segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

O QUE DIZEM OS ASTROS PARA 2022

Jefferson Magno Costa

O FUTURO LIDO NAS ESTRELAS

  
     Já se constitui uma prática comum a milhões de brasileiros a consulta diária de horóscopos, e a crença nas previsões astrológicas anuais, apresentadas na internet, na televisão e nos maiores periódicos do país, no início do ano. Aliás, essa curiosidade acerca do que “dizem os astros” sobre a saúde, o amor, os negócios de cada ser humano, e sobre o futuro da humanidade, é hoje algo comprovadamente difundido no mundo inteiro.
     Pois o ser humano é, por natureza, um curioso. Sempre quis saber de onde veio e para onde vai, e o que lhe aguarda o presente e o futuro. Sempre se mostrou desejoso de conhecer, de penetrar, de descobrir o mecanismo, a distância, a origem, os mistérios do Universo maravilhoso que o rodeia.
     Sabedores dessa curiosidade, e intencionando tirar o maior proveito dela, uma legião de astrólogos, babalaôs, médiuns, ocultistas, teosóficos, rosacruzes, kabalistas, adivinhos, agoureiros, feiticeiros, esoteristas, macumbeiros, quiromantes, necromantes, cartomantes e paranormais tem surgido, prometendo revelar os fatos mais importantes relacionados com o passado, o presente e o futuro de seus “clientes”, além de “preverem”, de ano para ano, o que vai acontecer no mundo.
     Aos que procuram se beneficiar de seus “serviços”, os ocultistas prometem diagnosticar sobre qualquer sofrimento físico, necessidade material ou espiritual, e indicar o remédio certo para esses males. Garantem revelar também o futuro das pessoas, e o segredo para se conseguir êxito na vida profissional, nos negócios e no amor.
     Essas práticas constituem uma flagrante tapeação e exploração de sua vasta clientela. Já em 1950, as estatísticas revelavam que só em Paris existiam 50 mil pitonisas, adivinhos e astrólogos (um para cada 95 habitantes), que arrecadavam diariamente do público cerca de 75 milhões de francos. 
     Na mesma época, nos Estados Unidos, cinco milhões de americanos gastavam 200 milhões de dólares para “conhecer o futuro”. Hoje, estes números apresentam-se multiplicados por dez.
    
(O leitor não estranhe o fato de estarmos citando dados estatísticos antigos e matérias jornalísticas de décadas passadas. Nada mudou no cenário da astrologia. Ela é um engano velho que para atrair os incautos se disfarça de novidade. 
    O material apresentado aqui faz parte de uma pesquisa que fizemos para escrever o livro Por que Deus Condena o Espiritismo, livro esgotado e fora de catálogo, que alcançou 18 edições, tendo sido publicado há mais de 20 anos pela CPAD).  
      No Brasil, não sabemos exatamente quantos “traficantes de influência oculta” existem, mas sabemos que muitos brasileiros não fazem nada sem antes consultarem o seu horóscopo, e se debruçam ansiosamente, ano após ano, sobre as previsões astrológicas publicadas em muitos periódicos do país e do mundo, e sobretudo na internet, a fim de saberem o que dizem os astros para o futuro.
     
O QUE É E ONDE SURGIU A ASTROLOGIA
      
     Os “futurólogos”  afirmam que os astros dominam e interferem na vida do ser humano, e que o nosso futuro pode ser lido nas estrelas. Eles fazem questão de dar à astrologia um aspecto sério, científico, coisas que ela não é e não tem. Uma revista especializada em previsões astrológicas assim define essa falsa ciência: 
     “A palavra astrologia vem da língua grega. Combina o vocábulo ‘astron.’, que quer dizer estrela, com ‘logia’, que vem de ‘logos’, cujo sentido é palavra, saber, estudo”.
     A Astrologia é, portanto, na definição dos astrólogos, o estudo dos astros para saber o que estes dizem sobre o futuro dos seres humanos. 
      Porém, segundo um dos maiores dicionários da língua portuguesa (Dicionário Caldas Aulete, 4a edição) a Astrologia é a “falsa ciência de predizer o futuro pelo exame do aspecto e da posição dos astros”.
      Certamente os que acreditam em suas previsões não sabem que essa falsa ciência baseia-se no arcaico e superado sistema geocêntrico dos antigos, quando se acreditava que a Terra era o centro do universo, e os planetas giravam em torno dela. 
     Por este e outros motivos que nos apressaremos a enumerar, um dos maiores pesquisadores deste assunto, Richard Lewinson (A Revelação do Futuro, de Babilônia a Wall Street. Edições Livros do Brasil. Lisboa, p.78) declarou: 
     “Caduca, enrugada, apodrecida nos seus fundamentos, a Astrologia faz questão de mostrar à sua clientela uma fachada desempoeirada e atualizada.”

