Jefferson Magno Costa
No caso da mulher que foi flagrada em adultério e trazida à presença de Jesus para que ele a julgasse (Jo 8.3-11), as pedras que os escribas e fariseus traziam nas mãos não eram só para apedrejar a adúltera, e sim para que Cristo tropeçasse nelas.
O profeta Isaías fez menção desse tipo de pedra de tropeço (Is 8.14,15). Elas eram usadas por caçadores para disfarçar os laços e capturar as aves incautas. E era isto que os escribas e fariseus pretendiam fazer com Jesus: prendê-lo em uma armadilha.
Todos devem estar lembrados que tanto no deserto como no pináculo do Templo, o Demônio também havia armado laços para derrubar Jesus, disfarçando-os com pedras.
Todos devem estar lembrados que tanto no deserto como no pináculo do Templo, o Demônio também havia armado laços para derrubar Jesus, disfarçando-os com pedras.
No deserto, ele disse: “Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães” (Mt 4.3).
E no pináculo do templo, disse outra vez: “Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra” (Mt 4.6).
Porém, mesmo que esses laços e tentações dos homens e do Demônio pareçam tão semelhantes, vejam como os dos homens tinham mais astúcia que os do Demônio.
Da primeira tentação do Diabo, Cristo livrou-se facilmente com um não (ou seu equivalente): “Nem só de pão viverá o homem...” (Mt 4.4).
Porém, mesmo que esses laços e tentações dos homens e do Demônio pareçam tão semelhantes, vejam como os dos homens tinham mais astúcia que os do Demônio.
Da primeira tentação do Diabo, Cristo livrou-se facilmente com um não (ou seu equivalente): “Nem só de pão viverá o homem...” (Mt 4.4).
Da segunda tentação, livrou-se com outro não: “Não tentarás o Senhor teu Deus” (Mt 4.7). Porém, na tentação que os homens lhe armaram, não seria suficiente dizer não, para escapar. Porque ou dizendo não, ou dizendo sim, Jesus cairia no laço de qualquer jeito.
Ou Cristo havia de dizer sim, apedrejai; ou havia de dizer não, não apedrejai. Se dissesse não, iria contra a justiça; se dissesse sim, iria contra a misericórdia.
Se dissesse não, iria contra a lei; se dissesse sim, iria contra ele mesmo. Se dissesse não, iria contra os magistrados; se dissesse sim, iria contra o povo.
Ou Cristo havia de dizer sim, apedrejai; ou havia de dizer não, não apedrejai. Se dissesse não, iria contra a justiça; se dissesse sim, iria contra a misericórdia.
Se dissesse não, iria contra a lei; se dissesse sim, iria contra ele mesmo. Se dissesse não, iria contra os magistrados; se dissesse sim, iria contra o povo.
De modo que, se Jesus se mostrasse piedoso, estaria em falta com a justiça; se se mostrasse rigoroso, estaria em falta com a piedade. E estando em falta com a justiça ou com a piedade, estaria demonstrando não ser ele o Messias, e isso era tudo o que os escribas e fariseus mais desejavam que o povo concluísse.
Mas o Senhor Jesus, olhando para aqueles homens, cujas mãos estavam mais sujas e carregadas de pecados que de pedras, fez com que aqueles pecadores voltassem aquelas pedras contra suas própias consciências, e os venceu saindo por uma porta que eles nem imaginavam que existisse (Jo 8.7-9). (Leia, neste mesmo blog, nossa postagem: Quando os homens agem como tentadores,muitas vezes são mais astuciosos que o próprio diabo).
O SIM OU O NÃO DO IMPOSTO QUE ERA PAGO A CÉSAR
O SIM OU O NÃO DO IMPOSTO QUE ERA PAGO A CÉSAR
Outra tentação semelhante foi preparada certa vez pelos mesmos escribas e fariseus contra Cristo na questão do tributo que era pago a César. Após se derramarem hipocritamente em louvores falsos a Cristo, fizeram a seguinte pergunta: “É lícito pagar tributo a César ou não”? (Mt 22.17).
O que estavam pedindo era um sim ou um não. É lícito ou não é lícito? E por que apresentaram esta questão com tanta formalidade e objetividade? O próprio evangelista Mateus revela:
O que estavam pedindo era um sim ou um não. É lícito ou não é lícito? E por que apresentaram esta questão com tanta formalidade e objetividade? O próprio evangelista Mateus revela:
Porque queriam forçar Jesus a dar-lhes uma resposta rápida, impensada, e incriminá-lo fundamentados em qualquer das duas respostas que esperavam que ele desse (Mt 22.15).
Se Jesus dissesse que não era lícito, estaria se colocando contra um privilégio do imperador; e se dissesse que era lícito, estaria se colocando contra a imunidade da nação, e a apertada situação financeira do povo. Se dissesse não, poderia ser crucificado pelo César; se dissesse sim, poderia ser apedrejado pelo povo.
