Jefferson Magno Costa
(Entrevista por Regina Coeli)
Referência para estudiosos e pesquisadores, a segunda edição da Enciclopédia Popular de Cultura Bíblica, de Louis-Claude Fillion, que foi recentemente lançada pela Editora Central Gospel, passou por uma reformulação em seu layout e agora apresenta um novo projeto gráfico. A obra traz mais de 1000 ilustrações e informações relacionadas à cultura e à vida dos povos citados no Antigo e no Novo Testamentos. Em entrevista, o gerente editorial da Editora Central Gospel, pastor Jefferson Magno Costa, fala sobre esse rico conteúdo e expõe a razão da mudança.
Não há como falar da Enciclopédia Popular de Cultura Bíblica sem mencionar seu autor, Louis-Claude Fillion. Quem foi esse homem e qual o valor dele para o cristianismo de sua época e para o cristianismo de hoje?
Louis-Claude Fillion foi um erudito que possuía um conhecimento vastíssimo das Sagradas Escrituras. De família tradicional judaica radicada na França, ele se converteu ao cristianismo por volta de 1860. Como era apaixonado pelas raízes culturais judaicas, intensificou seu interesse pela cultura ligada à Bíblia e ultrapassou a fronteira que separa os judeus dos conhecimentos relativos ao Novo Testamento (isso porque Jesus é o centro do Novo Testamento, e o judeu ortodoxo, tradicional, não aceita que Ele é o Messias). Quando isso foi solucionado dentro do autor, Fillion se tornou um dos homens mais produtivos da cultura cristã mundial de sua época. Suas obras são hoje um verdadeiro tesouro para o cristão que ama a Bíblia e deseja aprender mais sobre a Palavra de Deus.
Quando Fillion começou a reunir esse riquíssimo material que ele usou na Enciclopédia Popular de Cultura Bíblica, a técnica e os recursos para a fotografia eram ainda muito rudimentares. O senhor considera que ele esteve à frente do seu tempo ao idealizar uma obra que foi enriquecida por ilustrações que esclarecem as ricas informações bíblicas que ele colocou no texto?
Com certeza. Esse foi o exepcional recurso que ele utilizou, o da ilustração, já que naquela época, a fotografia ainda estava dando os seus primeiros passos. Fillion reuniu um grupo de desenhistas, e saiu pelos museus, palácios, bibliotecas, e grandes acervos particulares pertencentes a governos ou a pesquisadores. Nesses lugares, tudo o que ele encontrou de importante sobre a Bíblia, ele desenhou. Os desenhistas reproduziram tudo o que de importante estava guardado sobre a Palavra de Deus: os mais variados objetos, gravuras, murais, peças e documentos de inúmeros aspectos relacionados à vida doméstica, civil, social, política e religiosa do povo judeu e das nações biblicamente envolvidas com os judeus. Muitas dessas relíquias hoje nem existem mais. Não chegaram até os nossos dias. Ou viraram pó, de tão antigas, ou foram roubadas ou foram destruídas pelos bombardeios e pilhagens durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Os nazistas roubaram e sumiram com centenas delas.
Então Louis-Claude Fillion foi um grande preservador de riquezas culturais relacionadas à Bíblia?
Um grande resgatador, um pesquisador fenomenal, incansável, apaixonado por tudo o que estivesse relacionado à Palavra de Deus. Fillion foi um mundialmente conceituado comentarista das Escrituras, um teólogo que conhecia o grego, o hebraico, o aramaico e mais umas seis línguas modernas. Foi um zeloso preservador de um dos mais preciosos acervos relacionados às Escrituras. Ele vasculhou as mais ricas e maiores coleções culturais para nos proporcionar esse imensa tesouro de informações reunidas em todos os seus livros, com especial destaque para esse arsenal de ilustrações preciosíssimas que ele usou na Enciclopédia Poupular de Cultura Bíblica. O texto contendo as curiosas e preciosas informações que ele reuniu às ilustrações tem como propósito elucidar trechos de difícil compreensão nas Sagradas Escrituras. As imagens, acompanhadas de legendas e dos textos explicativos, relacionam a informação às passagens bíblicas, muitas delas de difícel compreensão, mas que se tornaram claras com a ajuda dessas ilustrações. Foram os chineses que disseram que uma imagem vale por mil palavras. Fillion concordava com os chineses. Outra obra importantíssima que Fillion levou uns 20 anos para escrever, e que a Editora Central Gospel também traduziu e publicou, é a Enciclopédia da Vida de Jesus, que tem mais de 600 ilustrações, nesse caso, fotos. Em breve, estaremos lançando um terceiro livro escrito por esse incansável estudioso judeu-cristão: uma ultra-pesquisada, grande, rica e inspiradora história dos milagres de Jesus.
Pastor Jefferson, fale um pouco mais sobre a importância das ilustrações que Louis-Claude Fillion usou em sua obra Enciclopédia Popular de Cultura Bíblica.
