PR. JEFFERSON MAGNO COSTA
Ao ser preso na Ilha de Santa Helena, o
imperador francês Napoleão Bonaparte (1769-1821) escreveu a um amigo: “Conheço
os homens, e garanto-te que Jesus Cristo não foi simplesmente um homem. Ele foi
homem e Deus. Simplesmente um homem sou eu”. E no seu Memorial de Santa Helena,
o imperador que vencera tantas batalhas e agora estava ali naquela ilha,
prisioneiro e vencido, reconheceu:
“Apaixonei as multidões que morriam por
mim! Mas era indispensável minha presença, a chama do meu olhar, minha voz, uma
palavra minha... Agora que estou em Santa Helena, só e exilado neste rochedo,
onde estão os companheiros do meu infortúnio? Onde estão os que me aclamavam?
Para onde foram os meus ministros? Quem se recorda de mim? Quem se move por mim
na Europa? Onde estão os meus parentes, os meus amigos? Que abismo tão grande
entre a minha profunda solidão e miséria, e o Reino de Jesus Cristo, mais e
mais louvado, a cada dia mais amado, sempre e para sempre adorado em todo o
Universo!”.
Jesus não se apresentou ao mundo somente
como o Messias prometido ao povo judeu, e sim como o Filho de Deus, como o
próprio Deus que se fez homem e veio habitar entre nós, “cheio de graça e de
verdade” (João 1.14b) para nos salvar. Estudando atentamente Sua vida, é
maravilhoso vermos como Ele atrai a atenção de todos sobre Si mesmo, conforme
reconheceu o próprio imperador Napoleão Bonaparte.
O
desenrolar de Sua existência entre nós, a sublimidade de Sua doutrina, a
magnitude e os efeitos de Sua obra redentora sobre a humanidade provam que Ele
não foi um mero acidente histórico, como os demais homens, e sim Deus que se
fez homem e veio habitar entre os seres humanos, para reconduzi-los a Deus, ou
seja: A Si mesmo!
O REI ETERNO E SUA GENEALOGIA HUMANA
Mateus começa seu livro com um relato
detalhado do nascimento de Jesus Cristo e dos acontecimentos subsequentes, e
isto inclui uma genealogia. O que é genealogia? É uma ciência voltada para a
pesquisa da história das famílias, sua linhagem, seus antepassados. A
genealogia estuda o início, a evolução e a propagação das várias gerações de
uma família.
A partir de informações buscadas em
documentos e certidões de pais, tios, avós e bisavós, as pessoas conseguem
descobrir seus antepassados, e quando e onde eles nasceram. A partir dessa
busca é possível construir a árvore genealógica de uma família com nomes, datas
e lugares por onde seus antepassados andaram, de forma que sejam mantidos vivos
na memória de seus descendentes.
A árvore genealógica de Jesus está
descrita em Mateus e Lucas. Devemos procurar saber qual foi o objetivo de
Mateus ao escrever a genealogia de Jesus. Talvez você mesmo não ligue muito
para sua genealogia, mas a de Jesus Cristo é de grande importância. Por quê?
Por várias razões. A primeira é que a genealogia de Jesus revela a Sua origem
também humana.
Quem dava muita importância a isso eram
os judeus. Sem genealogia ninguém podia provar que pertencia a uma determinada
tribo nem tinha direito de herança. Qualquer um que afirmasse ser "filho
de Davi" deveria ser capaz de provar tal filiação. Ora, como alguém que
afirmasse ser “filho de Davi” podia provar essa filiação?
ATRAVÉS DA SUA GENEALOGIA
Deus, que é soberano e onisciente,
providenciou para que o Seu Filho Jesus Cristo, unigênito no Céu, tivesse uma
confiável genealogia na Terra. Mateus foi muito criterioso ao montar a
genealogia do Salvador no seu evangelho. Ela não é meramente um conjunto de
informações reunidas para situar o leitor. Ela é a coluna vertebral do
evangelho. Após esse trabalho de Mateus, a origem de Jesus passa a ocupar
posição central dentro da história de Israel: o Messias Jesus é filho de Davi!
FINALIDADE DA GENEALOGIA
O primeiro evangelista apresenta tanto
a linhagem humana de Jesus (Mt 1.1-17), como a divina (Mt 1.18-25). A linhagem
divina de Cristo o colocava imediatamente acima de qualquer pretendente
meramente humano de ser herdeiro e filho de Davi. O evangelista foi direto e
objetivo ao mostrar que Jesus não nasceu como uma criança qualquer. Nenhuma
criança na Judeia havia nascido daquela forma. José não fora o “gerador” de
Jesus Cristo.
Mateus ressalta que José não fecundou
Maria para que Jesus nascesse. Antes, José foi simplesmente o marido de Maria,
e simplesmente uma espécie de pai adotivo de Jesus. Jesus nasceu de uma mãe
terrena sem a necessidade de um pai terreno. Depois Maria teria outros filhos
fecundados por José. A virgindade perpétua de Maria é meramente um dogma
católico-romano.
A genealogia de Jesus também é
importante por que manifesta a graça soberana de Deus com relação às mulheres.
O povo judeu estava inserido em uma sociedade extremamente machista, controlada
pelos romanos. Esses, por sua vez, haviam herdado dos gregos posturas
implacavelmente machistas, tratando as mulheres como seres inferiores aos
homens, considerando-as só de acordo com suas obrigações de esposas (donas de
casa) e de mães (geradoras de filhos).
A genealogia de Jesus foi uma das oportunidades
ímpares que Deus teve de expressar a sua graça maravilhosa e única, ao permitir
que quatro mulheres estrangeiras, uma delas prostituta (Raabe, Mt 1.5; Js
6.25); outra adúltera (Tamar, Mt 1.3; Gn 38.1-26) entrassem na lista dos
ascendentes de Seu Filho.
Rute (Mt 1.5) e Bate-Seba (Mt 1.6)
completam a lista. Esta última, também adúltera (2Sm 11.1-4). Quanto a Rute,
além de ser moabita (descendente do incesto de Ló com sua filha primogênita, Gn
19.30-38), dormiu aos pés de um homem (Boaz, Rt 3.14) que não era seu marido.
Isto em Israel era considerado pecado digno de apedrejamento (por suspeita de
adultério).
Portanto, a genealogia de Jesus revela
que Ele veio para resgatar o pecador, e não para ser motivo de orgulho para os
supostos justos e santos. Veio para mim e para você, e não para o irmão João
Santão.
DÚVIDA NUMÉRICA
Afinal, a genealogia de Mateus registra
13 ou 14 gerações no último bloco? Essa pergunta surge quando lemos o versículo
17 do capítulo 1 do primeiro evangelho, e consideramos as genealogias
apresentadas por Mateus e Lucas, que revelam aparentes divergências. Lá no
versículo 17 do capítulo 1 de Mateus lemos o seguinte: “De sorte que todas as
gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e, desde Davi até a
deportação para a Babilônia, catorze gerações; e, desde a deportação para a
Babilônia até Cristo, catorze gerações”.
O número quatorze não aparece por
acaso. Ele corresponde ao número de sumos sacerdotes desde Arão até o
estabelecimento do templo de Salomão, e ao número de sumos sacerdotes desde o
estabelecimento do templo até Jadua, o último sumo sacerdote mencionado nas
Escrituras (Ne 12.11,22).
Ora, para fracionar a genealogia de
Abraão até Jesus em três partes iguais, o primeiro evangelista teria omitido
alguns nomes. Bom, isso é válido, mas surge um grande problema quando contamos
os nomes relacionados por Mateus desde o exílio até Jesus (de Jeconias, v. 11,
a José, v.16). A soma dá 13 e não 14. Estranho, não é?
Porém, em Mateus existem 42 gerações,
pois o autor leva em conta que Judá teve filhos gêmeos de Tamar (Gn 38.27-30),
ou seja, o autor incluiu Perez e Zerá como descendentes diretos de Judá na
genealogia pelo fato de serem gêmeos, totalizando assim 42 gerações de Abraão
até Jesus. Alguns intérpretes também dizem que a quadragésima segunda geração é
a Igreja de Jesus (1Pe 2.9).
POR QUÊ MULHERES NA GENEALOGIA DE JESUS?
Muitos leitores ficam espantados quando
se deparam, logo no início do evangelho de Mateus, com o nome de quatro
mulheres (cinco,contando com Maria) na genealogia de Jesus. Nos registros
genealógicos dos livros canônicos, normalmente não aparece o nome das mulheres.
Mas Tamar, Raabe, Rute, Bate-Seba e Maria tiveram seus nomes incluídos nessa
genealogia fundamental.
Qual teria sido o objetivo do
evangelista em colocar nessa lista de nomes de parentes de Jesus essas cinco
mulheres? O propósito principal do livro é testificar que Jesus era o Messias
da promessa do primeiro Testamento, e que sua missão messiânica consistia em
trazer o Reino de Deus até os homens e as mulheres, fato que rompia com o
costume judaico machista.
Para Jesus, na sociedade deveria haver
lugar para todos: mulheres e homens, ricos, pobres e ignorantes. O Reino de
Deus, proclamação central de Jesus, é um reino ideal no qual não pode haver
discriminação, pois todas as vidas são preciosas aos olhos do Pai.
A palavra genealogia deriva de duas
palavras do grego: genoς (raça) e logia (estudo). Portanto, significa estudo da
raça humana, da origem e da descendência das pessoas dentro das famílias. Na
cultura dos hebreus, as genealogias preservavam as identificações tribais e as
possessões sob forma de terras, sendo muito importante para uma cultura
nitidamente agrícola como a judaica.
Após o cativeiro babilônico, os judeus
mostraram-se extremamente cuidadosos em preservar seus registros genealógicos.
Recapitulando informações dadas acima, a primeira mulher citada na genealogia
de Jesus é Tamar (Gn 1.3). Sua história está registrada no livro de Gênesis
38.1-30.
A segunda mulher citada na genealogia é
Raabe (Mt 1.5). Sua história bíblica está registrada no livro de Josué 2.1-24 e
6.22-27. A terceira mulher citada na genealogia de Jesus é Rute (Mt 1.5). Sua
história bíblica está registrada em todo o livro de Rute. A quarta mulher
citada na genealogia de Jesus é Bate-Seba (Mt 1.6). Sua história bíblica está
registrada no livro de 2Samuel 11.
A CONCEPÇÃO E O NASCIMENTO DO REI JESUS
Quando Jesus, o Verbo de Deus, fez-se
carne e habitou entre nós (1Jo 1.14), Sua natureza divina, sem deixar de ser
divina, assumiu completamente a natureza humana, tornando-se sujeito às mesmas
limitações físicas e psicológicas comuns a todos os seres humanos, com a única
diferença de que Ele nunca pecou (Hb 4.15).
O pecado nos havia separado de Deus.
Portanto, era necessário que o próprio Deus encarnasse para que pudéssemos
voltar a ter novamente comunhão com Ele. Jesus é Deus, mas também, quando
esteve entre nós, foi uma pessoa plenamente humana. Nessa condição, Ele estava
sujeito a todas as limitações e necessidades comuns ao ser humano.
Ele nasceu como todo ser humano nasce.
Embora sua concepção tenha sido diferente, pois Ele nasceu de uma virgem que
concebeu do Espírito Santo, não houve a participação de um homem em sua
concepção. Porém, todos os outros estágios de gestação e crescimento após Ele
ter nascido, foram idênticos ao de qualquer ser humano normal, tanto física,
como intelectual e emocionalmente. Jesus agia, raciocinava e se emocionava como
todo ser humano. Mateus conta como foi o nascimento de Jesus.
A POLÊMICA CONCEPÇÃO VIRGINAL
Independente da sua fé, a concepção
virginal de Jesus aconteceu. Todos os cristãos da época do Senhor acreditavam
nela. Depois de apresentar Jesus como sendo o único Filho de Deus e nosso
Salvador e Senhor, o Credo dos Apóstolos confessa que Jesus Cristo “foi
concebido pelo poder do Espírito Santo, e nasceu da virgem Maria”.
O nascimento virginal de Jesus ocorreu
por obra e graça do Espírito de Deus. Não houve participação masculina. Não
houve sêmen para a fecundação. Estando ainda noiva, Maria foi engravidada pelo
Espírito Santo. Segundo a palavra do enviado de Deus, o que foi gerado em Maria
procedeu do Espírito de Deus.