Se Jesus dissesse que não era lícito, estaria se colocando contra um privilégio do imperador; e se dissesse que era lícito, estaria se colocando contra a imunidade da nação, e a apertada situação financeira do povo. Se dissesse não, poderia ser crucificado pelo César; se dissesse sim, poderia ser apedrejado pelo povo.
Mas todos nós sabemos como o nosso incomparável Jesus saiu-se desse aperto (Mt 22.18-22).
Diante disto, eu pergunto: Será que houve alguma vez demônio tão sagaz que fosse capaz de preparar uma tentação tão ardilosa e sutil como esta, e deixar alguém, mesmo sendo o próprio Jesus, em um aperto tão grande?
Diante disto, eu pergunto: Será que houve alguma vez demônio tão sagaz que fosse capaz de preparar uma tentação tão ardilosa e sutil como esta, e deixar alguém, mesmo sendo o próprio Jesus, em um aperto tão grande?
Não, nunca houve e nunca haverá. Porque não há nem pode haver tentação nenhuma do demônio da qual não possamos nos livrar facilmente ou com um sim, ou com um não (sem deixarmos de clamar o sangue de Jesus, é clato). Vejamos a prova disto na Bíblia.
O DEMÔNIO SEMPRE NOS TENTA VISANDO LEVAR-NOS A DESOBEDECER ALGUM MANDAMENTO
O demônio sempre arma os seus laços ao pé dos mandamentos, pois ele sabe que só haverá pecado se deixarmos de cumprir algum mandamento de Deus. Os mandamentos, ou são positivos, ou são negativos.
O DEMÔNIO SEMPRE NOS TENTA VISANDO LEVAR-NOS A DESOBEDECER ALGUM MANDAMENTO
O demônio sempre arma os seus laços ao pé dos mandamentos, pois ele sabe que só haverá pecado se deixarmos de cumprir algum mandamento de Deus. Os mandamentos, ou são positivos, ou são negativos.
Se o demônio me tenta nos mandamentos positivos, basta me defender com um sim; se me tenta nos mandamentos negativos, baste me defender com um não. Exemplo:
Os mandamentos positivos são: Amarás ao Senhor teu Deus, amarás ao teu próximo, honrarás ao teu pai e à tua mãe. Os negativos são: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, e outros. Quando o Diabo resolve me tentar nos mandamentos positivos, ele diz: Não ames a Deus, não ames o teu próximo, não honres ao teu pai e à tua mãe.
Os mandamentos positivos são: Amarás ao Senhor teu Deus, amarás ao teu próximo, honrarás ao teu pai e à tua mãe. Os negativos são: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, e outros. Quando o Diabo resolve me tentar nos mandamentos positivos, ele diz: Não ames a Deus, não ames o teu próximo, não honres ao teu pai e à tua mãe.
Mas se eu respondo ao diabo com um sim, e resolutamente digo: sim, hei de amar a Deus e ao próximo; sim, hei de honrar ao meu pai e à minha mãe, basta este sim para que a tentação fique desfeita, e o diabo vencido.
A mesma coisa acontece com os mandamentos negativos. Se o Demônio manda que eu mate, que eu adultere ou que eu furte, eu anulo a força do tentador com um simples não: não matarei, não adulterarei, não furtarei. Basta este não para que o tentador e a tentação sejam vencidos.
Portanto, para enfrentar as tentações do demônio, basta um sim ou um não para vencê-las. Porém, para enfrentar as tentações dos homens (como essa que prepararam para Jesus), nem com um sim, nem com um não podemos nos livrar delas.
A mesma coisa acontece com os mandamentos negativos. Se o Demônio manda que eu mate, que eu adultere ou que eu furte, eu anulo a força do tentador com um simples não: não matarei, não adulterarei, não furtarei. Basta este não para que o tentador e a tentação sejam vencidos.
Portanto, para enfrentar as tentações do demônio, basta um sim ou um não para vencê-las. Porém, para enfrentar as tentações dos homens (como essa que prepararam para Jesus), nem com um sim, nem com um não podemos nos livrar delas.
Pois essas tentações foram preparadas com tanta astúcia, urdidas com tanta arte, tramadas com tanta sutileza, que ou dizendo sim ou dizendo não, sempre cairemos no laço.
A menos que apelemos para o socorro de Jesus, que é a própria Sabedoria em pessoa, e que jamais foi nem será vencido em questão alguma, nem pelo demônio, nem pelos homens.
A ÚNICA SAÍDA DE EMERGÊNCIA: O SIM DE PEDRO
Diante de tudo isto, e humanamente falando, não há outro remédio senão procurar um sim que seja ao mesmo tempo sim e não; ou um não que seja ao mesmo tempo não e sim. Este sim eu o encontrei em uma única passagem da Bíblia.
