamentos, mas conhece-os; porém os homens não podem conhecer os nossos pensamentos, mas julgam-nos.
      Alguém é capaz de contra-argumentar dizendo que os homens julgam os pensamentos pelas obras. Pelas obras, que podem ser vistas, seria possível julgar os pensamentos, que não podem ser vistos, argumentam.
      Se isso fosse verdade, não tínhamos motivo nenhum para temer o julgamento dos homens. Porém, o que podemos constatar é que até as pessoas mais sensatas cometem o erro de concluir exatamente o oposto do que a pessoa está pensando, ao julgarem-na por suas obras. 

Vejamos isto na Bíblia.


      







Ana, futura mãe do profeta Samuel, estava orando no templo, derramando diante de Deus suas aflições. E que julgamento fez o sumo sacerdote Eli desta oração?


       







Julgou que Ana estava embriagada, e que os movimentos que fazia com os lábios para pronunciar as palavras sem ser ouvida, tinham a sua causa no álcool que entrara pela boca, e não no coração angustiado de onde as palavras saíam (1 Sm 1.13).


       





O general Naamã viajou da Síria à Judéia para que o profeta Eliseu o curasse de lepra. E que julgamento o rei Ezequias fez desta viagem de Naamã após ler a carta do rei da Síria pedindo-lhe a cura do seu general?

      











Concluiu que Naamã havia sido enviado astutamente por seu rei para que, ao retornar sem a cura que viera buscar, o rei da Síria tivesse um motivo para declarar guerra a Ezequias (2 Rs 5.7).

         


     





Buscando desesperadamente a intervenção de alguém que o pudesse livrar das consequências da fúria do rei Assuero, Hamã lançou-se aos pés de Ester, que estava reclinada em um leito na sala do banquete do vinho.
      









Ao retornar à sala do banquete, que julgamento fez o rei Assuero daquela atitude de Hamã? Concluiu que ele estivesse insinuando-se com propostas indecorosas à rainha (Et 7.7,8).
      Eis, portanto, três exemplos de como os homens interpretam as ações, e como julgam erradamente por elas os pensamentos.
     Ana orava a Deus, e a sua oração foi julgada como embriaguês.
     Naamã buscava a cura, e sua confiança foi considerada uma provocação.
     Hamã buscava o perdão, e o seu arrependimento foi julgado como lascívia.
      Nem a oração da aflita, nem o esforço do doente, nem a súplica do arrependido estão isentos de sofrer julgamento errado e injusto pelos homens.

     Ana pedia o remédio de sua esterilidade a Deus, Naamã pedia o remédio de sua enfermidade a Eliseu, Hamã pedia o remédio de sua infelicidade a Ester.
      E nem a Ester o fato de ser rainha, nem a Eliseu o fato de ser profeta, nem a Deus o fato de ser a própria misericórdia foram suficientes para que Ana, Naamã e Hamã escapassem do julgamento errado dos homens.
      Nem com os reis, nem com os profetas, nem com Deus podemos negociar sem sermos mal interpretados e mal julgados pelos homens.

     Tão injusto é o julgamento dos homens ao interpretar intenções; tão atrevido e tão temerário é quando julgam, pelas obras, os pensamentos.
Só o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo tem autorização e poder para julgar o que está no coração, na consciência e no pensamento dos seres humanos (Rm 2.14-16).


Jefferson Magno Costa
  1. Caro Pastor Jefferson
    Belíssima mensagem, repleta de alertas. Esses dias tenho pensado sobremaneira a questão do julgamento e eis aqui um texto elucidador. Com o julgar, emitimos palavras e estas podem levar a morte – senão física, quiçá emocional ou espiritual. Ao alerta de Deus de que a ninguém devemos julgar, parece até que pouca importância dispensamos. Será que não atentamos aos escribas que julgavam a atitude de Jesus quando a perdoar o paralitico de Cafarnaum? E quanto a Elias? Lendo as grandes obras de Elias, detive-me longo tempo a meditar sobre a mensagem que Jezabel enviara ao profeta, momento em que pude declinar algumas linhas. http://momentodeler.blogspot.com/2010/06/uma-palavra.html . Em outro comentário o senhor escreve que está acompanhando meus blogs, ao que lhe sou grata . A opinião expressa me será de grande valia para continuar, pois tímida adentro o universo que tanto me apraz – a Palavra de Deus. Obrigada por mais este ensinamento. Inajá Martins de Almeida

  2. Prezada irmã Inajá, só o nosso Salvador Jesus Cristo está autorizado e tem capacidade para julgar os pensamentos dos seres humanos (Rm 2.14-16).