A ASTROLOGIA FOI INVENTADA NA BABILÔNIA
      
     A astrologia nasceu na Mesopotâmia, a região banhada pelos rios Tigre e Eufrates. Ali floresceram primeiramente os sumérios e acádios, que posteriormente foram vencidos e suplantados pelos assírios e caldeus.
     Em Babilônia (capital da Caldéia) e em outros centros culturais da Mesopotâmia, homens astutos trataram de sistematizar a Astrologia, pois a crença em que o futuro lido nas estrelas podia evitar muitas misérias aos homens tornara-se potencialmente lucrativa.
     Tão importante foi a participação da Babilônia na origem da astrologia, que, ao profetizar a queda da “capital da abominação”, Isaías empregou termos que descrevem inconfundivelmente a prática dos que ali consultavam a s estrelas para saber o destino dos homens: 
     “Deixa-te estar com os teus encantamentos, e com a multidão das tuas feitiçarias em que trabalhaste desde a tua mocidade, a ver se podes tirar proveito, ou se porventura te podes fortificar. Cansaste-te na multidão dos teus conselhos; levantem-se pois agora os agoureiros dos céus, os que contemplavam os astros, os prognosticadores das luas novas, e salvem-te do que há de vir sobre ti” (Isaías 47.12,13).
     Muitos historiadores concordam em que a posição geográfica da Mesopotâmia influiu grandemente no desenvolvimento de tais práticas. George Contenau (A Adivinhação Entre os Assírios e Babilônicos. Paris, 1940,p 237) chegou a afirmar que “aquele que atravessou o deserto sírio ou visitou à noite as ruínas da Babilônia, não terá dificuldade em aceitar que a Mesopotâmia oferece o campo mais propício ao estudo dos astros, pois em parte alguma do hemisfério Norte o firmamento é mais belo ou mais claro; o próprio esplendor do céu astral não suporta comparação”.
     Os babilônicos tinham como criador da arte da adivinhação a Emmandurana, rei sumério lendário que teria vivido antes do Dilúvio. 
     Porém, não foi através da consulta aos astros que os povos da Mesopotâmia começaram a “ler o futuro”, e sim através de outros métodos, como a hepatoscopia, ou seja, a observação do fígado de carneiro, e o estudo dos intestinos dos cães.
     Consultando o fígado e os intestinos de cães e carneiros sacrificados para esse fim, os que se dedicavam a essas práticas supersticiosas e bárbaras prognosticavam aos seus clientes se a próxima colheita seria boa ou má, ou se determinado rei triunfaria ou fracassaria em seus empreendimentos militares.
     Contudo, alguém inteligentemente perguntou: “Por que se refletiria o desfecho da próxima guerra no fígado de um carneiro? Ou que poder profético poderiam ter os intestinos de um cão sobre os destinos da Babilônia?” Concluiu-se daí que a exploração e o charlatanismo são tão velhos quanto a região onde Deus criou o Éden – a Mesopotâmia.
     Mas o que precisamente teria levado os homens a tentarem ler o futuro nas estrelas? Segundo alguns estudiosos, a regularidade do movimento dos corpos celestes era a tal ponto grandiosa, chocante e impressionante, que levou os observadores a lhe atribuírem leis rigorosas, e a considerarem-na uma força cujos reflexos se estendiam à Terra. 
     Os astros teriam uma influência direta na vida dos homens, pensavam os antigos.
     Porém, depois que os astrônomos e físicos aprofundaram o conhecimento científico sobre a mecânica celeste, mostrando a regularidade do movimento dos astros no céu, tornou-se extremamente difícil provar que o movimento harmônico dos astros tenha qualquer influência na imprevisibilidade dos acontecimentos na terra.

A LUA INTERFERE EM NOSSA EXISTÊNCIA?
      
     Nada nos autoriza também a acreditar que a Lua exerça influência direta sobre os homens. Porém, é necessário sabermos que, além de sua inegável influência em alguns fenômenos da natureza (o fluxo e refluxo das marés, por exemplo), desde os tempos primitivos, o seu aparecimento no céu estimula a fantasia humana e desperta sentimentos nostálgicos, saudosistas (notadamente nas populações distanciadas das grandes cidades).
     É antiga a crença de que certas doenças são causadas pela influência da Lua. Para tranquilizar o povo de Deus com relação a essa crença, o salmista escreveu: “O sol não te molestará de dia nem a lua de noite” (Sl 121.6).
     Porém, é curioso observarmos que algumas palavras gregas, usadas em Mateus 4.24 e 17.15, significam literalmente ferido da lua, ou melhor: louco por influência da lua, lunático. Neste último caso, médicos e psiquiatras não chegaram ainda a um consenso de causa. 
     Alguns deles acreditam que a luz da lua (que por sinal é fraca e fria) leva, de certa maneira, certos indivíduos a perturbações mentais. Em decorrência disso, a mente fantástica da humanidade criou as lendas de vampiros e lobisomens.
     Tudo o mais acerca da influência do satélite da Terra é incerto e obscuro. A biologia não confirma nenhuma das crenças populares de que a lua exerça influência sobre a gestação, o corte de cabelos e a cicatrização de feridas, etc. Nem a biologia nem qualquer outra ciência. 
     Agrônomos e metereólogos negam a crença de alguns agricultores, que afirmam exercer a lua influência sobre o crescimento das plantas. Segundo esses homens do campo, no período da lua crescente, a seiva começa a subir com abundância no interior de gramíneas, arbustos e árvores, e na lua decrescente, a seiva diminui.
     Outra crença popular cientificamente negada é quanto à influência lunar sobre o tempo atmosférico: a ausência ou a presença de chuvas dependeria da Lua. 
     Porém, durante muitos anos, vários institutos de metereologia compararam a mudança do tempo com as fazes da lua, e não conseguiram descobrir qualquer relação entre uma coisa e outra.