O papel representado naturalmente pelo
homem no processo de fecundação foi desempenhado sobrenaturalmente pelo
Espírito Santo. O Deus que criou as leis da fertilização suspendeu essas leis
para um novo tipo de nascimento. Lucas, que era médico, narrou essa fecundação
da seguinte forma: “E, respondendo o anjo, disse-lhe: “Descerá sobre ti o
Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que
também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35).
O grande pregador D.L. Moody comentou
com sua genialidade: “Através da obra miraculosa do Espírito Santo, Maria foi
transformada no tabernáculo da glória ('shekinah') de Deus, quando o 'poder do
Altíssimo' a cobriu”.
O DILEMA DE JOSÉ
Célebre no Novo Testamento, José,
marido da mãe de Jesus Cristo, nasceu em Belém da Judeia, no primeiro século
a.C. Pertencia à tribo de Judá e era descendente do rei Davi, de Israel. José
foi designado por Deus para se casar com a jovem Maria, futura mãe de Jesus.
Segundo a Bíblia, era carpinteiro de profissão, ofício que teria ensinado ao
seu filho (adotivo).
José passa discretamente pelas páginas
do NT. Vive em função de Cristo e não para si mesmo. É um homem silencioso, e
quase nada há sobre ele na Bíblia. Não se sabe a data aproximada de sua morte,
mas ela é presumida como anterior ao início da vida pública de Jesus. Ele não
foi o pai biológico do nosso Salvador.
Quando
encontrou Maria grávida "sem antes terem coabitado", "sendo
justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente", quando na
época a lei bíblica vigente (Deuteronômio 22) prescrevia a lapidação (morte por
apedrejamento) das adúlteras. Porém, enquanto José dormia, apareceu-lhe, em
sonho, um anjo que pediu-lhe que não temesse em receber Maria como sua esposa,
“pois o que nela foi gerado é do Espírito Santo” (Mt 1.20).
O NASCIMENTO DE JESUS EM BELÉM
Para anunciar o nascimento de Jesus
surgiu uma estrela, que ficou conhecida como “a estrela de Belém”, porque foi
em Belém que Jesus nasceu. Isto está registrado por Mateus. Magos vieram do
Oriente, e ao perguntaram pelo novo rei dos judeus, tiveram de comparecer a uma
audiência com o rei Herodes, em Jerusalém (Mt2.2).
O Herodes visitado pelos Magos era
chamado de “o Grande”. Governou sobre o território da Judeia durante os anos
37-4 a.C. A referência a Herodes permite fixar o nascimento de Jesus por volta
do ano 7-5 a.C. Isto pelo fato de Jesus ter nascido durante o reinado de
Herodes, e também pelo fato de que o calendário atual conter um erro de cálculo
que colocou o início da era cristã 6 ou 7 anos mais tarde.
Mateus registra que ao se sentir
enganado pelos magos, Herodes mandou “matar todos os meninos de dois anos para
baixo que havia em Belém e nos arredores, segundo o tempo que tinha inquirido
com precisão dos magos” (Mt 2.16).
Este
dado indica que Jesus nascera mesmo em Belém, e teria menos de dois anos de
idade na época da visita dos magos, ou seja, tinha pouco mais de um ano de
vida. O que verdadeiramente importa são as novas de grande alegria: “na cidade
de Davi (Belém) vos nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).
UM PEQUENINO REI PERSEGUIDO
Quando Jesus nasceu, a Palestina estava
sob o domínio do Império Romano, que a dividiu nos distritos da Galileia,
Samaria e Judeia; Indumeia com Pereia; e Traconites com Itureia, que ficava
além do Rio Jordão. Todos estes territórios constituíam os domínios de Herodes,
o Grande, que governou a Palestina de 37 a. C. até o ano 4 a. C.
Quando o rei Herodes tomou
conhecimento, através dos magos, do nascimento de Jesus, que seria supostamente
o novo rei dos judeus, ficou muito alarmado juntamente com os habitantes de
Jerusalém (Mt 2.3). Isto porque o Império Romano jamais admitiria que alguém
fosse proclamado rei de uma província sob o seu domínio. Herodes sabia que era
ali rei de mentirinha, e que se surgisse o verdadeiro rei dos judeus, da
descendência do rei Davi, ele perderia o trono.
