Jefferson Magno Costa
Quando os filhos de Israel foram libertos do cativeiro do Egito, fundiram ouro em pleno deserto e adoraram um bezerro em forma de ídolo.
E o Senhor ofendeu-se de tal modo com a cegueira e a ingratidão dos israelitas, que resolveu matar a todos e os sepultar naquele mesmo deserto.
E o Senhor ofendeu-se de tal modo com a cegueira e a ingratidão dos israelitas, que resolveu matar a todos e os sepultar naquele mesmo deserto.
Enquanto falava longamente com Moisés no alto do monte Sinai, o Senhor revelou ao grande líder israelita tudo o que o povo estava fazendo de errado lá embaixo, no arraial de Israel. E também revelou a Moisés sua resolução de destruir aquela nação desobediente e corrompida.
Porém Moisés, tomando o partido do povo, defendeu os israelitas decididamente, com a intenção de levar o Senhor a mudar sua sentença contra aquele povo desobediente e ingrato. Entre o Senhor e Moisés travou-se uma espécie de batalha.
Porém Moisés, tomando o partido do povo, defendeu os israelitas decididamente, com a intenção de levar o Senhor a mudar sua sentença contra aquele povo desobediente e ingrato. Entre o Senhor e Moisés travou-se uma espécie de batalha.
Deus afirmou que ia castigar o povo; Moisés pediu-lhe que não o fizesse. Deus alegou que o povo o afrontara; Moisés lembrou ao Senhor que muito maior seria a afronta que as nações inimigas, principalmente os egípcios, fariam a Ele quando soubessem que Ele libertara os judeus, mas os matara no deserto (Ex 32.12).
Deus pediu a Moisés que deixasse que o Seu furor se acendesse contra o povo para o destruir, e que do próprio Moisés faria uma grande nação.
Moisés suplicou a Deus que não agisse daquela maneira, e reunindo seus melhores argumentos, continuou a lutar em favor de um povo que o Senhor acabara de rejeitar, e ao qual nem queria mais chamar de povo Seu, e sim de povo de Moisés: “Por que o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido” (Ex 32.7).
Moisés suplicou a Deus que não agisse daquela maneira, e reunindo seus melhores argumentos, continuou a lutar em favor de um povo que o Senhor acabara de rejeitar, e ao qual nem queria mais chamar de povo Seu, e sim de povo de Moisés: “Por que o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido” (Ex 32.7).
Porém Moisés, inabalável na resolução de continuar defendendo aquela nação digna do castigo de Deus, continuou mostrando ao Senhor que aquele povo era dEle, insistindo em usar expressões que lembravam que aquele povo Lhe pertencia, e que precisava do Seu perdão: “Por que se acende o teu furor contra o teu povo?” (Ex 32.11); e “arrepende-te deste mal contra o teu povo” (Ex 32.12).
E como último e decisivo argumento na grande disputa com Deus, Moisés apelou para a memória do Senhor, lembrando-lhe de um juramento que Ele fizera a Abraão, Isaque e Jacó, quando, em distintas ocasiões diante dos três patriarcas, colocara-se Ele mesmo como fiador de que cumpriria a promessa que fizera aos três:
"Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, os teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado, e lhes disseste:
"Multiplicarei a vossa semente como as estrelas dos céus, e darei à vossa semente toda esta terra, de que tenho dito, para que a possuam com herança eternamente” (Ex 32.13).
Vale lembrar que toda essa disputa ocorreu no alto do monte Sinai, ao som de trombetas e trovões, sob o clarão de raios, e tendo unicamente como testemunhas os anjos.
Da parte de Deus não podia haver maiores demonstrações de aborrecimento e ira. Da parte de Moisés, pelo contrário, nenhum homem até então havia demonstrado tanta piedade, tanta misericórdia, tanto amor por seus semelhantes.
Da parte de Deus não podia haver maiores demonstrações de aborrecimento e ira. Da parte de Moisés, pelo contrário, nenhum homem até então havia demonstrado tanta piedade, tanta misericórdia, tanto amor por seus semelhantes.
A condição de um Deus irado poderia muito bem ser ilustrada por aquele versículo no qual parece que Deus, como se fosse homem e parecendo estar fora de si, disse a Moisés:
“Agora pois deixa-me, que o meu furor se acenda contra eles, e os consuma” (Ex 32.2). E a condição de um homem misericordioso e pacífico poderia muito bem ser ilustrada por aquele versículo no qual Moisés, mais tarde, colocaria em risco sua própria salvação, no intuito de livrar o povo do castigo de Deus:
“Agora pois deixa-me, que o meu furor se acenda contra eles, e os consuma” (Ex 32.2). E a condição de um homem misericordioso e pacífico poderia muito bem ser ilustrada por aquele versículo no qual Moisés, mais tarde, colocaria em risco sua própria salvação, no intuito de livrar o povo do castigo de Deus:
“Agora pois perdoa o seu pecado, se não risca-me, peço-te, do teu livro que tens escrito” (Ex 32.32).
E qual foi o desfecho dessa disputa de posições tão opostas? É o próprio Texto sagrado que nos diz: “Então o Senhor arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo” (Ex 32.14).
E qual foi o desfecho dessa disputa de posições tão opostas? É o próprio Texto sagrado que nos diz: “Então o Senhor arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo” (Ex 32.14).
Vitorioso, e com todo aquele amor no coração, Moisés desceu do monte, parou à porta do arraial, convocou todos os que estavam do lado do Senhor, e após os levitas atenderem unanimemente e se colocarem ao lado de Moisés, o “homem mais manso que havia sobre a terra” (Nm 12.3) desembainhou a sua espada, e contando com o apoio dos levitas, matou só naquele dia umas três mil pessoas (Ex 32.26-28):
"Pôs-se em pé Moisés na porta do arrial e disse: Quem é do Senhor, venha a mim. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. E disse-lhes: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu próximo. E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés; e caíram do povo, aquele dia, uns três mil homens."
(Nunca levita algum, cantor algum tinha visto tanta gente cair sob a "ministração" deles. Mas não foi ministração de louvor não; foi de espada mesmo).
O que aconteceu? Deus e Moisés teriam trocado de papel? Não. Eles continuaram sendo os mesmos, não mudaram. Porém, esse é o desfecho da ira de Deus, e esse é o desfecho da misericórdia do homem.
Este é Deus quando se mostra inimigo: derrama-se finalmente em amor; e estes são os homens quando se mostram amigos: podem derramar inesperadamente muito sangue do seu próximo.
Deus irado é muito mais confiável e propício a nós do que o ser humano compadecido. Devemos confiar muito mais na misericórdia de Deus, mesmo quando Ele está irado, do que na compaixão do homem, mesmo quando este nos demonstra amor.
Jefferson Magno Costa
"Pôs-se em pé Moisés na porta do arrial e disse: Quem é do Senhor, venha a mim. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. E disse-lhes: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu próximo. E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés; e caíram do povo, aquele dia, uns três mil homens."
(Nunca levita algum, cantor algum tinha visto tanta gente cair sob a "ministração" deles. Mas não foi ministração de louvor não; foi de espada mesmo).
O que aconteceu? Deus e Moisés teriam trocado de papel? Não. Eles continuaram sendo os mesmos, não mudaram. Porém, esse é o desfecho da ira de Deus, e esse é o desfecho da misericórdia do homem.
Este é Deus quando se mostra inimigo: derrama-se finalmente em amor; e estes são os homens quando se mostram amigos: podem derramar inesperadamente muito sangue do seu próximo.
Deus irado é muito mais confiável e propício a nós do que o ser humano compadecido. Devemos confiar muito mais na misericórdia de Deus, mesmo quando Ele está irado, do que na compaixão do homem, mesmo quando este nos demonstra amor.
Jefferson Magno Costa
- Pr. Levi Costa
- Jefferson Magno Costa