  3. Paz do Senhor Pastor Jefferson!
    Vez por outra tenho o prazer de deleitar-me com suas postagens, sempre muito bem temperada com o sal de um exímio estudante da Palavra, seu blog é uma raridade da NET, pois o utiliza com maestria, na graça do conhecimento outorgado pelo Mestre Jesus, que Deus continue abençoando o amado Pastor e sua família.
    Na Paz de Cristo,
    Pr. Honorato Santos

  4. Obrigado pelas palavras de incentivo e reconhecimento da utilidade do conteúdo deste blog, prezado pastor e amigo Honorato Santos. Tenho me esforçado todos os dias para trazer para o Sublime Leitura alguma coisa relevante, algo que possa servir de edificação e deleite dos cristãos apaixonados pela Palavra de Deus.


  5. Sim, prezado irmão e amigo Marcelo Pires, Hamã realmente merecia o castigo que recebeu. Mas não sei se o irmão observou que o que está em questão com relação aos três personagens citados em minha matéria não é saber quem merecia ou não ser castigado.
    O que nós nos esforçamos para mostrar é que os casos de Ana, Naamã e Hamã provam minha afirmação inicial de que os homens julgam injustamente os nossos pensamentos mesmos sem conhecê-los, tentando decifrá-los a partir de nossas ações. Prato feito para a injustiça.

  6. Prezado irmão Marcelo Pires, permita-me observar-lhe que a frase de Machado de Assis foi citada pelo irmão em seu comentário totalmente fora de contexto.
    As pernas da minha tese são pernas sãs, atléticas, de tamanho natural; não são pernas de gigante, longuíssimas, ou de perneta, desiguais, ou de anão, brevíssimas. Portanto, a frase do "bruxo do Cosme Velho" não cabe aqui.
    Quanto à clareza da tese que essas pernas conduzem como um saudável corpo pela estrada da confirmação rumo ao infalível tribunal da demonstração e prova, o sol não consegue ser mais claro do que ela. E ela, a minha tese, em momento algum causa qualquer detrimento à interpretação bíblica.
    E digo mais: Hamã é exemplo tão ou mais forte que os outros dois exemplos que usei, de Ana e de Naamã, dentro do que me propus a provar.
    Imagine um homem que acabou de cair em desgraça perante o rei, e sabe que a qualquer momento sua cabeça vai ser enfiada em uma corda de forca, e a única esperança que lhe resta de continuar vivo é lançar-se aos pés da rainha, contando com sua misericórdia e implorando que ela interceda ao rei por sua vida.
    E enquanto o miserável está ali prostrado, em desesero e lágrimas, aos pés da rainha, o rei entra outra vez na sala, vê aquela cena, e entende que o desgraçado que pede clemência aos pés de sua esposa na verdade está fazendo-lhe propostas indecorosas.
    Este foi o caso de Hamã: a grande prova de que os homens erram desastrosamente ao julgarem os nossos pensamentos que não veem, pelas ações que veem. Um homem desesperado pedindo por sua existência foi tido como um homem destemperado buscando atos de indecência.
    Há prova mais adequada para o que me propus a demonstrar? Pode haver igual, mas não superior ao caso de Hamã.

  7. Risos...Quanto a frase, foi proposital...
    Desculpe-me por alguma coisa...
    O irmão é DOGMÁTICO!!!
    No seu blog diz que devemos comentar, dizer do que gostamos, mas na prática...