A ÚNICA SAÍDA DE EMERGÊNCIA: O SIM DE PEDRO
Diante de tudo isto, e humanamente falando, não há outro remédio senão procurar um sim que seja ao mesmo tempo sim e não; ou um não que seja ao mesmo tempo não e sim. Este sim eu o encontrei em uma única passagem da Bíblia.
Foi usado certa vez pelo apóstolo Pedro, em uma situação de emergência em que estava sozinho, sem a presença de Jesus.
Vieram ao encontro do apóstolo os cobradores de certo imposto estabelecido muitos anos atrás por César Augusto, que obrigava cada judeu a pagar duas dracmas ao império romano.
Vieram ao encontro do apóstolo os cobradores de certo imposto estabelecido muitos anos atrás por César Augusto, que obrigava cada judeu a pagar duas dracmas ao império romano.
Os cobradores de impostos fizeram ao apóstolo a seguinte pergunta: “O vosso Mestre não paga as dracmas?” Pedro foi pego de surpresa, pois não sabia qual seria a tentação que aqueles homens traziam oculta naquela pergunta, e não podia contar naquele momento com a ajuda de Jesus para sair daquele aperto.
Então Pedro respondeu: “Sim”, e imediatamente saiu de perto dos tentadores e foi ao encontro de Jesus (Mt 17.24,25).
Agora pergunto eu: Este sim de Pedro, o que significava? Significava sim, e significava não. É só construí-lo com a pergunta, e veremos que tem ambos os sentidos. Eis a primeira construção: “Vosso Mestre não paga o imposto? Sim.” Ou seja: Sim, não paga. Eis a segunda construção: “Vosso Mestre não paga o imposto? Sim.” Ou seja: Sim, paga. De maneira que o mesmo sim era sim e não.
Entendido de um modo, era sim; porque significava: sim, paga; e entendido de outro modo era não; por que significava: não, não paga. E com este sim sutilíssimo e inteligentíssimo, escapou Pedro dos cobradores de impostos, conseguindo tempo para chegar até o seu Mestre, e ele resolveu totalmente a questão (Mt 17.27).
Faço aqui estas reflexões com o intuito de fornecer alguns subsídios para os pregadores que resolverem pregar sobre o quanto devemos temer os seres humanos quando eles assumem a função de tentadores. Nessas ocasiões, o diabo corre o risco de ficar desempregado.
Jefferson Magno Costa
Agora pergunto eu: Este sim de Pedro, o que significava? Significava sim, e significava não. É só construí-lo com a pergunta, e veremos que tem ambos os sentidos. Eis a primeira construção: “Vosso Mestre não paga o imposto? Sim.” Ou seja: Sim, não paga. Eis a segunda construção: “Vosso Mestre não paga o imposto? Sim.” Ou seja: Sim, paga. De maneira que o mesmo sim era sim e não.
Entendido de um modo, era sim; porque significava: sim, paga; e entendido de outro modo era não; por que significava: não, não paga. E com este sim sutilíssimo e inteligentíssimo, escapou Pedro dos cobradores de impostos, conseguindo tempo para chegar até o seu Mestre, e ele resolveu totalmente a questão (Mt 17.27).
Faço aqui estas reflexões com o intuito de fornecer alguns subsídios para os pregadores que resolverem pregar sobre o quanto devemos temer os seres humanos quando eles assumem a função de tentadores. Nessas ocasiões, o diabo corre o risco de ficar desempregado.
Jefferson Magno Costa
comentários:
- Valvesta
Pâmela, parabéns pelo excelente conteúdo do seu blog, pelo talento excepcional de escritora, pelo bom-gosto e sensibilidade! Foi uma grata surpresa receber seu comentário, pois desta forma fiquei sabendo de sua existência. Já me programei para ler cuidadosamente os seus textos em breve. Sou escritor, jornalista e editor evangélico há mais de 30 anos. Já fui gerente editorial na CPAD, Editora Vida, Mundo Cristão, ICP, e atualmente, sou o Gerente Editorial da editora do pastor Silas Malafaia, a Central Gospel. Sempre fui um caçador, orientador e incentivador de escritores talentosos e em início de carreira. Ao longo desses anos todos, já ajudei muitas pessoas talentosas. Aguarde comentários meus aos seus textos, e dicas para você se encaixar no mercado editorial evangélico (caso isto seja uma de suas aspirações). Hoje, e quase impossível publicar um livro pela editora do pastor Silas, pois o nosso cronograma é sobrecarregado ao extremo, mas existem muitas outras editoras no mercado editorial evangélico. Sou amigo de praticamente todos os editores evangélicos do Brasil, e esses contatos, caso lhe interessem, poderão ajudar você em sua carreira de escritora.
Fraternalmente, no amor da nossa maior fonte de inspiração, Jesus Cristo,
Pr. Jefferson Magno CostaGraça e Paz
É sempre gratificante visitar seu blog.Que Deus continue lhe abençoando juntamente com sua família.
Em Cristo
Cláudia Mariz