Por outro lado, a notícia soava bem aos
ouvidos dos judeus que se achavam oprimidos pelo Império Romano. Viam-se
escravizados, pagando altos impostos a Roma. Herodes chamou os principais
sacerdotes e escribas do povo e interrogou-lhes acerca de onde deveria nascer o
Cristo.
Responderam-lhe que seria em Belém da
Judeia, porque estava escrito por intermédio do profeta Miqueias: “E tu Belém,
terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque
de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel” (Mq 5.2; Mt 2.6).
A VINDA DOS MAGOS DO ORIENTE
Eles são citados somente por Mateus
(2.1-12). Visitaram o menino Jesus, trazendo para ele presentes: ouro, incenso
e mirra. O ouro representava Sua realeza humana, o incenso representava Sua
divindade, e a mirra representava a preparação para Sua morte. O evangelista
não diz quem são os magos, e qual o seu número, mas a tradição diz que eram
três, e deu a eles os nomes de Melquior, Baltasar e Gaspar.
Esses nomes aparecem no Evangelho
Apócrifo Armeno da Infância, do fim do século VI, nos capítulos 5 e 10. O texto
diz: “Um anjo do Senhor foi depressa ao país dos persas para avisar aos reis
magos e ordenar a eles de ir e adorar o menino que acabara de nascer. Estes,
depois de ter caminhado durante nove meses, tendo por guia a estrela, chegaram
onde Jesus estava e o adoraram".
Os três reis são chamados de “magos”
não porque fossem especialistas em magia, mas porque tinham grande conhecimento
da astrologia. Entre os persas chamava-se “mago” aquele que os judeus chamavam
de “escriba”, os gregos “filósofos” e os romanos “sábios”.
UM MONSTRO CHAMADO HERODES
O rei Herodes foi um monstro cheio de
ciúmes e crueldades. Tinha uma imensa capacidade de fazer o mal, uma total
ausência de escrúpulos e piedade, muita frieza e falta de qualquer afeição
sincera no coração. Herodes, o Grande, mereceu o cognome com o qual passou à
História pelos seus altos dotes políticos e principalmente militares. Porém,
ainda moço, logo após seu segundo casamento, foi acometido por um amor insano,
doentio, em que havia mais ciúmes do que qualquer outro sentimento.
Herodes, também conhecido como Herodes
1 ou Herodes, o Grande (ca. 73 a.C. — Jericó, 4 a.C. ou 1 a.C.), foi um edomita
judeu romano. É descrito como “um louco que assassinou sua própria família e
inúmeros rabinos”. É conhecido por seus colossais projetos de construção em
Jerusalém e outras partes do mundo antigo, em especial a reconstrução que
patrocinou do Segundo Templo, algumas vezes chamado de Templo de Herodes.
A maior parte do que conhecemos sobre
sua vida nos é narrada pelo historiador judeu Flávio Josefo. A legitimidade do
reinado de Herodes era contestada pelos judeus por ele ser um idumeu. Numa
tentativa de obter essa legitimidade, ele casou-se com Mariana, uma hasmoniana
filha de um alto sacerdote do Templo. Mais tarde ele assassinou Mariana, como
também dois dos seus filhos, por suspeita de estes estarem tramando uma
rebelião contra ele, fato que não foi confirmando. Isto levou o César que
reinava em Roma a comentar: “É mais vantagem ser um dos porcos das pocilgas de
Herodes do que ser um de seus filhos”.
Herodes vivia temeroso de uma revolta
popular, razão pela qual teria construído, como refúgio, a fortaleza de
Massada. Foi esse rei quem perseguiu Jesus. Josefo afirmou também que Herodes
estava tão preocupado pela grande probabilidade de ninguém lamentar sua morte,
que ordenou que um grande grupo de homens ilustres viesse a Jericó, e deu a
ordem dizendo que aqueles homens deveriam ser mortos no momento da sua morte, e
assim, aquele derramamento de sangue representaria a dor pela sua perda. Para a
felicidade dos homens ilustres, um dos filhos de Herodes, Arquelau, e sua irmã
Salomé, não realizaram esse desejo sanguinário do pai.
PR. JEFFERSON MAGNO COSTA
Nenhum comentário:
Postar um comentário