  8. Pr Jefferson, por incrível que pareça entrei na net justamente pra escrever um texto sobre julgamentos e acusações. Já tinha escolhido até a imagem do meu post. Passei por aqui, como é de prache e fiquei maravilhada pois sei que o Espírito de Deus me guiou até suas palavras. Estou passando por um momento terrível, enfrentando levantes do inimigo por todos os lados [É o que se espera quando nos posicionamos pra fazer a obra de Deus]. Me sinto confortada ao saber que nenhum destes personagens foi isento da má interpretação, muito menos eu seria.
    Neste momento, quando somos forçados a nos sentar no banco dos réus, cabe a nós apenas confiar na justiça de Cristo - o Justo. Á palavra de Deus não permitiu que nenhuma destas mentiras prevalececem sobre os personagens (até mesmo á respeito de Hamã) e em todos os desfeixos a verdade veio á tona.
    É só isso que espero do meu Deus, por que sei que Ele é o mesmo ontem, hoje e será eternamente.
    Que toda língua maldosa e todo pensamento deturpado a meu respeito caia por terra EM NOME DE JESUS!
    Pronto, agora não adianta nem disfarçar minha raiz petencostal, me entreguei.. kkkk
    Um abraço, fiquem na paz e na certeza de que Só Deus pode nos julgar adequadamente.

    Prezada Susana, você não está sozinha. Além dos três personagens bíblicos que citei, Jesus foi o principal alvo do julgamento injusto dos homens. Parabéns pelo privilégio de fazer parte desse grupo. Bem-vinda ao time seleto dos perseguidos e mal-julgados em suas verdadeiras intenções.

  9. Dogmático, irmão Marcelo? Acho que não. O que me esforço para ser é pragmático. Nunca deixo de responder os comentários que os meus amigos leitores fazem neste blog, sejam eles elogiosos ou críticos. Sei lidar muito bem com as críticas, e até gosto muito delas. Ensinam-me a olhar os outros ângulos do assunto que eu não tinha visto antes, e muitas vezes me enriquecem culturalmente ou me convidam para o debate, para o saudável exercício da dialética, quando tenho certeza de que estou defendendo um ponto-de-vista correto. Você, que ama tanto a leitura da Bíblia, já percebeu que Jesus amava o debate, não perdia nenhuma oportunidade de enfrentar os escribas e fariseus e seus argumentos furados, errados?
    Pois eu aprendi com Jesus a não ficar calado diante de pontos-de vista míopes, teimosamente errados. Nisto até Jesus e o apóstolo Paulo correram o risco de ser também tachados de dogmáticos. Como eu fui.


  10. Meu Pastor, não fique triste ou aborrecido não...realmente eu reconheço que sou um cara as vezes cabeça dura,impulsivo(de vez em quando tenho que pedir desculpas,mas também sei reconhecer meus erros!Vou pedir a JESUS para que unjas meus olhos com colírio,Ap 3.18!
    Quem sabe um dia pregando por aí,em algum lugar desse nosso maravilhoso Brasil, estaremos juntos,e, terei o prazer de dar um forte abraço no irmão!!!
    Não foi minha intenção magoá-lo...

    RESPEITOSAMENTE E NO AMOR DE CRISTO MARCELO PIRES

    SHALOM


  11. Meu querido irmão Marcelo Pires, continue na paz de Jesus Cristo, meu irmão, e fique tranquilo, porque o irmão não me ofendeu em nada, não me magoou em coisa nenhuma. Debater no terreno das ideias é para mim uma prática quase diária. Nunca espero que todos concordem comigo.
    Além do mais, por eu ter nascido no meio de uma grande e típica família nordestina, ter sido criado em uma autêntica cidade interiorana do Nordeste, com todas as adversidades que isso implica, e ter servido durante vários anos à Marinha do Brasil como Fuzileiro Naval, meu querido irmão, para que alguém consiga me aborrecer, tirar do sério, chatear, ofender ou coisa do gênero, tem que se esforçar muito.
    Fique tranquilo. Somos irmãos em Cristo, e agora mais amigos ainda. Um dia nos encontraremos por esse Brasil a fora e nos cumprimentaremos com esse forte abraço que o irmão mencionou, e poderemos conversar muito mais sobre as maravilhas e os mistérios da Palavra de Deus.
    Prov.: 26.4. Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele.

     

    Prov.:26.5. Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos.
  12.  

    Versículos de ouro. Muitíssimo obrigado por citá-los.

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