A LUA ADORADA COMO DEUSA
      
     A adoração da Lua era comum entre alguns povos da antiguidade. Segundo eles (particularmente os envolvidos com as enganosas e diabólicas práticas da astrologia), as pessoas que nasciam sob a influência do satélite da Terra eram de caráter bondoso e tranquilo. 
     Além do mais (afirmavam), a lua dá longevidade e auxilia na conservação dos bens. Porém, para afastar o seu povo de tal crença, o Senhor recomendou: “E não levantes os teus olhos aos céus, e vejas o sol, e a lua, e as estrelas, todo o exército dos céus, e sejas impelido que te inclines perante eles...” (Dt 4.19. Ver também Dt 17.3-6). 
     Quem exerce influência sobre a nossa vida é o nosso Deus. Qualquer ensinamento contrário é de origem declaradamente diabólica.

PREVISÕES ASTROLÓGICAS E SUA INFLUÊNCIA
      
     Os astrólogos babilônicos afirmavam que os sinais que se viam no céu eram avisos enviados pelos “deuses” aos homens, e causas de todos os acontecimentos terrestres. 
     Inspirados neste pensamento, inventaram o Zodíaco, um círculo imaginário que divide em 12 partes iguais a elíptica – isto é, o curso do Sol ao redor da Terra no espaço de 12 meses. Cada uma das doze partes do Zodíaco é, segundo os mesmos astrólogos, ocupada por uma das 12 constelações (Áries, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes) que “influencia” o destino e o caráter daqueles que nascem em cada período do ano correspondente a um dos 12 signos, dizem os astrólogos.
     Vejamos como um estudioso da astrologia define o horóscopo (Dal Lee, Dicionário de Astrologia, Ed., Artenova, Rio de Janeiro, 1974, p. 15): 
     “O horóscopo é exatamente o que significa: ‘horo’ e ‘scopo’. ‘Horo’ significa hora, e ‘scopo’ é quadro ou visão. Um horóscopo é uma visão do sistema solar na hora do nascimento de uma pessoa.”
     Falando sobre a ampla difusão da astrologia, um astrólogo afirmou que “membros do governo, pessoas de embaixadas, homens de letras, artistas do mundo do espetáculo e magnatas do mundo dos negócios juntam-se aos homens e mulheres comuns de todas as partes do globo, na busca de orientação e respostas às suas ansiedades” (A Astrologia e o Nosso Futuro, Revista Novas de Alegria, Lisboa, Julho de 1982, pag.2).

MEIOS UTILIZADOS NO MERCADO DA ADVINHAÇÃO
      
     São muitos os meios de que os exploradores da credulidade do povo se servem para atrair sua vasta clientela. Geralmente esses “conhecedores do futuro” apresentam-se em anúncios de jornal, em cartazes e em panfletos como “Grande ocultista”, “Vidente famosa”, “Célebre cartomante”, “Doutor em hermetismo”, “professor”, “A mais extraordinária cartomante recém-chegada da Europa”, e outros títulos pomposos e irreais. 
     Dizem que seus poderes podem ser comprovados através de diplomas (geralmente exibidos ao "cliente" nas paredes dos locais onde trabalham), fornecidos por organizações dedicadas ao estudo e à prática das ciências ocultas. 
     Afirmam que já curaram muitas pessoas, adivinharam o futuro de milhares delas, e fizeram prognósticos amorosos que sempre deram certo.
     Para “preverem” o futuro, os adivinhos fazem uso de seres vivos, de objetos os mais variados, e de sinais. Estes são os mais conhecidos meios utilizados na prática da adivinhação: aritomancia, adivinhação através dos números; astrologia, adivinhação pelos astros; batracomancia, pelas rãs; cafeomancia, pela borra de café; cartomancia, pelas cartas; conchomancia, pelos búzios (conchas); cristalomancia, pela bola de cristal; cranologia, pelo crânio humano; cubomancia, pelos dados; grafologia, pela escrita; necromancia, pelos mortos; oniromancia, pelos sonhos; piromancia, pelo fogo; quiromancia, pelas mãos, e muitos outros meios.
     Em nosso país, a lei de contravenções penais, em seu artigo 27, declara que a exploração da credulidade pública “através de sortilégios, predição do futuro, explicação de sonhos ou práticas congêneres”, sujeita o contraventor a ser punido em até seis meses de prisão. 
     Mas isto não tem impedido que uma verdadeira legião de adivinhos atue do Norte ao Sul do país. O Brasil é territorialmente muito grande, e isto proporciona uma certa tranquilidade a esses “comercializadores do futuro”. Porém frequentemente os jornais estão publicando reportagens envolvendo o nome e as práticas desonestas dessas pessoas. Como exemplo, eis duas dessas reportagens.
     O jornal Folha de São Paulo, de 30/05/86, noticiou que uma argentina de 36 anos atuou durante vários dias em São Paulo, “lendo”, através de cartas de tarô, o futuro de seus clientes, a quem cobrava 50 dólares por consulta. Antes de viajar para São Paulo a fim de disputar com outros “profissionais do ramo” as consideráveis somas de dinheiro que os supersticiosos costumam pagar para ser trapaceados, a mulher enviou vários anúncios aos jornais paulistas, apresentado-se como “uma famosa parapsicóloga e mentalista internacional”.
     Durante suas “consultas”, quatro de seus clientes resolveram denunciá-la aos jornais por haverem constatado que a cartomante, durante os trabalhos, repetia a mesma historia a todos: estavam sob a ação de maus olhados, e para afastá-los, ela cobrava em dólares. Segundo a reportagem, essa cartomante tinha casas em Buenos Aires, Caracas e Miami.
     Um mês antes, o Jornal do Brasil, de 27/04/86 havia noticiado que mais de 20 agricultores gaúchos tinham denunciado à policia as trapaças de Karl May Steffenes, que se dizia astrólogo e acabou fugindo com uma grande soma de dinheiro pertencente aos agricultores. 
     Mantendo um programa de astrologia na rádio de Santo Ângelo, RS, e com um movimentado consultório onde atendia sua clientela, Karl May passou a dizer aos agricultores de vários municípios do Rio Grande do Sul que “ os astros” lhe haviam revelado existir nas terras deles grande quantidade de potes de ouro enterrados pelos antigos padres jesuítas.
     Como esses potes estavam "encantados", o “astrólogo” precisava de muito dinheiro para realizar o trabalho de desencantamento. Os agricultores caíram nesse “conto do pote de ouro”, e isto rendeu ao “vidente” uma quantia superior (na época da notícia) a Cz$ 300 mil cruzados. De posse do dinheiro, o astrólogo “encantou-se” (desapareceu).