Essas mais de 1000 ilustrações retratam aspectos da cultura judaica e dos povos entre os quais os judeus viveram, como os egípcios, os assírios, os babilônicos, os cananeus, e outros povos. A obra exibe imagens de utensílios, mobílias, roupas, joias, armas de guerra, meios de transportes, tipos de moradia, dinheiro, ferramentas de trabalho, objetos usados no culto judeu e nos cultos dos países ligados aos judeus. Essas ilustrações mostram, entre muitas outras coisas, como os povos dos tempos bíblicos viviam no seu dia a dia, como aravam a terra, preparavam sua comida, como educavam as crianças, etc. Também traz informações sobre as doenças, as diversas cerimônias realizadas, e muitas outras abordagens. Muitas coisas que lemos na Bíblia e das quais tínhamos um pálido conhecimento oriundo apenas do que era mencionado nos versículos, estão agora esclarecidas, ilustradas, traduzidas em imagens nessa enciclopédia.
Essa obra teve sua edição original em francês publicada em 1883, tendo sido editada pela primeira vez no Brasil em 2003. É um material exclusivo?
Sim. Nenhuma outra editora tem essa obra. É um projeto único. Não foi lançada em nenhuma feira internacional moderna. Nós a traduzimos da edição original de 1883 e a publicamos com exclusividade na língua portuguesa em 2003. Porém, por ter sido publicada por nós inicialmente em volume muito grande, pesado, no formato 20x28, com o miolo em duas cores e o texto em corpo 14, muitas pessoas reclamavam que gostariam de adquiri-la, mas a achavam cara. Então resolvemos reformulá-la para torná-la mais barata e acessível a todos. A ideia foi transformá-la em um produto que mantivesse o rico conteúdo da edição original, porém por um preço bem mais acessível. Acreditando na importância e na excepcional riqueza dessa obra, propus ao pastor Silas Malafaia uma mudança no projeto gráfico para torná-la mais acessível aos leitores. Pastor Silas autorizou as mudanças, e imediatamente contactamos um designer que é especialista em obras de referência, o nosso amigo Joede Bezerra, e o desafiamos a reformular o projeto gráfico da enciclopédia a fim de barateá-la em até 40%. Ele venceu o desafio, e o resultado é essa magnífica obra. Quem realmente saiu ganhando foi o leitor, que hoje pode adquiri-la por um preço bem mais em conta, menos de 50,00 reais.
Quais foram as principais mudanças?
O conteúdo é o mesmo, conforme eu já disse. As principais mudanças ocorreram no formato da obra, na cor e gramatura do papel, e também no layout da capa. A obra está muito mais agradável de ler, e muito mais fácil de manusear e transportar, já que seu formato tornou-se menor. Mas continua a apresentar a mesma durabilidade e imponência de uma obra de referência. Essa enciclopédia está sendo vendida, inclusive, nas redes de livrarias seculares.
Quanto tempo esse trabalho levou para ser executado?
Na primeira edição em português, em 2003, gastamos quase um ano de trabalho contínuo. Nessa segunda edição, levamos uns seis meses. Muitas imagens, cujos traços não estavam muito nítidos, foram reescaneadas e tratadas. A obra também passou por uma rigorosa revisão de texto, e foi toda reformulada no que diz respeito à distribuição das informações nas páginas. O produto final está muito mais atrativo, muito mais legível e bonito.
É uma obra de referência somente para quem se interessa por pesquisas?
Não, de jeito nenhum. É um livro produzido para toda e qualquer pessoa que tem sede de cultura, para quem ama a Palavra de Deus, para quem deseja crescer no conhecimento das Escrituras e quer adquirir um lastro maior de esclarecimentos para solidificar a sua fé. Se o leitor tem interesse em obter esclarecimentos relevantes sobre o livro que revela Cristo, a Bíblia, deve adquirir essa enciclopédia. Todo cristão apaixonado por Jesus e Sua Palavra deve ter esse livro em sua estante.
Jefferson Magno Costa
Olá pastor Jefferson, estou por aqui outra vez!
ResponderExcluirHá um ano eu comprei direto da editora Central Gospel "O Novo Comentário Bíblico", vol. 1 e 2, Antigo e Novo Testamento, uma bênção! Depois adquiri da editora MC os dois volumes do "Comentário Bíblico Popular" que não deixam por menos, muito bom! Recentemente foi a vez do "Comentário judaico do Novo Testamento" , (editora Atos), outra excelência. Conclusão, agora é a vez da "Enciclopédia Popular de Cultura Bíblica", eu já conhecia a primeira edição através dos anúncios da ed. central gospel, mas, pelas razões colocadas nesta sua matéria, eu ainda não a adquiri, agora neste novo formato sim, irei comprá-la. Obrigado pelos esclarecimentos, fique na paz de Cristo!
Prezado pastor e amigo Levi Costa, em matéria de elucidação de pontos obscuros, ambíguos ou de entendimento difícil por não existir a demonstração pictórica, ilustrativa, gráfica, de determinados objetos ou situações descritos ou mencionados na Bíblia, nada se compara à Enciclopédia Popular de Cultura Bíblica. É uma obra que nenhum estudioso da Palavra de Deus deve deixar faltar em sua estante. Sei que o irmão é um influente formador de opinião. Portanto, conto com sua ampla recomendação dessa obra entre suas ovelhas e amigos. Um abraço,
ResponderExcluirPr Jefferson