terça-feira, 11 de janeiro de 2022

O HOMEM À PROCURA DE DEUS

Jefferson Magno Costa
       Haverá algo mais belo, edificante e sublime do que meditarmos sobre a existência e os mistérios do Ser que é mais profundo do que o mais profundo de nós mesmos, cuja glória e poder enchem a terra e os céus?
      Todos os grandes homens que influenciaram a história do pensamento humano consagraram um estudo especial sobre "o Ser do qual não é possível pensar nada maior", segundo a famosa definição de Deus elaborada pelo famoso teólogo Anselmo de Cantuária (1033-1109).
      Não existe, em todo o Universo, assunto de maior grandeza. Crer ou não crer na existência de Deus — eis a questão que divide a humanidade, e define o nosso destino eterno.
      Acreditando ou não na existência do Criador, o homem necessita de Deus para compreender-se a si mesmo e entender os mistérios da vida e da Natureza. É por esse motivo que não se tem notícia de povos ateus entre os primeiros grupos humanos que habitaram o mundo primitivo.
      O moralista e historiador grego Plutarco (45-125 d.C.) costumava dizer que "é possível encontrar cidades sem muralhas, sem ginásios, sem leis, sem moedas, sem cultura literária; mas um povo sem Deus, sem orações, sem juramentos, sem ritos religiosos, sem sacrifícios, jamais foi encontrado". E esta afirmação continua plenamente válida até os dias de hoje.

JAMAIS FORAM ENCONTRADOS POVOS ATEUS
     Todos os grandes estudiosos das religiões, em todos os tempos e entre todos os povos, confirmam que a crença na existência de Deus é universal. Nunca existiram povos ateus. O teólogo holandês C. P. Tiele (1830-1902), no seu manual de História Comparada das Antigas Religiões diz que "a afirmação de povos ou tribos sem religião repousa ou em observações inexatas, ou numa confusão de idéias.
     Nunca se encontrou tribo ou nação que não acreditasse em um Ser superior; os viajantes que afirmaram o contrário foram depois desmentidos pelos fatos".
     Tanto os antigos missionários que partiram para evangelizar os mais longínquos recantos da terra, como também os exploradores de regiões desconhecidas depararam-se com a idéia de um Ser Supremo espalhada entre os povos.
     No livro Uma Introdução para a História das Religiões, Frank Byron Jevons cita oito autores especializados no assunto para confirmar que nunca foi encontrada qualquer tribo destituída da idéia de Deus. E por último, eis o que diz o renomado antropólogo Armando de Quatrefages (1810-1892) na 4a. parte do seu livro A Espécie Humana:
     "Obrigado pelo meu magistério a passar em revista todas as raças humanas, procurei o ateísmo entre as mais degradadas e as mais elevadas. Não o encontrei em lugar nenhum, a não ser no estado individual... O ateísmo só existe em estado isolado. Tal o resultado de uma investigação que posso chamar conscienciosa, e que comecei muito antes de subir à cátedra de Antropologia."
     Por esse e outros motivos, podemos afirmar que o ateísmo — essa epidemia que vem contaminando ao longo dos séculos o espírito de milhões de seres humanos — é uma espécie de câncer que nasce no coração de indivíduos soberbos, uma posição vaidosa, uma decisão precipitada, superficial e, em muitos casos, uma fuga.
     Porém, devemos também considerar que muitos se declaram ateus por jamais terem sido eficientemente alcançados pela reveladora e transformadora mensagem de Jesus Cristo.


OS PRIMEIROS POVOS E A ADORAÇÃO A UM SER SUPREMO
     O que se conclui dos depoimentos prestados pelos estudiosos é que o reconhecimento da existência de Deus é natural ao espírito humano: demonstra-o a história de todos os povos, em todos os tempos.
     A crença na existência de um Ser Supremo, criador de todas as coisas, está documentada tanto nas antigas marcas e restos de utensílios e pinturas encontrados nos locais onde viveram as primeiras famílias descendentes de Adão e Eva, como também nos papiros e monumentos egípcios, nos tabletes de barro da Assíria e da Babilônia, nos primeiros escritos do povo hebreu, nos antigos livros da índia, nas gravações em ossos na China, nos pergaminhos gregos e nos monumentos romanos.
     Porém, em nenhuma dessas fontes essa crença foi tão sublime e corretamente registrada como na Bíblia.
     Os primeiros homens que povoaram a terra adoravam a Deus e o viam como o controlador da vida e da morte, o protetor dos seres humanos desde os altos céus, de onde lhes enviava a luz do sol e a chuva. A maneira como esses antigos homens enterravam os seus mortos demonstrava que eles acreditavam na imortalidade da alma e, consequentemente, na existência de um Ser Superior, que possuía total domínio sobre aquele mundo desconhecido — o mundo dos mortos.
     A posição do cadáver, deitado de lado com a cabeça repousando em uma das mãos, e os joelhos dobrados e unidos à altura do peito, além de vários objetos pessoais enterrados com ele, indicavam que os que o haviam sepultado ali alimentavam a esperança de o morto um dia acordar para uma nova existência.
     Porém, devido à influência de Satanás e seus anjos, ao longo dos séculos a crença na existência de um único Deus soberano foi-se corrompendo no coração dos homens. O politeísmo (a crença na existência de vários deuses) mergulhou-os na idolatria, levando-os a ver deuses em todas as coisas, e a cultuá-los.
     Importante é saber também que os mais belos e antigos documentos religiosos deixados pelos povos como testemunho para os séculos e gerações futuras, possuem trechos que são verdadeiros "cantos de anseio pela pátria distante e formosa"...
     São cantos grandiosos, que se fizeram ouvir através de inúmeras gerações. Neles, a alma suspira por deixar este exílio terrenal, romper os umbrais da morte e, como uma águia que se eleva até perder de vista a mesquinhez da Terra, entrar no Éden da pátria celeste.
     O salmo didático dos filhos de Coré (Salmo 42.1,2) expressa a profundidade desse sentimento na alma humana: "Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?"

Jefferson Magno Costa

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