NOSTRADAMUS ERROU: O PAPA NÃO MORREU
      
     O dia quatro de outubro de 1986 foi ansiosamente aguardado, durante todo o mês de setembro, por supersticiosos, curiosos, católicos e críticos das profecias de Nostradamus. 
     Para aquela data estava prevista a visita do papa João Paulo II a Lyon, cidade da França. Considerando-se as muitas visitas anteriormente feitas pelo pontífice a dezenas de cidades de quase todos os países do mundo, nada de extraordinário haveria nisto.
     Porém, uma profecia de Nostradamus vaticinava que João Paulo II morreria ao chegar a Lyon. Eis parte da profecia, que se encontra reunida com milhares de outras no seu livro As Centúrias
     “... o papa chegará sozinho perto de dois rios.” (Centúria II, 35). 
     Situada às margens dos rios Ródano e Saône, Lyon sempre foi apontada por todos os discípulos e intérpretes de Nostradamus como a cidade onde toda essa profecia teria cumprimento. Eis o texto em que Nostradamus adverte o papa: 
     “Pontífice Romano, evita aproximar-te da cidade banhada por dois rios. Teu sangue nela se esparramará. Tu e os teus, quando a rosa florescer...”
     Fazendo uso de seu costumeiro simbolismo, o adivinho aparentemente predisse a morte daquele que, segundo a cronologia e o número de papas em toda a história, seria João Paulo II.
     Haveria um sinal: “...quando a rosa florescer.” Esse "florescimento” da rosa foi interpretado pelos estudiosos das profecias de Nostradamus como “a vitória do presidente socialista François Mitterand nas eleições de 1981, já que a rosa foi o símbolo da campanha socialista”, observou Milton Bhay, na Folha de São Paulo de 16/08/86.
     Católicos da França e de outros países enviaram milhares de cartas à prefeitura e ao cardeal Decourtray, de Lyon, rogando que as autoridades do Vaticano impedissem a visita do pontífice àquela cidade. 
     Mas João Paulo II não cancelou sua viagem a Lyon, e mais uma vez ficou publicamente provado que as profecias de Nostradamus são mentirosas: durante quatro dias, o papa visitou a cidade, e saiu de lá sem sentir sequer uma dor de cabeça...

QUEM FOI NOSTRADAMUS
      
     Michel de Nostre-Dame (que latinizou o seu nome depois para Nostradamus) nasceu em 14 de dezembro de 1503, em Saint-Remy-de-Provence, no Sul da França.
     Descendente de judeus, seu avô havia-se dedicado ao estudo da flora e dos astros. Nostradamus estudou medicina na Universidade de Montppellier, doutarando-se aos 26 anos. 
     Casou-se com Adriette de Loubejac, com quem teve dois filhos, mas durante a terrível “Peste Negra”, perdeu a mulher e os filhos. 
     Profundamente triste, ele recolheu-se ao mosteiro de Orval, no Luxemburgo, e lá começou a escrever as primeiras profecias.
     Após casar-se, outra vez, com Ana Ponsarde, entregou-se às praticas ocultistas, apesar de saber que centenas de bruxas e feiticeiros estavam sendo perseguidos e mortos em toda a Europa. Com medo de ser descoberto em suas práticas e arrastado para a fogueira, Nostradamus escreveu uma carta ao rei Henrique II, afirmando-lhe que era cristão zeloso na observância dos mandamentos bíblicos.
     Tudo mentira, pois sabe-se hoje que para escrever suas previsões, ele fez uso de cálculos astrológicos; de antiquíssimos documentos pertencentes aos seus parentes judeus, que haviam abandonado a observância e a leitura da Bíblia para se entregarem à prática da cabala (ocultismo judaico); das 22 cartas do Tarô Divinatório, e de papiros de hermetismo que haviam pertencido aos discípulos de Hermes Trimegisto, o maior ocultista egípcio.

NOSTRADAMUS E A MESA FALANTE
    
      Na carta ao rei Henrique II, Nostradamus confessa algo que o identifica como um dos mais antigos praticantes dos métodos utilizados no espiritismo em sua fase atual. 
     Disse ele que fazia uso, às escondidas, de uma mesa de bronze, de três pernas – método esse usado por adivinhos da antiguidade, como a pitonisa de Delfos. Marques da Cruz, no seu livro Profecias de Nostradamus (Editora Pensamento, São Paulo, 20a. edição, 1976, p.96), afirma que esse método "é usado hoje pelos espíritas, a partir de Allan Kardec, que usam mesa de três pés, mesmo de madeira (põem as mãos sobre esta, que vai dando pancadas; os assistentes invocam um espírito e fazem corresponder o número de pancadas às letras do alfabeto, formando assim palavras e frases)”.
     O próprio Allan Kardec, no O Livro dos Médiuns (FEB, Rio de Janeiro, 1985, 52a. edição, p.77) declara que “as mesas girantes (ou falantes) representarão sempre o ponto de partida da doutrina espírita”. Ao contrário do que muitos pensam, Nostradamus não tinha nada de “sábio cristão, que inspirou-se nas Sagradas Escrituras”, conforme muitos de seus admiradores o consideram. Ele não passou de um astrólogo, evocador de mortos e falso profeta.

EM QUE SE INSPIROU NOSTRADAMUS PARA ESCREVER SUAS PROFECIAS?
      
     No seu livro As Centúrias (ao todo são 12 Centúrias, escritas em forma de quartetos, com versos de 10 e 12 sílabas), ele conta como recebia “inspiração” para suas profecias:
      “Estando sentado, de noite, em secreto estudo, sozinho, repousando sobre o tamborete (a mesinha de três pés), uma chama exígua saía da solidão.” Que chama seria essa? Para nossa surpresa, na continuação do seu relato, Nostradamus revela que essa chama transformava-se em um espírito (um demônio) que vinha ditar-lhe as profecias!
     “Segurando com a mão a vara colocada na bacia, que contém água sagrada (continua Nostradamus no seu relato), Branchus (o demônio, manifestado minutos antes como uma chama) no meio me aparece; ele molha com água não só o limbo (a orla, a ponta) de sua roupa, mas também os pés. Um medo e uma voz fremem pelas mangas (braços): esplendor divino. O espírito perto de mim se assenta.”
      Nada de divino havia nessas práticas, utilizadas há milênios por feiticeiros e sacerdotes ocultistas caldeus, assírios, egípcios, persas e gregos. Porém, os tolos continuam a acreditar nas “divinas” profecias do bruxo Nostradamus, que assim explicava suas inspirações: “A inspiração torna sensível o espírito por aparições de noite; a certeza é feita de dia, por cálculos astronômicos, pelo livre-arbítrio.”
     Sob o título: “Não comprometam o profeta”, o Jornal do Brasil publicou, em 04/10/86, uma interessante matéria assinada por Marcos Santarrita, onde a técnica utilizada pelos “nostradamólogos” para fazer com que as profecias de Nostradamus sempre se cumpram, é revelada: “Acontecido um fato importante, seus intérpretes encarregam-se em adaptá-los às obscuras palavras do mestre. Por isso, o maior índice de acertos verifica-se quando esses fatos já são história (...) Não se tem notícia de que qualquer profecia sua destrinçada antes de um fato se tenha concretizado. E quando uma dessas interpretações ante-factum (isto é: antes do fato acontecer) não se confirma, não foi erro do profeta, mas de seus intérpretes. Assim, não há como errar.”
     A falha em sua previsão sobre a morte do Papa JoãoPauloi II ded maneira trágica e sangrenta na cidade de Lyon faz parte de uma coleção imensa de profecias que não se cumpriram, por serem falsas. Vale salientar que a credulidade do povo sobre a infalibilidade dessas profecias tem sua origem na divulgação de trabalhos astrológicos e na interpretação elástica e caprichosa dos discípulos e intérpretes do famoso vidente.
     Porém, o noticiário internacional das agências Ansa, AP, BPA, France Press, Reuter, UPI, EFE, Tass, e da revista U.S. News and World Report, do Jornal The Washington Post e dos correspondentes de O Globo, (O Globo de 08/10/86, p.17) “transformaram em letra morta”, no dia sete de outubro de 1986 (data em que o papa saiu tranquilamente de Lyon) as falsas profecias de Nostradamus. Porém, a sorte de muitos que vivem da "indústria das profecias de Nostradamus" é o fato de o povo ter memória curta, ser muito impressionável, e não ter acesso ou não dispor de fontes desmascaradoras e sinceras desses charlatães.
     Porém, o interessante é que esse vidente tem hoje um sucessor, que está atuando desde a década de 80. É o que veremos no tópico seguinte.

ALLAN RICHARD WAY: UM CEGO GUIANDO CEGOS
      
     Conhecido como o “Nostradamus do século XXI”, e “o bruxo de Alaldenham”, o mais famoso adivinho da atualidade mora há 40 anos em Londres, é indiano e chama-se Allan Richard Way.
     Vivendo isolado do mundo em sua mansão distante 20 quilômetros da periferia da capital inglesa, todos os anos o famoso vidente, que está quase totalmente cego, diz que lê o futuro escrito nos astros através de um siderômetros - um instrumento que, segundo o vidente, ajuda-o a receber pelo tato todas as informações astrológicas sobre o que está para acontecer na Terra, na vida pública e privada de pessoas importantes, é claro, pois, curiosamente, os seus “astros” não perdem tempo dando informações sobre pessoas comuns ou pobres, e talvez nem saibam que existem pobres na Terra...
     A antiga revista Manchete (nº 1.760, de 11 de janeiro de 1986) publicou uma reportagem assinada por Robert McPherson, divulgando as previsões desse novo “Nostradamus” para o ano de 1986. Eis o que o cego vidente profetizou: “Apesar de todos os seus esforços, e da bateria de procedimentos médicos que lhe é aplicada diariamente, o presidente Reagan não poderá disfarçar seus problemas de saúde, e deverá deixar a presidência dos EUA em 1986. Este será o acontecimento mais importante no próximo ano.” (p.5). Na página 7, sempre com ares de quem conhece os segredos dos céus e da Terra, o astrólogo diz:
     “Reagan talvez sobreviva. Vejo nos astros que há boas possibilidades quanto a isso, apesar de ser incerto. Mas, de qualquer forma, deixará o governo.” Quem conhece um pouco da história recente dos EUA, sabe que o ex-presidente Ronald Reagan só deixou a presidência em 1989, e não em 1986, conforme o vidente cego havia previsto.
     Eis mais algumas de suas mentirosas previsões: “Quem escapará de novo atentado é o papa. Terroristas tentarão atacá-lo abertamente, mas o atentado será abortado a tempo.” (Em 1986, apesar das profecias desse outro Nostradamus e enganador do povo o papa não sofreu atentado algum). “Gorbachev... se encontrará com o papa, quando será amplamente discutido o problema da Polônia.” (Não ocorreu esse encontro em 1986. A não ser que os dois tenham se encontrado secretamente em um dos astros onde o astrólogo lia suas “infalíveis” previsões).
     “Prevejo outra coisa grave: uma guerra. O fanático Kadafi levará a Líbia a um confronto com o Egito. Murbarak sairá vitorioso, mas Kadafi sobreviverá para virar uma espécie de novo Arafat.” (Não houve guerra nenhuma entre a Líbia e o Egito em 1986). “A princesa Diana ficará grávida mais uma vez.” (A princesa Diana foi mãe só de dois filhos. Em 1986 nenhum comunicado oficial foi apresentado anunciando que o Príncipe Charles iria ter um terceiro filho da princesa Diana).
     (O curioso é que esse charlatão não teve o poder de prever o fim trágico da princesa Diana, nem a queda de Murbarak ou o assassinato de Kadafi. Para um vidente com os "poderes" que ele sempre anuciou que possuía, fazer essa previsões, apesar da distância cronológica em que os fatos acorreriam, seria muito fácil para ele, caso ele realmente tivesse os poderes que dizia ter).
     E assim o astrólogo prossegue em suas “profecias”, como um segundo Balaão (Números 22.5 a 24.25), proferindo “bênçãos e agouros”. Na época em que ele “leu” tudo isso nos astros, faltavam ainda vários meses para a realização da copa do mundo. Vejamos qual foi a sua “infalível” previsão para esse evento:
     “Diga aos seus leitores do Brasil que já voltei meus olhos para o México, e garanto que o final da Copa do Mundo será disputada entre os brasileiros e um time que será a maior zebra da história das Copas. O resultado? Não, eu não sou um adivinho de feira. O resultado deverá ser aguardado diante das telas de TV, na hora da partida. O máximo que posso adiantar para o Brasil é isso: vocês estarão na finalíssima.” O Brasil foi elimimado pela França em disputa de pênaltis nas Quartas de Final, aliás, segundo o vidente, quartas de "finalíssima!"
     Diante do exposto, creio não ser mais necessário perder tempo desmascarando aquele que ficou conhecido como “o mais prestigiado e mais recluso de todos os videntes do mundo”, segundo expressão do jornalista da antiga revista Manchete. Porém, quanto a nós, os evangélicos, é importante que fique bem claro que “contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhações contra Israel” (Números 23.23). O povo de Deus não teme nem dá ouvidos a esses videntes e suas previsões.

DESMASCARANDO A ASTROLOGIA
      
     Há quase dois mil anos, milhares de homens vêm-se esforçando para alertar a humanidade quanto à falsidade da astrologia. Sabe-se que os planetas, por dependerem do magnetismo, da luz e do calor do Sol, e se encontrarem demasiadamente distantes da Terra, não podem exercer nenhuma influência sobre o nascimento e a vida dos seres humanos. Além do mais, se o destino dependesse dos astros, os gêmeos deveriam ter idêntica sorte em todos os aspectos, e sabemos que isto não é verdade.
     Atentemos para o caso bíblico dos gêmeos Esaú e Jacó: se considerarmos o que diz a astrologia, o planeta que dominava na hora do nascimento dos dois filhos de Isaque era o mesmo, o signo também era o mesmo, a casa do Zodíaco a mesma, os aspectos ou ângulos os mesmo, e, no entanto, o destino dos dois irmãos foi completamente diferente, pois só Deus tem domínio sobre o destino dos homens, e não os astros – esses aglomerados de rochas e gases, criados por Suas mãos.
     Numa mesma hora, num mesmo instante nascem muitas pessoas, o que equivale a supor que terão o mesmo destino, porque, segundo a astrologia, os astros, além de lhes darem as mesmas condições, dotam-nas da mesma capacidade e possibilidade de sofrerem uma desgraça, serem ricos, mendigos ou escaparem de um desastre.
     Porém, as pessoas que morrem em desastre de avião, naufrágio, colisão de trens, incêndio, etc., teriam nascido sob o mesmo signo? Pois só assim se explicaria o fato de todos terem morrido no mesmo instante. 
      Será que todos os horóscopos dessas pessoas estavam cheios de negatividade e maus presságios para o dia de sua morte trágica? É evidente que não. Isto mostra o quanto a astrologia é falsa, e que ninguém deve dar ouvidos às suas previsões.
     Sabe-se também que os próprios astrólogos são assaltados e assassinados, sem haverem previsto o que lhes ia acontecer. 
     Um fato curioso se deu com o astrólogo italiano Jerônimo Cardano (1501-1576). Ao fazer o horóscopo do jovem rei da Inglaterra, Eduardo VI, Cardano predisse que o jovem monarca reinaria magnificamente, e sob o seu reinado a Inglaterra alcançaria dias prósperos e felizes, até o fim da vida do rei, que morreria com 55 anos, três meses e 17 dias. Na realidade, Eduardo VI morreu com 16 anos, e Jerônimo Cardano só não foi enforcado porque conseguiu fugir.
     Nos Estados Unidos foi levantado um problema que confundiu os astrólogos americanos. Ao se apostar em corrida de cavalos, que horóscopo deve ser considerado: o do apostador ou do jóquei? 
     Um astrólogo respondeu que, se o horóscopo de um dos dois estiver favorável naquele dia, a vitória será certa para ambos. Mas o problema ficou sem resposta quando alguém perguntou: e se o horóscopo dos dois estiver favorável e eles perderem a corrida e a aposta? Alguém respondeu em tom zombaria: a culpa estaria no horóscopo do cavalo. Do cavalo? Mas cavalo não tem horóscopo... E ninguém soube explicar mais nada.
     Um conhecido médium brasileiro publicou, na revista Amiga, nº 658, de 29 de dezembro de 1982, as previsões astrológicas de dezenas de artistas nacionais, para 1983. Curiosamente, entre esses artistas figurava o nome de Clara Nunes. Eis o que dizia o texto:
     “Clara Nunes é uma verdadeira força. Será muito difícil as negatividades se aproximarem, pois nos seus colares, suas roupas e nas músicas que interpreta estão toda uma força mística, toda uma história de nossas raízes. Clara tem muita fé. Porém, ela poderá ter problemas, porque todos nós vivemos em um mundo violento e muitos desejam tomar o lugar do outro. Mas, garanto que quem se cuida, como Clara, tem mais defesa e apoio do que as pessoas que não acreditam em nada. Vejo que será mais um ano bom, com bastante trabalho, saúde boa.” 
      Porém, 1983 não foi um ano "muito saudável" para a cantora Clara Nunes... Ela morreu em consequência de complicações operatórias.
     Além das previsões “lidas nos astros”, os espíritas costumam apelar para o conhecimento dos espíritos (demônios) que incorporam nos médiuns interrogando-os acerca do futuro. 
     A maior crítica sobre a falsa sabedoria dessas entidades de “além” foi publicada por alguém que estudou essas mensagens dos “espíritos” durante mais de 20 anos. Trata-se do cientista Frances Charles Richet. Eis o que ele falou sobre essas mensagens:
     “Uma outra característica das personalidades espíritas é de se cercarem de mistério, como se o mistério de sua presença não fosse suficiente. Há reticências, subentendidos, alusões veladas que exigem muita sagacidade para se entender. Elas (as ‘entidades do além’) parecem, em certos momentos, saber muito, mas no ponto mais interessante param subitamente, e depois se desviam. Tem-se absolutamente o direito de supor que, se elas não dizem mais, é porque nada mais sabem.
     "Raramente é dada a uma questão precisa uma resposta precisa. Se estivessem diante de uma banca de examinadores, não passariam no exame, porque respondem mal. Dão respostas lateralmente. Sem dúvida é essa a razão por que as personalidades dos mortos nunca revelaram nada que não fosse já conhecido dos vivos. E isso representa um argumento desastroso contra a hipótese espírita.
     "Na verdade, nunca nos fizeram dar um passo em geometria, física, fisiologia, mesmo em metapsíquica! (Ciência conhecida hoje como parapsicologia). Nunca os espíritos conseguiram provar que sobre qualquer coisa soubessem mais que o indivíduo vulgar. Nunca foi indicada uma descoberta inesperada ou feita qualquer revelação.”
     E o espiritismo ainda continua sendo, na opinião de muitos espíritas não esclarecidos, a Terceira Revelação dada pelos espíritos a Allan Kardec e a um grupo de médiuns, cujas doutrinas superaram as reveladas por Moisés (primeira Revelação) e por Jesus (Segunda Revelação)! É o cúmulo da afronta ao cristianismo!

ENTREVISTARAM OS "ESPÍRITOS!"
      
     A revista Alterosa (antiga publicação que circulou no município de Alterosa, MG, de 15/08/1954), publicou uma interessante entrevista sobre assuntos políticos daquela época. 
     As respostas que os “espíritos” deram servem de ilustração de como esses ambientes, onde prevalece a crença nas previsões vindas do “além", são verdadeiros antros de tapeação.
     Eis algumas perguntas e respostas:
     Pergunta: Como se poderá resolver o problema da Coréia e da Indochina? Resposta: Conhecemos de perto a nossa insignificância ante o problema proposto, que diz respeito á política dos orientadores humanos... (Note bem: não responderam nada).
     Pergunta: Os homens conquistarão outros astros? Quando se dará a primeira viagem interplanetária do homem? Resposta: Atendemos, primeiramente, à solução dos enigmas da própria casa. A Terra, nossa velha morada, reclama atenção, trabalho, sacrifício... (Outra resposta vazia, outra saída “pela tangente”.
     Ora, como habitantes do espaço, segundo afirmam os espíritas, esses “espíritos” deveriam estar melhor informados sobre os acontecimentos relacionados com o presente e o futuro desse espaço. Deveriam saber que em 12 de abril de 1961, o astronauta russo Iuri Gagarin passaria para a história como o primeiro homem a circular em torno da Terra em um vôo orbital).
     Pergunta: O senhor Getúlio Vargas terminará seu governo? Resposta: Jesus nos abençoe a todos, a fim de que possamos oferecer aos governadores a felicidade e a segurança que dos governos esperamos por nossa vez.
     Nove dias após a publicação dessa “esclarecedora” entrevista com os “espíritos”, Getúlio Vargas cometeu suicídio... Nenhum daqueles “sábios” espíritos entrevistados foi capaz de prever a morte tão próxima do presidente... 
     Segundo uma reportagem publicada no Jornal do Brasil de 23/08/86, sob o título “Umbanda lembra Vargas com banquete para Exu”, os umbandistas afirmam que Getúlio Vargas foi vítima de vingança do Exu (cultuado na Umbanda).

OS CIENTISTAS EMITEM SEU PARECER SOBRE A ASTROLOGIA
      
      A Sociedade Alemã de Astronomia, uma das mais reputadas do mundo, definiu a astrologia como “misto de superstição, charlatanismo e comércio”. Uma comissão de inquérito americana, presidida pelo astrônomo Bart J. Box, da Universidade Harvard, declarou-se pronta a examinar todos os casos que lhe submetessem os astrólogos. Resultado (nas palavras do próprio Bart): 
     “Não pôde ser confirmada nenhuma das influências atribuídas aos astros e defendidas pelos astrólogos ditos sérios.” A Sociedade Americana de Estudos Psicológicos emitiu a seguinte opinião: 
     “Os psicólogos não encontram qualquer prova de que a astrologia tenha algum valor, nem quanto ao passado, nem quanto ao presente, nem quanto ao futuro, nem no que diz respeito à vida ou à sorte do indivíduo.”
     É na multidão das previsões lançadas que os “futurólogos” tentam acertar algumas. 
     E são estes poucos acertos que impressionam o povo, geralmente não tão bem informado quanto os astrólogos da situação política, econômica e social do mundo, e do estado de saúde e vida pública e particular das personalidades famosas. Os astrólogos podem fazer 100 previsões e, favorecidos pelo artifício e pelo acaso, acertar cinco. 
     A publicidade sensacionalista tocará trombetas em cima destes cinco acertos, e fará com que o povo esqueça que o “iluminado e infalível vidente” cometeu 95 erros (quando não acontece ter ele cometido 100!).
     Os astros não dizem nada para 2012, e também não dizem nada sobre o futuro da humanidade, e nunca disseram coisa alguma em tempo algum sobre o futuro de ninguém. 
     Os homens é que forjaram muitas mentiras e estão vendo-as no grande mercado da exploração da crendice do povo, do charlatanismo altamente lucrativo. E o pior é que há milhões de pessoas comprando-as.

A ASTROLOGIA E A BÍBLIA
      Na Bíblia, a adivinhação é totalmente condenada: “Entre ti se não achará... nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus as lança fora de diante de ti” (Deuteronômio 18.10-12).
     Os magos referidos em Gênesis 41.8 faziam uso da astrologia e de outras práticas de ocultismo para forjarem a interpretação de sonhos e adivinharem o futuro. Ao contrário de José, recusavam-se a reconhecer o domínio de Deus sobre todas as coisas; reputavam-se sábios, e tinham sua sabedoria como proveniente de poderes mágicos. Nabucodonosor, rei da Babilônia, e os faraós, no Egito, viviam arrodeados deles: Daniel 2.2; Êxodo 7.11.
     Conhecidos são os episódios envolvendo Saul e a pitonisa de En-Dor (1 Samuel 28.7-14), Simão, o mágico (Atos 8.9-11), e Elimas, também mágico, que obrigou Paulo a cegá-lo, por ele ter-se oposto à obra de Deus (Atos 13.6-12). Em Levítico 19.26, o Senhor ordena: “Não agourareis nem adivinhareis”.
     Apressemo-nos. Pregar o Evangelho a todos os povos, em todos os recantos do mundo, sob todas as circunstâncias, é nosso mais urgente dever. Os estragos que Satanás tem feito no coração da humanidade são desastrosos e assustadores.
     O “deus deste século” tem-se empenhado ininterruptamente em perverter os preceitos universais da salvação consumada no Calvário.
     Declaremos guerra a todos os precipícios, às hostes infernais cultuadas neste mundo e inimigas de Deus, às forças que acorrentam e impedem o homem de conhecer a Cristo. Declaremos também guerra à astrologia e seus enganos.    Quanto aos evangélicos supersticiosos, lembramos-lhes que “para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes, e não vos submetais de novo a jugo de escravidão” (Gálatas 5.1). O apóstolo Paulo, escrevendo aos Colossenses (1.13), lembra que Jesus Cristo “nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do filho do seu amor.”
     E é João, na sua primeira epístola (4.18), que nos mostra o quanto esse amor é importante no processo de libertação de todos os temores supersticiosos: “No amor não existe medo: antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Timóteo 1.7).

Jefferson Magno Costa

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