Jefferson Magno Costa
Certa vez um homem que se dizia ateu, durante uma viagem ao Oriente, viu pela manhã o árabe que conduzia a caravana ocupado em suas orações. Intencionando embaraçar o árabe, o ateu aproximou-se e perguntou-lhe em tom de zombaria:
— Como sabes tu que Deus existe?
O condutor de caravanas respondeu, sem alterar o tom da voz:
— Quando observo a areia do deserto, posso facilmente saber pelas pegadas se passou um homem ou um animal. Igualmente, quando observo o mundo, a natureza ao meu redor e o Céu, posso afirmar que por eles passou a mão de Deus.
Sim. Os Céus, a Terra e a vida que há em nós proclamam a glória e a existência de Deus. Contemplando a vastidão dos mares, a imensidão dos céus e a admirável harmonia reinante no Universo, o homem sabe que não é o criador de tanta grandeza, e conscientiza-se de sua pequenez e da insignificância de suas forças.
Se estiver entre as pessoas que vivem na incerteza da existência do Criador de tantas maravilhas, exclamará, repetindo as palavras do filósofo francês Blaise Pascal: "O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora!"
Porém, se estiver entre aqueles que nasceram de novo, não segundo a carne e o sangue, mas da água e do Espírito (João 3.5), reconhecerá a existência do Criador, e exclamará como o autor da Carta aos Hebreus:
"Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê" (Hebreus 11.3).
O justo há de contemplar as belezas da Criação como mostras da formosura de seu Criador, como espelhos de sua glória, como mensageiros que nos trazem notícias dele, como reflexos de suas perfeições, como presentes que o Esposo envia à sua Esposa — a Igreja — para enamorá-la, até o dia em que a tomará pela mão para com ela celebrar aquele eterno casamento no Céu.
O mundo todo parece-lhe um livro que fala sempre de Deus, uma carta que seu amado lhe envia, um longo documento e testemunho de seu amor. Nenhum cristão, nenhuma pessoa que já tenha sido resgatada do pecado poderá ficar indiferente à grandiosa voz da Natureza, que proclama a existência e a glória de Deus.
"Ó formosura tão antiga e tão nova — exclamou Agostinho, esse grande cristão do passado, ao contemplar o rastro de Deus impresso na Criação — quão tarde te conheci, e quão tarde te amei! Porventura és tu, Senhor, aquele de quem diz o salmista que és formoso entre os filhos dos homens?...
"Se nesse desterro não vejo a formosura de tua divina majestade, assim como és formoso no Céu, ao menos pelos efeitos chego ao conhecimento da causa, e pela formosura dos Céus, planetas, árvores, flores e variedade das mui vivas cores das coisas que tuas divinas mãos criaram, entendo, meu Deus e Senhor, ser abismo infinito de formosura a formosura de onde essas formosuras tiveram sua origem." . (Aurélio Agostinho. Confissões. Tradução de Ambrósio de Pina. 2- edição, São Paulo, Abril Cultural, 1980, Livro X, capítulo 27, parágrafo 38.)
— Como sabes tu que Deus existe?
O condutor de caravanas respondeu, sem alterar o tom da voz:
— Quando observo a areia do deserto, posso facilmente saber pelas pegadas se passou um homem ou um animal. Igualmente, quando observo o mundo, a natureza ao meu redor e o Céu, posso afirmar que por eles passou a mão de Deus.
Sim. Os Céus, a Terra e a vida que há em nós proclamam a glória e a existência de Deus. Contemplando a vastidão dos mares, a imensidão dos céus e a admirável harmonia reinante no Universo, o homem sabe que não é o criador de tanta grandeza, e conscientiza-se de sua pequenez e da insignificância de suas forças.
Se estiver entre as pessoas que vivem na incerteza da existência do Criador de tantas maravilhas, exclamará, repetindo as palavras do filósofo francês Blaise Pascal: "O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora!"
Porém, se estiver entre aqueles que nasceram de novo, não segundo a carne e o sangue, mas da água e do Espírito (João 3.5), reconhecerá a existência do Criador, e exclamará como o autor da Carta aos Hebreus:
"Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê" (Hebreus 11.3).
O justo há de contemplar as belezas da Criação como mostras da formosura de seu Criador, como espelhos de sua glória, como mensageiros que nos trazem notícias dele, como reflexos de suas perfeições, como presentes que o Esposo envia à sua Esposa — a Igreja — para enamorá-la, até o dia em que a tomará pela mão para com ela celebrar aquele eterno casamento no Céu.
O mundo todo parece-lhe um livro que fala sempre de Deus, uma carta que seu amado lhe envia, um longo documento e testemunho de seu amor. Nenhum cristão, nenhuma pessoa que já tenha sido resgatada do pecado poderá ficar indiferente à grandiosa voz da Natureza, que proclama a existência e a glória de Deus.
"Ó formosura tão antiga e tão nova — exclamou Agostinho, esse grande cristão do passado, ao contemplar o rastro de Deus impresso na Criação — quão tarde te conheci, e quão tarde te amei! Porventura és tu, Senhor, aquele de quem diz o salmista que és formoso entre os filhos dos homens?...
"Se nesse desterro não vejo a formosura de tua divina majestade, assim como és formoso no Céu, ao menos pelos efeitos chego ao conhecimento da causa, e pela formosura dos Céus, planetas, árvores, flores e variedade das mui vivas cores das coisas que tuas divinas mãos criaram, entendo, meu Deus e Senhor, ser abismo infinito de formosura a formosura de onde essas formosuras tiveram sua origem." . (Aurélio Agostinho. Confissões. Tradução de Ambrósio de Pina. 2- edição, São Paulo, Abril Cultural, 1980, Livro X, capítulo 27, parágrafo 38.)
Jefferson Magno Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário