segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

PECADO: ADÃO E EVA PECARAM COM OS CINCO SENTIDOS; PARA NOS REDIMIR, CRISTO PADECEU NOS CINCO SENTIDOS

Jefferson Magno Costa

      









 


Eva, que depois foi acompanhada de Adão, em um só pecado, pecou com os cinco sentidos.
Pecou com a audição, ouvindo a serpente (Gn 3.1-2); pecou com a visão, olhando desejosa para o fruto proibido (Gn 3.6); pecou com o tato, ao pegar o fruto para comê-lo (Gn 3.6); pecou com o olfato, ao sentir o cheiro do fruto proibido, quando o aproximou do nariz, no momento de comê-lo (Gn 3.6); e pecou com o paladar, ao comer o fruto (Gn 3.6).
      Portanto, nossos primeiros pais, ao pecarem contra Deus desobedecendo sua ordem (Gn 2.16,17), pecaram com os cinco sentidos.
      E como Cristo veio ao mundo a fim de nos redimir dos pecados dos nossos primeiros pais e dos nossos pecados (Rm 4.25; 1 Pe 3.18; 1Jo 2.2), padeceu nos cinco sentidos para realizar essa redenção.
      









Jesus padeceu no sentido da audição, ao ouvir a frase “Eu te saúdo Rabi”, com a qual Judas o traiu e o entregou aos homens que o vieram prender (Mt 26.49); padeceu nesse sentido quando ouviu as duas falsas testemunhas deporem contra ele (Mt 26.59-62); padeceu ao ouvir aqueles que pouco antes o aclamavam, e agora pediam sua morte (Jo 19.5,60).
     Padeceu ao ouvir Pilatos reconhecer que Ele era justo, mas em seguida o entregar aos judeus para ser crucificado (Mt 27.24); padeceu ao ouvir ser acusado de malfeitor (Jo 18.29,30) e de pervertedor do povo (Lc 23.140). Padeceu ouvindo as blasfêmias e os escarnecimentos do povo e dos príncipes dos sacerdotes contra ele (Mt 27.39-43); e padeceu ouvindo os malfeitores o insultarem (Mt 27.44).
      E em nenhum momento Aquele que com palavras e obras havia consolado tanta gente, ouviu uma única palavra de consolo.
      









Jesus também padeceu no sentido da visão, ao ver todos os seus discípulos fugirem (Mt 26.56). Ele viu que um o entregou traiçoeiramente (Mt 26.14,15). Viu que outro o negou três vezes vergonhosamente (Mt 26.69-75). Viu-se ser atado e levado preso pelas ruas de Jerusalém (Jo 18.12-14). Viu quando vendaram os seus olhos para o insultarem e o espancarem (Lc 22.64). Viu quando o despiram no Pretório para o açoitarem (Mc 15.20). Viu quando o despiram no Calvário, e ele ficou exposto durante várias horas à vista de todos os que estavam ali (Jo 19.23). Viu a sua desconsolada mãe ao pé da cruz, em cujo coração e em cujos olhos estava outra vez crucificado (Jo 19.26). Finalmente, viu os meus e os seus pecados, e o quanto nós havíamos de ser ingratos diante de todo aquele amor que ele expressou por nós.
      









Jesus padeceu no sentido do tato, não ficando parte alguma em todo o seu corpo sagrado que não fosse martirizada com terrível tormento.
     Padeceu com as cordas e correntes com as quais o amarraram; padeceu no rosto as bofetadas; padeceu na cabeça a coroa de espinhos; padeceu nos ombros o peso da cruz; padeceu nas costas as centenas de açoites; padeceu nas mãos e nos pés a aguda e indescritível dor dos cravos com os quais o fixaram no madeiro. E em todos os seus ossos, em todos os seus nervos, em todas as suas veias, em todas as suas artérias, ele padeceu o estiramento, a agonia quando foi suspenso, e a violência mais do que mortal de estar várias horas pendurado na cruz, até expirar nela.
      












Jesus padeceu no sentido do olfato, porque morreu entre os terríveis maus cheiros do monte Calvário. Esse monte tinha esse nome por causa das caveiras e dos ossos dos malfeitores que eram crucificados ali. Por terem sido enterrados de qualquer jeito pelos algozes, ou porque depois os cães os desenterravam, os restos mortais dos crucificados ficavam espalhados por todo o monte. O fedor de carniça era insuportável.
     Misturados com o sangue que apodrecia sobre as pedras, tornavam aquele lugar asqueroso, de embrulhar o estômago de qualquer um.
      Em virtude de Aquele que nos remiu dos nossos pecados ter-se submetido ao mais aviltante gênero de morte que existia naquela época (aconselho o leitor a ler o mais esclarecedor e impressionante livro já escrito até hoje sobre esse assunto, Um Médico Descreve a Crucificação de Cristo), ele também, para nos redimir, submeteu-se às circunstâncias do lugar onde morreria, respirando com grande dificuldade os terríveis odores da podridão daquele lugar.
      





Finalmente, Jesus padeceu no sentido do paladar, sofrendo aquela ardentíssima sede que ele sentiu enquanto esteve pendurado na cruz. A sede revelou-se um tormento incomparavelmente mais terrível que todos os outros tormentos, porque só ela obrigou o pacientíssimo Redentor a pedir alívio (Jo 19.28).
     Ele provou o azedo do vinagre e o amargo do fel como parte do preço que pagou por nós.
      E se foi desta maneira que tão amorosamente Cristo padeceu por mim e por você, será muito justo que eu e você em algum sentido também padeçamos alguma coisa por amor a ele.
      Em Filipenses 2.5 está escrito: ”De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus.” Os cinco sentidos através dos quais Cristo sofreu por amor a nós, nós devemos consagrá-los por amor a Ele.
     Mortifiquemos nossa audição. Fujamos das más conversações, não só das ilícitas e ociosas, mas também até de algumas consideradas lícitas.
     Troquemos o ouvir pelo ler, lendo a Palavra de Deus, na qual Deus nos fala e nós o ouvimos. Na oração, nós falamos com Deus, e na leitura de sua Palavra, Deus fala conosco.
      “E disse-me o Senhor: Filho do homem, pondera no teu coração, e com os teus olhos, e ouve com os teus ouvidos, tudo quanto eu te disser de todos os estatutos da casa do Senhor, e de todas as suas leis...” (Ez 44.5).
     Mortifiquemos nossa visão. “Não porei coisa má diante dos meus olhos” (Sl 101.3), disse o salmista. Os nossos olhos têm duas funções: Ver e chorar. E parece que Deus os criou mais para chorar do que para ver, pois os cegos não veem, e choram.
     Chorem, portanto, os nossos olhos pedindo perdão pelos nossos pecados, e chorem muito mais por nunca terem se voltado para contemplar os sofrimentos do nosso Deus na cruz.
      Devemos mortificar o nosso tato ajoelhando-nos diante do Senhor para pedir-lhe que nos perdoe os nossos pecados, mortificando o nosso corpo, buscando estreitar nossa comunhão com Ele através do sacrifício.
     A cama na qual o nosso Jesus dormiu o último sono da morte, nós bem sabemos qual foi. Pois seria justo que enquanto ele teve por cama o duro madeiro da cruz, nós permanecêssemos preguiçosamente deitados no conforto das nossas camas?
      Mortifiquemos o nosso olfato. “E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Ef 5.2). Os que conhecem ao Senhor, onde chegam exalam a fragrância desse conhecimento, o que nos leva a deduzir que quem não conhece ao Senhor, por mais intelectual, interessante e "descolado" que pareça, exala o fedor do diabo (2Co 2.14):
     "E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento".
      E finalmente, mortifiquemos o nosso paladar através do jejum (2Co 11.27). "Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" (Rm 14.17).

     Jefferson Magno Costa

 3 comentários:


  1. Inajá Martins de Almeida
  2. Pastor Jefferson graça e paz.
    Linda mensagem. Infelizmente a maioria das pessoas está com os cinco sentidos desarraigados para as coisas de Deus, para a exuberância da Sua criação. Pensar no sacrifício que Jesus dispôs a fazer por nós, há dois mil anos está de nós! Muitos ao menos conseguem perceber o acontecido. Que bom que Deus está a levantar suas trombetas e podemos nos deparar com textos tão bem estruturados, elaborados e fundamentados como este que temos oportunidade de receber em nossos lares, quando a tecnologia compactua a nosso favor - não há desculpas para alegar desconhecimento. Obrigada


  3. Realmente, prezada irmã Inajá. Diante de todas as fontes que proclamam hoje o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, e a urgência que a humanidade tem em aceitá-lo como Salvador, não haverá desculpas para ninguém naquele Grande Dia.


  4. Marcello de Oliveira
    Shalom!
    Linda mensagem meu amigo!
    att, Pr Marcelo

2 comentários:

  1. Excelente mensagem! Aprendo muito com seus textos. O Senhor te inspire infinitamente mais...

    Paz do Senhor!

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  2. Prezada irmã Micheline, não consegui falar com o pastor Abner. Ele andou viajando. Creio que não vai ser possível a irmã marcar um compromisso de agenda com ele. Fica para uma próxima oportunidade.
    Pr Jefferson

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